A ansiedade infantil é um problema muito comum entre crianças, e muitas famílias não se atentam para os perigos deste quadro. Por isso, há muitas crianças que sofrem com ansiedade infantil e não recebem os cuidados necessários.
- Medo de ficar sozinho
- Pavor de falar ou se expor em público
- Resistência de ir ou ficar na escola
Estas são algumas cenas muito comuns na infância. E é claro que nem todas as crianças com estes receios receberão o diagnóstico de ansiedade infantil. No entanto, estas cenas podem ser sinais de alerta para cuidadores e familiares. Isso porque mesmo parecendo normais, por trás destes medos pode haver o início de um adoecimento grave.
Veja tudo sobre a ansiedade infantil neste artigo. Descubra os principais sintomas, os tipos mais comuns, como lidar e quais os melhores tratamentos. Boa leitura!
Ansiedade infantil – Entenda melhor o que é
Menina escondendo o rosto sofrendo com ansiedade infantil – Crédito da foto: Freepik
Não é raro vermos cenas desesperadas nas entradas de escola do mundo. Crianças que têm dificuldades de ficarem na escola são comuns no ano todo, mas no início do ano letivo é aterrador. E estas cenas são clássicas e já bem conhecidas entre educadores e familiares de crianças.
Claro que há crianças que não passam por estas experiências tão intensas, e estas mães costumam receber somente um aceno. Mas entre as crianças mais ansiosas, as mães acabam enfrentando cenas de choro, de ranger de dentes e com desespero.
As nossas lembranças de uma infância plenamente feliz são filtros. Ou seja, para que estas memórias tão felizes sejam possíveis a pessoa reprimiu uma série de sentimentos negativos. Obviamente, esse é um mecanismo que todos temos para evitar a (re)vivência de situações traumáticas – que são inevitáveis.
Crescer, se desenvolver e se adaptar ao mundo é uma experiência necessariamente angustiante. Isso porque é impossível que a criança vire um adulto sem se angustiar e sem nenhum sofrimento. E isso gera ansiedade, é claro.
Em alguns casos mais sérios, a criança pode se enquadrar no caso da ansiedade infantil quando o sofrimento é intenso. Por exemplo, quem nunca conheceu uma criança que parecia birrenta? Ou quem nunca ouviu casos de crianças que seguiam dormindo na cama dos pais mesmo já grandes?
Precisar se adaptar a situações desconhecidas no desenvolvimento infantil é ansiogênico. Então, é natural que as crianças sintam angústia. Mas quando a criança não consegue relaxar nunca pode ser que a situação seja mais grave e tenha se tornado uma doença.
]Por exemplo, há crianças que não querem sair de casa nunca, ou que não conseguem ficar sozinhas nem por poucos minutos.
Mas a ansiedade infantil é algo comum?
Menino triste sofrendo de ansiedade infantil em fundo preto – Crédito da foto: Freepik
A ansiedade infantil está entre as patologias mais comuns entre crianças. Ou seja, este quadro é muito mais comum do que todos podemos imaginar.
Por exemplo, estima-se que cerca de 10% das crianças sofrem com algum transtorno da esfera ansiosa. Então, 1 em cada 10 crianças podem ter algum tipo de ansiedade. Além disso, 50% das crianças ansiosas terão algum episódio de depressão devido à ansiedade.
Mas não é somente com a ansiedade infantil que vira doença que os pais precisam se atentar. Isso porque há muitos e muitos casos de crianças que sofrem muito, mas não chegam a ter a doença. É bom lembrar que mesmo casos menos “graves” também geram sofrimento e prejuízos sérios. Por exemplo, crianças muito ansiosas costumam costumam ter menos autoestima. Ou seja, mesmo crianças sem a doença sofrem muito e precisam de cuidado e atenção.
No entanto, mesmo a ansiedade infantil sendo um quadro muito comum entre crianças, muitos pais não a percebem. Infelizmente, a falta de informação sobre o tema pode agravar o caso da criança. Mas como assim? Bem, se os pais não se atentam para este caso eles podem não perceber que os sinais do filho são sérios.
Ou seja, a dificuldade de reconhecer os sintomas faz com que a família não busque ajuda. E crianças com ansiedade infantil que não são tratadas tendem a se tornar adultos muito ansiosos e com muitos outros problemas. Infelizmente, a ansiedade é um fator de risco que contribui para o início de várias outras doenças psíquicas.
Como os sintomas da ansiedade infantil se manifestam em crianças?
Menina triste encostada em poste – Crédito da foto: Freepik
Não sabe se seu filho sofre com ansiedade infantil? Então, tenha em mente que o primeiro passo é analisar o sofrimento e prejuízo na vida da criança. Ou seja, mesmo uma criança com alguns sintomas pode não receber o diagnóstico. Isso acontece porque além dos sintomas, a criança também precisa ter sua vida prejudicada.
Por exemplo, é possível que uma criança tenha alteração no apetite e humor, dificuldade para dormir, medos e sintomas físicos; mas se ela não sofrer com isso, então não é considerado que ela sofra de ansiedade infantil. Este é um critério obrigatório para o diagnóstico: levar em conta o sofrimento e prejuízo na vida da criança.
Vale também destacar que os sintomas podem surgir em sequência e frequência diferentes. Além disso, a força deles também pode variar muito. Isso porque cada criança vai desenvolver o quadro de uma forma única.
Veja a seguir uma lista com os sintomas de ansiedade infantil mais comuns.
- Alterações no apetite
- Dificuldades no sono
- Queda no rendimento escolar
- Desmotivação
- Medos e preocupações excessivas
- Dores de cabeça
- Tonturas
- Retraimento social/Dificuldade de se relacionar
- Oscilação de humor
- Irritabilidade
- Apatia
A psicóloga ou psiquiatra que avaliar a criança vai precisar considerar estes sintomas tendo vista a frequência, força e duração deles. Ah, e também vai precisar considerar o prejuízo causado, como falado acima.
Se você achar que seu filho pode ter ansiedade infantil, então agende uma consulta de avaliação. Dê preferência para consulta com psicóloga no primeiro momento. Essa é uma boa sugestão porque a maior parte dos casos pode ser avaliada pela profissional e não necessita de medicamento. Se for necessário, a profissional poderá recomendar um psiquiatra de confiança.
Quais as classificações da ansiedade infantil?
Menina brava sentada no chão com braços cruzados – Crédito da foto: Freepik
A verdade é que há vários tipos de ansiedade infantil. As suas classificações dependem da forma que a criança apresenta seus sintomas.
Os principais quadros que podem ser chamados de ansiedade infantil, quando ocorrido com crianças, são:
- Transtorno de Ansiedade Generalizada, também chamado de TAG
- Transtorno de Ansiedade de Separação, muito mais comum entre crianças pequenas
- Fobias Específicas, como medo de cachorro, avião, escuro, barulhos, estranhos, etc
- Fobias Sociais
- Transtorno de Pânico, muito mais comum entre adolescentes
- Transtorno de Estresse Pós-traumático
Além disso, a ansiedade infantil pode gerar quadros de depressão. A depressão que vem de quadros de ansiedade infantil pode ter natureza leve e passageira. Mas esta depressão também pode incorrer em episódios graves e longos. Então, o ideal é detectar e tratar o quadro de forma precoce.
Estudos demonstram que crianças com ansiedade infantil correm mais risco de se tornarem adultos com várias doenças psíquicas. Por exemplo:
- Fobias
- Depressão
- Transtorno bipolar
- Borderline
Ou seja, crianças ansiosas podem ter uma vida muito difícil, em especial se a ansiedade infantil não for tratada de forma correta.
Mudança na classificação da ansiedade infantil
Menino triste sentado no chão com ansiedade infantil – Crédito da foto: Freepik
DSM-V é a sigla para Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª edição). Este é o manual utilizado para definição e análise de todas as doenças psíquicas e mentais. Na última edição do DSM, houve uma mudança na forma de entender os quadros psíquicos. E com a ansiedade não foi diferente.
Até a versão 4 do DSM a ansiedade que acometia crianças era distinta da ansiedade entre adultos. Mas agora é diferente. Agora todos os tipos de ansiedade são catalogados juntos. Ou seja, o diagnóstico não depende mais da idade da pessoa.
Esse foi um avanço importante. Isso porque agora os transtornos que acometem crianças e adolescentes não são mais vistos como “menos graves”. Na verdade, agora a ansiedade infantil tem o mesmo peso que a ansiedade entre adultos, do ponto de vista de gravidade.
Quais destes tipos de ansiedade infantil são mais comuns?
Menina agachada no chão escondendo rosto com as mãos – Crédito da foto: Freepik
As crianças podem ter qualquer tipo de ansiedade. O que vai definir o tipo específico é o ambiente dela, o funcionamento dos adultos a sua volta e suas condições psíquicas de lidar com as situações. No entanto, é verdade que existem alguns tipos de ansiedade infantil que são mais comuns. Por exemplo:
- Ansiedade de separação, que ocorre quando a criança não consegue se separar de seus cuidadores
- Fobias específicas, como medo de animais, de elevador, de avião, de médico, do escuro, etc
- Ansiedade generalizada, que se trata de um quadro mais amplo onde a criança sente-se ansiosa constantemente e sem razões aparentes
Mas estes são somente os quadros mais comuns na infância. No entanto, há outros dois tipos de ansiedade que também afetam muitas crianças. Estes outros dois tipos afetam um pouco menos crianças, mas também são muito comuns. Além disso, o nível de sofrimento destes quadros é tão intenso quanto os quadros anteriores. Conheça-os agora:
- Transtorno de pânico (TP), que é caracterizado por crises repentinas e intensas com sensação de medo e mal-estar. Neste caso, é comum que a criança tenha medo de morrer ou certeza de que vai morrer
- Fobia social, que é originado de um quadro de ansiedade intensa e incorre no medo de ser julgado ou mal avaliado em qualquer tipo de contexto
Os transtornos são separados para tornar mais fácil a avaliação profissional. Mas o comum é que a criança com ansiedade infantil tenha mais de um transtorno. Isso porque muitos deles se complementam. Quando isso ocorre, dizemos que a criança tem uma comorbidade.
Mas quando a ansiedade infantil é considerada doença?
Menino triste sentado em sofá com o rosto escondido nos joelhos – Crédito da foto: Freepik
As pessoas com ansiedade veem o mundo como um lugar perigoso. Por isso, elas sentem que é preciso estar sempre atento. Ou seja, são pessoas que sentem que precisam vigiar tudo a todo momento. Então, crianças com ansiedade infantil não costumam conseguir relaxar.
Além disso, essas crianças também são muito sensíveis a qualquer estímulo que possa representar avaliação. Por isso, elas podem ficar ainda mais ansiosas em situações que possam as fazer se sentirem reprovadas. Então, crianças com ansiedade infantil sofrem muito com uma autocrítica excessiva.
Alguns especialistas comparam a visão de mundo de uma criança com ansiedade infantil a um sensor de incêndio mal regulado. Ou seja, um sensor que alaga o prédio todo por causa de um fósforo que foi riscado. E assim é com uma criança muito ansiosa: ela responde de forma muito intensa a situações moderadas ou leves.
A ansiedade pode afetar o dia a dia da criança, quando muito intensa. Isso porque a ansiedade infantil pode dificultar que a criança faça coisas “simples”, por exemplo:
- Ir para a escola
- Entrar em lojas ou mercados
- Ter muitos problemas de convivência
Ou seja, a ansiedade infantil pode afetar todo o desenvolvimento da criança.
Qual a influência da família na ansiedade infantil?
Menina escondendo rosto com as mãos na entrada da escola – Crédito da foto: Freepik
A família tem grande influencia na saúde das crianças, e isso inclui o possível desenvolvimento de ansiedade infantil. Isso ocorre tanto por aspectos genéticos quanto por questões culturais e ambientais da família. Por isso, a ansiedade dos cuidadores é um fator crucial para o surgimento de ansiedade infantil entre crianças.
Os especialistas alertam que pais ansiosos correm mais riscos de terem filhos ansiosos. Infelizmente, muita gente que sabe disso pensa que é por causa da biologia.
Mas a verdade é que os fatores genéticos são a menor parte dessa equação. Isso porque os aspectos ambientais que rondam a criança tem influencia enorme sobre sua saúde.
Há muitos adultos que se sentem fragilizados. Por isso, eles sentem que não vão conseguir dar conta de serem um ponto de referência para alguém. Ou seja, pais que são ansiosos têm mais dificuldade de transmitir segurança para as crianças.
Então, estes pais acabam apresentando ao filho um mundo muito amedrontador. Mas bem, isso é natural, não? Afinal, a criança está no mundo e vê suas referências com medo. Logo, elas também sentem que o mundo é intimidador.
Os pais precisam participar da terapia infantil?
Menina sentada sozinha com o ursinho de pelúcia no chão – Crédito da foto: Freepik
Sim, eles precisam participar de forma ativa e prestativa. Como mencionado, a ansiedade infantil é algo que nasce devido a fatores ambientais. Isso quer dizer que a família contribui para o desenvolvimento da patologia.
Por isso, é fundamental que os pais também sejam participativos e se envolvam no tratamento da criança. Sem participação dos pais na terapia, é difícil que a criança avance e melhore. Isso porque é preciso que não somente a criança seja tratada, mas seu ambiente também. E essas alterações no ambiente são possíveis somente a partir da relação com os pais.
Por exemplo, se a mãe ou o pai é ansioso e pensa que o filho vai sofrer na escola, é provável que o filho sinta esse medo dos pais. Neste caso, a criança acaba ficando ansiosa devido ao medo percebido em seus pais. Ou seja, as emoções da família afetam diretamente a relação que a criança terá com o mundo.
Entretanto, a ansiedade dos adultos também pode ter benefícios, em alguns casos. Por exemplo, se os pais sofreram na infância é possível que eles sintam empatia pelo filho.
Isso porque eles vão poder entender melhor os medos da criança. Pensamentos como “eu sei o que você sente, eu já senti isso” pode ajudar a criança a se expressar. E esta ajuda pode ser crucial para a melhora da ansiedade infantil.
Então, os pais precisam ser presentes na vida e na terapia da criança. Pois assim eles poderão ajudar a criança a enfrentar suas dificuldades. E eles também poderão aprender a melhor lidar com suas próprias questões e medos, incluindo aí o medo de falhar com o filho.
E a família na ansiedade de separação?
Garotinha chorando – Crédito da foto: Freepik
Assim como você deve saber, a ansiedade de separação está entre os tipos mais comuns de ansiedade infantil. E isso não é à toa, tendo vista que muitos adultos mesmos fazem com que as crianças morram de medo de se afastar deles. Os especialistas contam que é justamente a ansiedade do adulto de se afastar da criança em algum momento que pode acarretar a ansiedade de separação no pequeno. Isso porque a criança sente esse medo da mamãe ou papai, e acaba respondendo a ele.
Exatamente por isso, os adultos têm um papel fundamental no transtorno de ansiedade de separação entre as crianças. O principal e mais comum sintoma deste transtorno é facilmente percebido com o ingresso e adaptação escolar.
Isso porque o transtorno é caracterizado pela dificuldade da criança de ficar sozinha, longe dos pais. Ou seja, o início e adaptação da vida escolar é um desafio enorme para crianças que sofrem com o transtorno.
É claro que é normal que toda criança tenha alguma dificuldade com a adaptação escolar. Este é um momento peculiar e todas as crianças precisam de um tempo para se habituarem.
Mas pode ser considerado ansiedade de separação quando essa dificuldade é incompatível com o seu nível de desenvolvimento.
Sintomas de ansiedade de separação – Você conhece os principais?
Menino se escondendo atrás das mãos em escola e colegas rindo dele – Crédito da foto: Freepik
Mas é claro que os sintomas deste tipo de ansiedade infantil também aparece em outros contextos, para além da escola. O contexto escolar é mencionado exclusivamente por ser onde o problema fica mais evidente. Veja a seguir outros sintomas clássicos da ansiedade de separação:
- Apresentação de preocupações excessivas e desproporcionais quanto aos perigos que envolvem os pais ou a si própria
- Dificuldade demasiada em estar em qualquer ambiente ou contexto desacompanhado dos pais ou adultos próximos
- Medo intenso e aterrador no momento de adormecer, em especial em ocasiões onde os pais estejam relativamente longe (como em outro quarto, por exemplo)
- Incapacidade ou dificuldade demasiada de dormir fora de casa ou em qualquer lugar onde os pais não estejam presentes
Estes sintomas são mais comuns entre crianças com 5 até 8 anos de idade. Mas vale lembrarmos que mesmo crianças mais novas ou mais velhas podem ter este transtorno. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e buscar atendimento profissional se houver suspeita na família.
A ansiedade infantil é um sintoma da contemporaneidade
Menina triste sentada na cama com boneca no colo – Crédito da foto: Freepik
Sim, muitos especialistas têm batido nesta mesma tecla. Cada vez fica mais clara que o aumento de casos de ansiedade infantil tem relação com nosso modo de vida. Isso ocorre porque a contemporaneidade tem uma série de características que dispensam a paciência. Por isso, as pessoas não aprendem a lidar com a ansiedade. Por exemplo:
- Vida agitada
- Agendas lotadas de compromissos, sem tempos de respiro e espera
- Tecnologia sempre disponível, conectando todos a tudo em todo momento
Quando a criança não aprende a esperar e a lidar com a ansiedade, ela pode realmente não saber como fazer isso mais tarde. Por isso, é tão comum que nos dias atuais tantas crianças não tenham noção de como é lidar com momentos de pausa e espera. Infelizmente, a paciência não é uma qualidade que se aprende sozinha. Ela precisa de treinamento para ser apreendida.
Por exemplo, uma família com só uma criança provavelmente vai fazer com que essa criança nunca precise esperar sua vez para nada. E isso pode ser algo que os pais achem que é demonstração de amor. Mas a verdade é que a criança vai precisar aguardar sua vez na vida muitas vezes. Por isso, quando ela não aprende sobre isso na infância, a pessoa pode sofrer muito ao longo da vida. É claro que esse sofrimento está associado com sua “descoberta” de que suas vontades não serão sempre atendidas.
A rotina de uma criança atual
Menina com tablet em fundo verde – Crédito da foto: Freepik
Pare um momento e pense na rotina de uma criança moderna, em uma família típica de classe média.
Hoje, a criança não precisa nem esperar o seu desenho favorito passar na TV. Isso porque a criança pode o assistir a qualquer hora já que é só acessar um celular, tablet e computador.
Com plataformas infinitas de vídeos, como Youtube, Netflix, Amazon Prime, Disney e etc, a criança não precisa mais aguardar o canal de TV transmitir o desenho.
E vale destacarmos também como os próprios adultos incentivam essa prática. Por exemplo, é tão comum vermos crianças fixadas em telas em restaurantes. Afinal, desse modo os adultos podem sair pra jantar sem maiores problemas com o comportamento da criança. Estes incentivos que os adultos fazem ao comportamento da criança reforçam que ela não cultive a paciência e a espera.
Os especialistas apontam que esta vida baseada em cliques causa ansiedade, e isso não acontece somente entre crianças. Pessoas de todas as idades ficam mais ansiosas quando aprendem a resolver qualquer questão com um botão. Mas é claro que entre crianças isso pode ser mais grave.
Isso porque quando ocorre com um adulto, ele já teve uma vivência diferente e pode a usar para modelo para seguir. Mas quando a criança é inserida diretamente nesse modelo de vida, ela talvez não tenha recursos para buscar outra forma de viver.
A falta de tempo dos pais e sua relação com o desenvolvimento da ansiedade infantil
Mulher oferecendo pacote de presente em fundo amarelo – Crédito da foto: Freepik
Além disso, a situação ainda pode piorar muito quando os pais tentam compensar a falta de tempo com mimos. Infelizmente, essa vida acelerada faz com que muitos pais não consigam estar presentes e próximos de seus filhos.
E numa tentativa de compensar isso eles podem acabar cedendo a todos os desejos dos filhos. Evidente que isso é negativo, mas a culpa dos adultos por estar longe é grande. Então, muitos adultos acabam caindo nessa cilada já antiga.
Porém, para a criança o preço a ser pago por essa criação será alto. Isso porque a criança vai crescer achando que o mundo é um lugar adaptado ao seu desejo.
Então, ela vai crer que a vida está disponível para ceder às suas vontades. No entanto, cedo ou tarde a decepção virá.
Infelizmente, perceber que o mundo não gira em torno de seus desejos pode ser muito difícil e doloroso para a criança. Ou seja, essa adaptação pode ser bem difícil.
E muitos pais não ajudam na transição, quando seguem reforçando que os desejos da criança são leis. Por exemplo, isso é muito comum entre pais que brigam com professoras por estas terem tentado colocar limite nas crianças.
Mas o que é possível fazer?
Mulher de óculos com expressão de dúvida em fundo branco – Crédito da foto: Freepik
Bem, o mais eficiente para a prevenção da ansiedade infantil é ensinar sobre paciência para as crianças. Afinal, a ansiedade é uma resposta à dificuldade da pessoa lidar com a própria impaciência. Por isso, iniciar pelo desenvolvimento da paciência é um caminho acertado.
No entanto, este caminho não será de flores. Isso porque ensinar sobre paciência não é simples (e requer paciência da gente). Mas você tem alguma ideia de como pode fazer isso?
Para ensinar sobre paciência, você precisa permitir que a criança se envolva nas situações. Uma boa forma de fazer isso pode ser explicando para ela sobre a necessidade de esperar.
Além disso, você também pode mostrar brincadeiras e atividades que não incluam tecnologia. Se a criança aprender a se distrair sem tecnologia, é provável que ela tenha menos dificuldade no futuro.
Pense nas atividades do dia a dia
Mãe e filho no mercado conversando em corredor de frutas e vegetais – Crédito da foto: Freepik
Você vai ao mercado com a criança? E como vocês costumam fazer isso? É legal que você possa falar com a criança durante a saída ao mercado. Então, use esta atividade para conversar com a criança e a fazer entender o que vocês estão fazendo.
Por exemplo, converse com ela, diga o que estão fazendo, em qual corredor estão indo, o que estão pegando, porquê estão pegando estes produtos e etc.
Se você não excluir a criança da atividade, ela já estará aprendendo algo precioso sobre paciência. Acredite: isso é muito mais valioso para a criança do que ficar na frente de uma tela durante as compras e pedir todos os tipos de balas que o mercado oferece.
Essa mudança simples na forma de ir ao mercado pode trazer ensinamentos importantes. Mas você entende por qual razão? De forma simples, quando a criança é incluída na rotina ela entende que existe um processo para algo ocorrer.
E ela também aprende que há um tempo que é preciso para que as coisas aconteçam ou fiquem prontas. Desse modo, ela vai entender que nem tudo é “aqui” e “agora”, conforme seus desejos. Com este ensinamento, a criança poderá sofrer menos no futuro e poderá ter uma vida mais feliz e tranquila.
Educando a criança para a paciência
Grupo de crianças rindo juntos – Crédito da foto: Freepik
Muitas educadoras apontam para a relevância de ensinar paciência às crianças. Estas especialistas contam que crianças pacientes tem maior facilidade na aprendizagem.
Além disso, a paciência reduz o nível e gravidade da ansiedade. Por isso, crianças mais calmas dificilmente terão problemas patológicos com ansiedade infantil.
Isso parece ocorrer porque as crianças com mais paciência aprendem a ouvir. E isso as ajuda também a pensar antes de falar e a argumentar nas conversas.
Por isso, a paciência é algo que ajuda a criança a se desenvolver como um cidadão com mais condições de viver em civilidade. Ou seja, estas pequenas mudanças no dia a dia podem causar uma diferença enorme na vida de seu filho.
Tratamento para a ansiedade infantil
Menina com ursinho de pelúcia no colo em consultório de psicóloga – Crédito da foto: Freepik
Você sabia que a ansiedade infantil é o segundo problema que mais leva crianças aos consultórios de psiquiatras, psicólogos e neuropediatras? Isso acontece porque a ansiedade infantil é um problema realmente comum e afeta cada vez mais crianças em todo o mundo.
O TDAH (transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade) é o único problema comportamental que afeta mais crianças que ansiedade infantil. Mas também vale destacar que a ansiedade infantil e o TDAH muitas vezes andam juntos, e a criança sofre dos dois. Nestes casos, pode ser muito difícil definir os limites de um e do outro no comportamento da criança.
De modo geral, os comportamentos que fazem os pais buscarem tratamento são aqueles que eles conseguem perceber de forma mais evidente. Por exemplo:
- Problemas de comportamento ou de relacionamento com outras crianças ou adultos
- Declínio no rendimento escolar, seja através de notas ou da avaliação de professores
- Apresentação de sintomas somáticos, por exemplo: dor de cabeça, tonturas, dores no corpo, etc
A criança com ansiedade infantil precisa tomar medicamentos?
Garota de 14 anos conversando com psicóloga – Crédito da foto: Freepik
Os especialistas contam que esta é uma questão delicada. Isso porque o medicamento pode ajudar em alguns casos, mas ele também pode afetar ainda mais o quadro da criança em outros.
Por isso, a avaliação referente ao uso de medicamentos é muito individual. Este é o caso clássico daquela máxima: cada caso é um caso. Ou seja, a resposta para essa pergunta é: depende. Depende do caso.
O uso do remédio é avaliado pelo médico. De modo geral, a avaliação leva em conta a intensidade do problema. Se a ansiedade infantil é bem controlada com outros tratamentos, o remédio é dispensado. Isso porque ele pode interferir muito na vida da criança.
Muitos especialistas defendem que a criança deve ser poupada do uso de remédio fora de casos extremos. Essa defesa vai no sentido de proteger o desenvolvimento da criança.
No entanto, há casos onde o remédio é um aliado importante no tratamento. Por exemplo, se a criança não responde bem ao tratamento o remédio pode ajudar.
Mas vale destacar que o remédio é apenas um complemento, e o fator preponderante é a participação no atendimento com psicólogo. Isso porque o remédio vai tratar somente dos sintomas. É o atendimento prolongado com o profissional que pode ir na raiz do problema.
Quando o tratamento sem medicamento não é suficiente?
Atendimento de psicóloga infantil com menino – Crédito da foto: Freepik
Infelizmente, é comum vermos crianças que acabam usando remédios porque o tratamento não foi o suficiente. Mas muitos destes casos têm relação com a falta de comprometimento da família, que não se aproxima do atendimento. Muitas famílias colocam a culpa da ansiedade infantil na criança, e acham que levar ela no consultório é suficiente.
Mas a verdade é que o tratamento com crianças funciona somente na medida em que todo o círculo de cuidadores se dispõe a participar. Isso ocorre porque é o ambiente da criança que também precisa ser mudado, para que o tratamento faça efeito. Ou seja, levar somente a criança no psicólogo não fará o tratamento ser eficaz. A família da criança também precisa participar do processo.
Mas há realmente casos onde a terapia precisa de ajuda. Nesta situação, o mais eficiente é associar medicação e terapia. Diversos estudos já demonstraram que em casos leves e moderados a terapia é mais eficiente que o uso de remédios. E em casos graves a combinação de terapia e remédios é o mais indicado.
Se seu filho estiver com ansiedade infantil, o indicado é procurar por um psicólogo que atenda crianças. Preferencialmente, opte por alguém que faz consultas regulares com a família. Isso porque as consultas com a profissional pode ajudar a família a ir mudando o que precisa ser mudado.
Os remédios mais indicados por médicos costumam ser antidepressivos inibidores da captação da serotonina. O médico pode prescrever este remédio por período de seis meses até um ano, dependendo da idade da criança. E dependendo do caso, o uso pode ser cortado mais cedo ou pode ser estendido.
Tratamento precoce
Psicóloga atendendo criança em consultório – Crédito da foto: Freepik
O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para casos de ansiedade infantil. Isso porque quando o tratamento é iniciado precocemente, ele pode evitar o desenvolvimento de repercussões negativas na vida da criança.
Então, é fundamental que a família fique atenta aos sinais da criança. Se houver necessidade, agende um horário com algum psicólogo infantil e verifique a necessidade de tratamento. Caso haja necessidade, o profissional poderá indicar algum médico psiquiatra para a prescrição de medicamentos.
Com a utilização das estratégias corretas de tratamento e com o tempo necessário para o efeito, a ansiedade infantil pode ser tratada. Desse modo, a criança poderá passar a lidar melhor com aquilo que a acontece. E assim como mencionado, para isso a família também precisa participar do tratamento de forma ativa.
O que a família pode fazer para ajudar a criança com ansiedade infantil?
Criança desenhando com lápis colorido – Crédito da foto: Freepik
É claro que é super indicado que a família dê atenção e avalie se a criança precisa de tratamento antes de qualquer coisa. Por isso, veja a seguir algumas estratégias que você pode usar. Faça algumas destas atividades e avalie como a criança responde:
- Faça uso de técnicas de relaxamento e de respiração com as crianças. Você pode localizar várias alternativas legais na Internet, em vídeos
- Exponha a criança a situações diferentes de forma lenta e com calma, por exemplo: fazer caminhada em ambiente diferente, deixar a criança por alguns minutos na casa de algum familiar, etc
E talvez a principal dica seja esta: tente não se zangar com a criança. Você também precisa ter paciência, somente assim poderá ensinar isso para ela. Para combater a ansiedade infantil é preciso trabalhar em conjunto com a criança. Por isso, tente ficar calma e não exploda por cada dificuldade que a criança apresente.
Em alguns casos, a ansiedade infantil é somente reflexo do comportamento dos pais. Se este for o caso, o mais indicado é que o adulto faça terapia. Pois assim, o adulto começará a mudar seu comportamento e a criança vai responder a esta mudança também. Na verdade, não são raros os casos de crianças que mudaram totalmente depois que os pais começaram a agir diferente. Nestes casos, o atendimento infantil pode nem ser necessário.
Quando buscar auxílio médico?
Criança e médica segurando juntos um balão no formato de coração – Crédito da foto: Freepik
Bem, para iniciar este ponto é muito importante lembrar de algo básico, mas que às vezes esquecemos.
O fato é que os medos, angústia e preocupações são normais em todas as etapas da vida. Portanto, no desenvolvimento infantil tudo isso também está presente. Ou seja, seu filho ter medos ou receios não é razão suficiente para ele receber diagnóstico ou precisar de atendimento ou remédios.
Uma ansiedade “normal” e até saudável passa a ser considerada uma ansiedade infantil patológica quando há alguns fatos. Por exemplo:
- Intensidade exagerada
- Desproporcional aos estímulos que aconteceram
- Com duração prolongada (por vários meses ininterruptos)
- Quando a vida da criança está sendo afetada
- Se a criança está efetivamente sofrendo com a situação
Se este for o caso, os pais podem buscar um psicólogo infantil para fazer uma avaliação e início de terapia. Então, é preciso aguardar algumas semanas ou meses para poder avaliar o efeito do tratamento de forma ampla. Dependendo do caso, o profissional pode sugerir também uso de remédios. Neste caso, o psicólogo pode indicar algum médico psiquiatra para a prescrição.
Ou seja, o primeiro passo é se atentar aos sinais da criança. Se houver suspeita, leve a um psicólogo. Caso a terapia precise de ajuda, o profissional vai fazer a indicação de um psiquiatra. Dessa forma, seu filho estará em mãos profissionais e poderá responder melhor ao tratamento.
E lembre-se sempre de participar do tratamento e de seguir as orientações dos profissionais. Ah, e claro: relate tudo que você pensa que o profissional precisa saber para lidar melhor com o caso.
Qual o limite da timidez na infância?
Menina tímida escondendo o rosto atrás de um brinquedo em forma de coração – Crédito da foto: Freepik
A timidez é um traço de personalidade como qualquer outro. Por isso, é normal que hajam crianças com mais ou com menos timidez. No entanto, a timidez em excesso pode se tornar um problema para a criança. Então, este traço precisa ser monitorado de perto pelos responsáveis da criança.
Agora, pare por um momento e pense nas suas experiências na escola e nos seus colegas. Você já teve algum colega que não se manifestava nas aulas? Talvez o colega não tirasse as dúvidas e tivesse vergonha de falar besteira ou de mostrar nervosismo, por exemplo. Esse medo excessivo de se expor pode se tornar um problema pra criança e pro resto de sua vida.
Os especialistas contam que esta inibição do comportamento pode ter relação com o medo intenso de novidades. Ou seja, é um medo daquilo que não se conhece ainda. É muito comum que nestes casos haja características como, por exemplo:
- Introversão
- Medo de pessoas estranhas
- Esquiva de situações ou pessoas desconhecidas ou pouco conhecidas
A superproteção dos pais influencia na fobia social dos filhos
Criança tímida escondendo o rosto com as mãos – Crédito da foto: Freepik
Além disso, os especialistas também contam que esta timidez intensa pode ter relação com a superproteção dos pais. Isso porque quando os pais protegem os filhos demais, a criança pode se tornar ainda mais retraída e medrosa. Esse ciclo entre pais superprotetores e crianças muito tímidas pode acabar bem mal pra criança.
Infelizmente, essa receita aumenta em até 5 vezes o risco da criança desenvolver fobia social ainda na infância ou na adolescência. Quando não tratado, este problema pode perdurar por toda a vida adulta da pessoa.
Os portadores de fobia social têm um pavor intenso de passar qualquer tipo de vergonha. Por isso, eles sofrem com medo duradouro e desproporcional de situações em que julgam que podem estar sendo avaliados. É claro que avaliações “óbvias” os afetam, como provas da faculdade ou seleção para um trabalho, por exemplo. No entanto, mesmo situações menos óbvias também geram pânico. Por exemplo:
- Definir um presente para comprar pra alguém
- Escolher a roupa que vai usar para ir em algum lugar
- Negociar a compra ou venda de algum produto
- Fazer uma pergunta na aula pro professor
- Resolver um problema referente a cobrança indevida no cartão de crédito
- Conversar com alguém novo em uma saída com amigos
Na verdade, qualquer situação pode ser encarada como perigosa para alguém que sofre de fobia social. Isso porque a pessoa passa a vida sentindo que suas escolhas estão sempre erradas.
O mutismo seletivo é sintoma de ansiedade infantil?
Menina fantasiada de gato em fundo preto – Crédito da foto: Freepik
Sim, o mutismo seletivo pode ser um sintoma de ansiedade infantil. Na verdade, este é um dos sintomas mais clássicos de ansiedade infantil quando falamos de crianças pequenas.
O mutismo seletivo ocorre quando a criança não consegue falar com pessoas que não são muito próximas. Mas preste atenção: para ser mutismo seletivo a criança precisa querer falar e não conseguir. Ou seja, não vale aqueles casos de crianças que não querem falar ou fazem birra pra não falar.
O mutismo seletivo ocorre quando a criança consegue falar em algumas circunstâncias e não consegue em outras, mesmo tentando. Este sintoma está associado com quadros mais sérios de timidez infantil. Por isso, a timidez em excesso também é um sintoma importante para detecção de ansiedade infantil.
As crianças que sofrem de mutismo seletivo não conseguem iniciar conversas, nem responder as pessoas. Além disso, estas crianças tendem a se recusarem de falar qualquer coisa no ambiente escolar. Por isso, não é raro que elas tenham grandes prejuízos na sua vida educacional.
Por que a ansiedade infantil não é tão popularmente debatido quanto o TDAH?
Mulher com expressão de dúvida em fundo cor de rosa – Crédito da foto: Freepik
Bem, há uma resposta muito simples e muito triste para essa questão.
Infelizmente, as crianças que sofrem de ansiedade infantil são menos percebidas nos ambientes onde circulam. Por isso, estas crianças são menos tratadas e menos debatidas que as crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção e/ou hiperatividade). Mas você sabe por que as crianças ansiosas são menos percebidas?
Isso acontece porque uma criança com ansiedade infantil é uma criança que apresenta muita timidez, de modo geral. Por isso, é uma criança que fica quietinha, caladinha, escondidinha nos ambientes onde circula. Portanto, essa criança não incomoda nem chama tanto atenção na escola quanto a criança agitada com TDAH.
Infelizmente, estas crianças passam despercebidas porque os adultos estão tão cansados de lidar com hiperativos que até agradecem ter algumas crianças quietinhas e “tranquilas”. Mas isso é muito lamentável porque a angústia que a ansiedade infantil gera é muito grande. Por exemplo, não raramente vemos crianças com ansiedade que apresentam até sintomas físicos. Então, essa é uma criança que também sofre muito, mas que recebe menos o olhar do adulto.
Sintomas físicos podem enganar os pais
Criança deitada na cama – Crédito da foto: Freepik
Não é raro vermos pais que levam a criança a diversos médicos e hospitais tentando entender a razão dos problemas físicos. Mas estes problemas não são desvendados porque a questão não está no corpo da criança. Alguns sintomas muito comuns que fazem os pais correrem pra médicos são, por exemplo:
- Coração disparado
- Mal-estar gástrico
- Tremores no corpo
Se você ouvir seu filho com estas reclamações e os exames não detectarem nenhum problema, é muito possível que a criança esteja com problemas psicológicos. Neste caso, faça um atendimento com um psicólogo infantil e avalie a possibilidade da criança ser atendida.
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