Se, na gravidez, a adoção de bons hábitos alimentares é mais do que aconselhável, depois dela, ela continua! Os alimentos na amamentação são uma fonte essencial de saúde e energia para a mãe e para o bebê, e devem ser escolhidos com critério.
No cardápio ideal da lactante, é claro que os alimentos reconhecidamente ricos em nutrientes, como frutas, legumes, verduras, oleaginosas, ovos e carnes, estão liberados. Especialmente as folhas verdes escuras e os alimentos laranjas, ricos em vitamina A, são muito bem-vindos, assim como a boa e velha hidratação, com muita água e umas sopinhas de legumes aqui e ali. Mas e quando bate aquela vontadezinha de comer chocolate e fast food. Será que pode?
O que sai do prato temporariamente
Você, que já é mãe, deixou de comer algum alimento específico durante a amamentação? Acha que alguma coisa que ingeriu fez mal para o bebê? Alguns especialistas dizem que não existem restrições quanto aos alimentos na amamentação, mas a verdade é que certos estudos e mesmo a experiência popular aconselham exclusões pontuais sim. Eu, particularmente, evitei o chocolate, pois foi a única recomendação de restrição que recebi das nutricionistas do hospital em que Catarina nasceu. Então decidi não arriscar (conheço mães que comeram e disseram não ter provocado qualquer efeito no bebê, outras me contaram que, após a ingestão, o filhote teve cólicas intensas; fica, portanto, a seu critério, a decisão de comer ou não).
Mas o que está cientificamente comprovado? Vejamos:
– Evite a ingestão de bebida alcoólica, pois o álcool é passado para o bebê pelo leite e, além disso, provoca perda de hidratação materna. Alguns médicos permitem que a mãe consuma um ou dois cálices por semana, outros nem isso (como é uma questão muito individual, converse com seu pediatra e ouça a recomendação dele). Se beber um pouquinho, espere pelo menos duas horas para a próxima mamada, para que o álcool seja processado pelo seu corpo e entre em menor quantidade na produção do leite. E se quiser umas ideias de drinks deliciosos sem álcool, clique aqui!
– Reduza o consumo de cafeína. Sim, essa é outra substância que o bebê receberá através da amamentação, embora a quantidade que passa pelo leite seja muito menor do que a ingerida pela mãe. O consumo de 200 a 300mL de café por dia (cerca de 2 ou 3 xícaras pequenas) parece ser um limite bem aceitável. Lembre-se de que também há cafeína em certos refrigerantes (cerca de 5 ou 6 copos já teriam a quantidade máxima a ser ingerida por dia, se não houver outra fonte de cafeína em sua dieta), em determinados tipos de chás e em alguns medicamentos (associados a analgésicos para dor, por exemplo). Fique atenta!
– Diminua o consumo de fast food e guloseimas. No período de aleitamento, é importante restringir o consumo de alimentos pobres do ponto de vista nutricional. É a hora certa para incluir alimentos frescos, caseiros e naturais, e se manter longe de industrializados cheios de químicos, corantes e calorias vazias, dessas que só trazem quilinhos a mais e nenhuma saúde.
– Os laticínios são recomendados de modo geral, mas merecem observação. Como, em alguns casos, o bebê pode desenvolver alergia às proteínas do leite de vaca, que, se ingerido pela mãe, passa através do leite materno, há a chance de o pediatra, baseado em uma análise individual, aconselhar uma dieta restritiva. Nesses casos (que não são tão frequentes assim, então acalme-se antes de achar que seu filho tem o problema, ok?), enquanto o bebê estiver em aleitamento materno, a mãe deve deixar de ingerir leite ou qualquer derivado (queijos, manteiga, iogurtes, e qualquer outro alimento com leite em sua composição – certos biscoitos, massas, pães). É difícil, mas não impossível (tive que fazer o teste com Catarina e fiquei um mês sem ingerir esses alimentos; no fim, concluiu-se que ela não tinha alergia, que bom!), é só ter muita força de vontade e apoio da família. Ressaltando que apenas o pediatra poderá fazer o diagnóstico e recomendar a mudança alimentar da mãe e/ou a troca da fórmula infantil (por uma especialmente tratada) para o bebê.
Nunca é demais reforçar
– Exclua o cigarro da sua vida. Não custa lembrar que crianças expostas aos componentes do cigarro por fumar passivamente ou através da ingestão pelo leite materno têm tendência muito maior a desenvolver otites e problemas respiratórios, como asma e bronquite, do que as demais crianças. Além disso, trabalhos relacionam o cigarro ao aumento da ocorrência da Síndrome de Morte Súbita no recém-nascido e à obesidade no futuro.
– Cuidado com medicamentos. Apenas tome aqueles permitidos pelo seu obstetra e pelo pediatra do seu filho. Certos antibióticos, anti-inflamatórios e calmantes são terminantemente proibidos. Anticoncepcionais só podem ser tomados se forem à base de progesterona. Anti-histamínicos (são os antialérgicos, também encontrados em alguns remédios para gripes e resfriados) podem diminuir temporariamente a produção do leite materno, em caso de dúvida converse com seu médico.
Conte para a gente se algum alimento interferiu positivamente ou negativamente na amamentação do seu filho. Deixe um comentário no fim do post e ajude outras mães em suas dúvidas!
Clique para ver outros posts sobre amamentação.
E veja o lindo vídeo do Ministério da Saúde, na campanha de incentivo à amamentação.