Muitas mães costumam me escrever pedindo dicas de viagem em família, perguntando qual o destino para o qual eu mais gostei de ter levado Catarina. Confesso que até as nossas últimas férias, minha resposta teria sido provavelmente algum resort no Brasil, no Caribe, ou Orlando, na Flórida. Mas depois de ter ido, posso dizer com todo o meu coração: a Amazônia com crianças é uma das experiências mais incríveis que você pode passar na vida!

As cores da Amazônia são apaixonantes!

Quando voltei da Amazônia dizendo exatamente isso, muitas pessoas que me conhecem de perto ficaram surpresas. “Mas bem você, que é mulher de cidade, falando assim?”. Pois é, a floresta é surpreendente! É natureza, é força, é se conectar de um jeito com o planeta que eu não imaginava ser possível. E antes que você me pergunte, dá para fazer isso sem ser devorado pelos mosquitos (eu voltei sem NENHUMA picada. E Cacá só teve uma, que eu imagino ter sido de formiga), e com infraestrutura para levar as crianças. Me acompanhe até o fim do post, que eu vou tentar mostrar um pouquinho dessa experiência mágica.

O voo

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Partimos de São Paulo rumo a Manaus, num voo de 4 horas de duração. Conseguimos uma boa promoção de milhas, o que foi ótimo, porque barateou bastante a viagem. Ao chegar no Aeroporto de Manaus, a primeira boa surpresa: ele é ótimo! Amplo, bem organizado, com atendimento ágil – ou seja, comecei a achar a decisão de ir acertada ali (afinal, eu não estava levando minha filha para o fim do mundo. Muito pelo contrário!).

Na hora de planejar a viagem, depois de ler bastante, decidimos ficar três dias em Manaus, e mais quatro em um hotel de selva. Isso porque eu queria conhecer minimamente a cidade, e descobri que alguns passeios seriam feitos mais facilmente se estivéssemos hospedados lá. Quem fica só na selva acaba tendo que fazer percursos maiores para ir a esses mesmos locais, o que não fazia sentido (principalmente com uma criança a tiracolo). E depois que cumpríssemos essa parte da viagem, seguiríamos para o hotel de selva, para ter uma experiência mais completa (recomendo MUITO!).

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Manaus

Manaus é um cidade muito bacana, principalmente se você gosta de calor (eu adoro). É como se você estivesse em uma sauna úmida, quente mesmo. Na cidade existem duas grandes áreas a serem visitadas: a do centro, onde fica o Teatro Amazonas (e onde eu quis ficar hospedada, para não precisar de carro) e a Ponta Negra, onde fica mais uma zona hoteleira e onde vale a pena ir num fim da tarde, para tomar sorvete e ver o por do sol (fizemos isso no último dia em Manaus e foi gostoso).

Praia de Ponta Negra

O hotel de Manaus – o Villa Amazônia

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Quando pensei em fazer essa viagem em família para a Amazônia, eu queria que fosse algo muito especial, e com boa infraestrutura. Tenho alguns parentes que moram em Manaus, por isso sabia que a cidade oferece isso. Acabei optando pelo Villa Amazônia – se você quiser fazer a viagem com conforto e ficando muito bem localizado, essa é a opção número 1, não tenho dúvidas.

O Villa Amazônia (veja aqui) é um hotel super confortável, estilo boutique, mas que aceita crianças numa boa. A estrutura é pequena perto dos grandes hotéis, o que faz com que você tenha um atendimento mais individualizado. Ele também fica a duas quadras do Teatro Amazonas, e dos melhores restaurantes da cidade, o que nos permitia fazer tudo a pé sem cansar.

Eu e Cacá na piscina do Villa Amazônia

O quarto do Villa Amazônia é um sonho: como se você estivesse chegando à Amazônia em grande estilo. Bem decorado, com camas deliciosas e as amenidades que todo mundo adora (sabe aqueles produtos da L’Occitane? Pois é, recheado). Quando chegamos, meu marido (que estava esperando uma baita furada com a viagem) percebeu que o passeio seria bem diferente do que ele havia imaginado (mil vezes melhor).

Café da manhã no Villa Amazônia. Quem acha a Cacá na foto?

As diárias têm café da manhã incluso, mas o restaurante do hotel serve também almoço e jantar. Café completíssimo, com direito a pedir tapioca o omelete feitos na hora. Também jantamos um dia lá (como a Cacá estava cansada na nossa última noite na cidade, preferimos não sair. Essa é uma dica que eu costumo dar para quem viaja com crianças: fique em um hotel com restaurante ou com um bom serviço de quarto que ofereça comida. Porque os pequenos se cansam mesmo, e nem sempre aguentam jantar fora no fim do dia).

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Passeios com crianças em Manaus 

O Teatro Amazonas é o passeio mais famoso na cidade. Ele foi construído na época dos seringais, no fim do século XIX. Em beleza, parece um teatro francês (arquitetura na qual ele foi inspirada, aliás. Na época, Manaus era conhecida como a “Paris dos trópicos”). Vale o tour guiado, para conhece-lo por dentro. Mas vale também dar uma fugidinha o final se a criançada cansar (o que Cacá gostou mesmo de ver foi a réplica do teatro feita com 30.000 peças de LEGO!). Dica: veja a programação de orquestra e ballet e, se tiver pique, compre ingressos com antecedência. Nós ficamos de decidir depois e eles já estavam esgotados.

Cacá vendo a réplica do Teatro Amazonas feita em LEGO

Na praça ao lado do teatro ficam dois dos melhores restaurantes de Manaus: o Caxiri e o Tambaqui de Banda (meu favorito, divino!). O caxiri é mais caro e com pratos mais elaborados, enquanto o Tambaqui de Banda tem como prato principal o peixe que lhe dá o nome, o tambaqui. Peça esse peixe na grelha típico do Amazonas, maravilhoso! Para as crianças há menu kids nos dois lugares, pedida certa que agrada. Ah, a sorveteria da praça também é bem gostosa, e serve sorvetes de frutas típicas da região (cupuaçu, tucumã, graviola, bacuri).

Comendo o meu kids do Tambaqui de Banda: Pirarucu a milanesa, arroz e purê de batata!

Passeios partindo de Manaus

Reservamos um dia para fazer um passeio bem completo: o Safari Amazônico. Fechei pela internet, ainda em São Paulo, com a empresa Olímpio Carneiro, bem conhecida na região e com ótimos preços. O Sr. Olímpio é uma figura, só conhecendo mesmo de perto para acreditar. Ele conhece os passeios da região como ninguém, tanto que freqüentemente sai em programas de TV contando as maravilhas da região.

O Safari Amazônico é um passeio de 8 horas, ou seja, dura o dia todo. Para nós funcionou bem, porque Cacá já está com 6 anos, mas para quem está com crianças pequenas, recomendo dividir esse super passeio em duas ou mais partes. Catarina quase pirou: pegamos um barco e pouco tempo depois fizemos a primeira parada, para pescar pirarucu, um peixe que pode chegar a 100 Kg! Mas é apenas uma atividade divertida proposta pela população ribeirinha, pois, para pescar, você joga uma isca sem anzol. Ou seja, o peixe como a isca, você sente a força dele puxando a corda, mas não consegue pesca-lo (e ele não se machuca também, o que é ótimo).

Pescando pirarucu com o papai!

Depois seguimos para o encontro das águas, do Rio Negro com o Solimões. Uma verdadeira aula de Geografia acontecendo na sua frente! E eu que nem lembrava que o Solimões é o próprio Rio Amazonas, que passa a receber esse nome depois de receber as águas do Negro. Assim ele se torna o rio mais caudaloso do mundo!

Chegando ao encontro das águas (repare na diferença da coloração da duas partes!)

Paramos então para almoçar em um restaurante flutuante (comida bem caseira). E em seguida fizemos um trilha por pontes suspensas, até chegar a um ponto com vitórias-régias.

As vitorias-régias estavam no fim da trilha!

A parada seguinte foi para ver o boto cor-de-rosa! Esse é um passeio em que as crianças piram, porque você entra em pequenos grupos na água, e os guias chamam os botos com peixes. Uma dica: converse com a empresa de turismo que você escolheu para ver como é essa interação. Na que eu fui os botos não podiam ser tocados, o que achei maravilhoso. Há outras em que eles até amarram os bichinhos, o que eu acho que foge totalmente da proposta de ir à Amazônia.

Para finalizar o Safári, fomos a uma aldeia indígena, da tribo Tukuya. Depois que eles apresentaram danças e explicaram um pouco do dia a dia deles (que não recebem ajuda governamental, vivem da caça e do artesanato que fazem e vendem aos turistas), chegou a parte que a Cacá amou: conhecer de perto o bicho preguiça que vive na aldeia. Vale também para ver as formigas que os índios preparam para comer.

Conhecendo a preguiça e vendo as formigas assadas pelos índios

O hotel de selva

Agora senta que vem a melhor parte da história! Ter ficado em um hotel de selva foi uma das melhores experiências que já tive. Sabe aquela sensação de integração com a natureza? Pois é, lá eu senti de verdade. E senti um monte de outras coisas (até o ponto de me perguntar: será que a selva é ali, ou será que é na cidade onde eu moro? Porque ali tudo é perfeito, e funciona em uma harmonia indescritível).

As piscinas naturais do Amazon Ecopark Lodge

Ficamos no Amazon Ecopark Lodge, que fica a 40 minutos de barco de Manaus. E posso dizer? Não poderia ter sido uma escolha mais acertada. Porque ao mesmo tempo em que eu fica na floresta, você está perto da capital, se precisar de alguma coisa (não precisamos, mas com criança é preciso pensar nisso). Outros hotéis ficam a horas de Manaus, e sinceramente acho que eu não iria com a Cacá. Reservei de São Paulo pelo site Zarpo, que foi uma super dica de uma amiga que trabalha com turismo. Realmente a tarifa pelo site foi melhor do que todas as outras, e o atendimento nota 10. Fica a dica: para você ver a tarifa, clique aqui (tem que fazer um cadastro e logo você já verá as datas e o valor).

Passeando pelo hotel de selva

Chegamos ao Amazon Ecopark de barco, e logo entendemos a atmosfera de lá: quartos simples, mas com um chuveiro bom. Comida simples, mas com uma opção de carne, frango e peixe em cada refeição. E muitos, muitos estrangeiros (inclusive trazendo os filhos. E aí eu fiquei me perguntando: como é que as famílias brasileiras ainda não descobriram isso????). Mosquitos? Não!!! E sabe por quê? Olha só que interessante:

O hotel fica à beira de um afluente do Rio Negro, também de águas escuras. E com pH ácido, o que impede a proliferação de mosquitos (diferente dos hotéis que ficam à beira do Solimões, atenção!). Por isso é que não levamos picadas (mas pelo sim, pelo não, eu passava repelente. Mas realmente não vi mosquitos grandes, só uns bem pequenininhos, que eu nem sei se picam. E em pequeno número). Fique com isso em mente quando for à Amazônia, principalmente se estiver levando seu filhote.

Tartarugas no Amazon Ecopark

Mas e o que fazer em um hotel de selva? Nós nadávamos no rio em frente ao hotel, aproveitando cada segundo daquela paz. Ali vimos botos cor-de-rosa passarem nadando livremente (você tem que levar seu filho enquanto isso existe! Porque infelizmente não sabemos como será o amanhã desse paraíso). Nadamos nas piscinas naturais formadas pelo rio nas rochas. Observamos as araras voando soltas de um lado para o outro. Fizemos uma trilha de uma hora e meia na Floresta Amazônica (Cacá junto, super aventureira!). Assistimos ao espetáculo do nascer do sol (e vimos a Floresta se transformar com a chegada do dia), dentro de um barco ancorado na frente do hotel. E fizemos mais dois passeios incríveis: a focagem noturna de jacaré o a ilha dos macacos!

Nadando no rio, na frente do hotel

Quando assistimos ao nascer do sol na Amazônia

Trilha pela Floresta Amazônica

Posso confessar? A focagem de jacarés de um medinho! Porque o passeio é feito em um pequeno barco, depois do por do sol. Isso significa que o caminho é iluminado apenas pela luz da lua e por lanternas! O guia procura os jacarés (e no nosso caso pegou um filhote pequeno, para que víssemos de perto, e depois o soltou, e ele saiu correndo).

A focagem de jacaré

A ilha dos macacos é outro passeio nota 1000 para quem está com criança. Lá os macacos ficam livres, e há um programa muito bonito de devolução de animais capturados para a natureza. Há o comércio ilegal na região e os animais que são resgatados passam pelo trabalho de biólogos para serem readaptados, até que voltam mesmo. Lindo!

Agora imagina o que é uma vivência como essa para uma criança? É algo que nem consigo colocar em palavras. Foi tão lindo proporcionar isso à minha filha, que eu me emocionei demais na hora de voltar. E até hoje, quando pergunto para a Cacá qual foi a melhor viagem que fizemos em família, ela não tem dúvidas em responder: “a Amazônia, mamãe. Quando podemos voltar?”.