O “cheirinho de bebê” é uma das fragrâncias mais adoradas dos cosméticos. O aroma adocicado, de flores e talco, costuma remeter à primeira infância e faz sucesso nas prateleiras. Entretanto, o uso excessivo de produtos perfumados e quimicamente modificados, como os famosos lencinhos, pode ser prejudicial à pele infantil. 

Conversamos com a dermatologista catarinense Mariana Barbato (@dramarianabarbato) sobre todas as dúvidas e recomendações na hora do skincare infantil. 

Pele infantil: Bebês recém-nascidos merece atenção extra

skincare infantil

Duas mãos masculinas segurando bebê recém-nascido. Foto: Freepik

De grande sensibilidade e fragilidade, um dos momentos mais delicados do skincare infantil é durante o puerpério, quando recém-nascido. Para Mariana, a atenção deve ser extra principalmente nos momentos da limpeza íntima. E, a delicadeza dos produtos escolhido é crucial para a saúde da pele.

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Como a fralda é usada em tempo integral, é normal que surjam alergias e dermatites de contato. O que exige que a limpeza íntima seja feita da maneira menos agressiva possível. Usando principalmente água morna, potável ou fervida, e gases e algodões fininhos. 

Sobre o uso de lencinhos, a dermato traz um ponto de atenção, “eles são super práticos, mas só devem ser usados quando não é possível ter acesso à água, como idas ao pediatra“. O uso deve ser regulado, porque os lenços são um dos grandes vetores das dermatites de contato, por retirarem a camada de gordura protetora da pele e por, normalmente, apresentarem aromas artificiais. A maneira de usá-los também pode ser um fator de risco, a médica recomenda manter a mão o mais leve possível e evitar friccionar o paninho contra a pele do bebê.

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Pele infantil: O que é a camada de gordura protetora? 

Pele infantil

Mãos femininas passando creme hidratante. Foto: Freepik

Também chamada de barreira cutânea, a camada de gordura é composta por lipídeos responsáveis pela integridade e proteção da pele. Tudo composto de maneira natural pelo corpo. A doutora explica que a perda da barreira facilita a entrada de bactérias, micro-organismos e desenvolvimento de dermatites. 

Há casos em que a perda lipídica é uma disfunção desde o nascimento, por exemplo crianças com muitas alergias. Já há outros quadros em que a perda se dá pela idade avançada ou o mau cuidado com a pele. Uma das melhores maneiras de tratar e recuperar essa camada é por meio de hidratação. 

Pele infantil: Os problemas de pele mais comuns entre os bebês 

Pele infantil

Bebê de blusa laranja e fralda coçando barriga com alergia. Foto: Freepik

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Dermatite de contato (ou eczemas de contato), dermatite de fralda, vermelhidão, irritação, descamação e alergia são os problemas mais recorrentes na cútis infantil. As causas são parecidas: perda da camada de gordura, alergia a perfumes, excesso de fricção na limpeza e atrito. Isso vale tanto para os cuidados com a pele do corpo, quanto do couro cabeludo. Mesmo que comuns, o tratamento e o cuidado não são dispensáveis. O agravamento desses quadros pode abrir portas para uma infecção fúngica, como a candidíase. “A exposição excessiva da pele, o aumento da sensibilidade e a falta de proteção torna a cútis um ambiente propício para a proliferação do fungo”, explica Barbato. 

Pele infantil: Quando devo levar meu bebê ao dermatologista? 

pele infantil

Bebê no colo da mãe segurando mamadeira e coelho de pelúcia em consulta ao médico. Foto: Freepik

Mariana pondera que as idas ao especialista podem variar conforme a pele da criança. Há casos, onde a cútis do bebê é super resistente, mesmo não recebendo os cuidados ideais. E apresenta raríssimos ou nenhum caso de alergia e irritação. Por outro lado, bebês com peles ásperas, coceiras e bochechas excessivamente vermelhas exigem um olhar do especialista de maneira periódica. 

Normalmente, esses são sintomas de quadros de dermatite atópica, uma doença crônica de pele e que exige tratamento. Em casos como esses, as visitas ao dermatologista devem ser de, no mínimo, seis em seis meses. Ou conforme a gravidade e periodicidade dos quadros de dermatite. 

Os cuidados e os produtos ideais para o skincare em cada fase da infância 

Pele infantil

Vista superior de embalagens para cremes dermatológicos em fundo de madeira. Foto: Freepik

Cada fase exige um cuidado diferente, assim como uma atenção maior ou menor na hora de comprar os xampus e sabonetes.  Na primeira infância, do nascimento aos 6 anos de idade, as dica são:

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  • Evitar perfumes.
  • Talcos em pó.
  • Sabonetes com aroma. 

Prefira fazer a higiene com água morna potável, gases delicadas, talco líquido e sabonetes syndets (tipo de detergente sintético com 10% menos sabonete e pH baixo). Se preferir usar um perfume, procure rótulos especiais para a idade do bebê e recomendado pelo dermatologista. Já na prateleira dos xampus, priorize os neutros! 

E não coloque o sabonete e o xampu logo no começo do banho, evite que a criança fique mergulhada na água ensaboada por muito tempo. Adicione-os no finalzinho do banho e logo enxágue! 

Na segunda infância, dos 6 anos à puberdade, os sabonetes mais comuns já são permitidos, principalmente nas partes mais íntimas, axilas e pés. Mas, ainda com ressalvas: 

  • Evite o uso de esponjas e buchas.
  • Não introduza na rotina produtos direcionados para a pele adulta. 

O hidratante também é bem-vindo, desde que indicado para a idade. O melhor momento é aplicá-lo logo depois do banho, quando os poros ainda estão dilatados e absorvem bem o produto. 

A partir dos 10 anos, as idas ao dermatologistas já podem se tornar mais frequente. É comum que as crianças entrem na fase da pré-adolescência, o que pede cuidados mais específicos para a prevenção da oleosidade na pele e acne. Pode ser o momento de procurar um sabonete especial para o rosto, um gel de tratamento noturno – desde que instruídos e recomendados por um dermatologista de confiança! As ressalvas nessa fase ficam para produtos oleosos. 

No caso das meninas, a saúde íntima pede atenção desde crianças. Prefira o uso de papéis higiênicos neutros e sem aroma e ensine, desde novas, a direção certa da limpeza: de frente para trás. O movimento contrário é um dos grandes responsáveis por infecções urinárias, principalmente quando as meninas passam a se limpar sozinhas na escola ou fora de casa, destaca a dermatologista. 

Itens indispensáveis para a pele no verão e no inverno

Menina brincando

Bebê de roupa de banho e boné rosa estampados de flores, engatinhando na areia com o mar ao fundo. Foto: Freepik

A cútis, tanto das crianças quanto dos adultos, sofre alterações visíveis conforme a mudança do clima. Tanto o sol quanto o frio podem ser agressivos e pedem por produtos especiais. 

No verão: o filtro solar é indispensável e pode ser usado a partir dos 6 meses de idade do bebê. É importante escolher um produto que seja especial para a pele infantil, com menos química e à prova d’água. Os densos e brancos costumam oferecer uma boa proteção. Depois do dia de praia e piscina, capriche no banho, tire bem o cloro ou sal do corpo e aplique um hidratante próprio para a idade após! Dica: os repelentes também estão liberados a partir de 6 meses, mas sempre procure a recomendação de um dermatologista. 

No inverno: capriche no hidratante! Principalmente se as crianças tiverem um histórico de dermatite atópica. O quadro costuma agravar com a secura climática típica do frio e precisa de uma atenção extra. Sobre os demais produtos, o critério segue o mesmo do ano todo: pouco ou nenhum aroma artificial, neutros, com pouca química e recomendados para idade. 

A dermatologista, Mariana, reforça que é preciso desmistificar o conceito do “cheiro de bebê” e respeitar as necessidades e condições da pele de cada criança! Priorizando sempre a saúde em vez da estética e com um acompanhamento dermatológico de confiança.