O mau comportamento escolar está muito longe de dizer respeito somente às crianças que praticam bullying com os colegas. Diferente disso, problemas de comportamento na escola dizem respeito a todas as crianças que não respeitam a autoridade do professor, que não prestam a devida atenção nas atividades ou que descumprem as regras e combinações do ambiente.

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Lidar com o mau comportamento escolar dos filhos é um desafio muito grande para a família, mas não é algo impossível. Além da família, a própria criança e os professores que a atendem também se vêem em maus lençóis quando o assunto é trabalhar comportamentos inadequados.

Vale lembrar que o mau comportamento escolar pode produzir uma série de consequências para as crianças. Alguns dos aspectos da vida dessas crianças que são mais prejudicados são:

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  • Desempenho escolar
  • Respeito a autoridades, aos limites e às vontades de outras pessoas
  • Relacionamentos interpessoais e socialização
  • Saúde emocional

Ou seja, crianças que apresentam mau comportamento escolar costumam ter mais dificuldade não apenas de manter seu rendimento escolar. Elas também podem ter mais prejuízos na consolidação de relacionamentos entre amigos, colegas e pares, de acordo com estudos.

Intervenção com crianças com mau comportamento escolar

mau comportamento escolar

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O primeiro e mais importante passo para os adultos que querem trabalhar o mau comportamento escolar do seu filho é avaliar o que vem acontecendo e qual a sua gravidade. É fundamental que as mães, pais e responsáveis coloquem na balança o peso dos comportamentos da criança antes de decidirem como reagir.

Por exemplo, uma criança que se mostra agressiva, tem dificuldade de respeitar os colegas e/ou pratica bullying na escola precisa de intervenções diferentes do que aquela criança que está sendo desatenta nas aulas, está se atrasando para voltar do intervalo ou não está respeitando as combinações quanto ao uniforme escolar.

Essa avaliação inicial é muito importante porque é ela que garante que a criança receberá a atenção e a intervenção correta e adequada ao seu caso, sem exageros. Além disso, é essa avaliação inicial que garantirá que as crianças que estão apresentando mau comportamento escolar não vão se revoltar.

Algumas pesquisas recentes demonstram que crianças com problemas de comportamento podem se sentir injustiçadas quando a intervenção é mais séria do que o necessário. Nessas situações, os estudos apontam para agravamento dos problemas comportamentais. Ou seja, se a criança sentir que a intervenção é muito mais rígida que o necessário, é bem provável que ela possa piorar a sua conduta, como uma forma de mostrar seu sentimento de injustiça.

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Intervenção conjunta

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É muito, mas muito importante que a mãe, o pai, os familiares e responsáveis contem com ajuda do ambiente escolar na avaliação e na resolução de problemas comportamentais ocorridos com as crianças. Diversos estudos apontam que cenários nos quais família e escola se unem para solucionar este tipo de dificuldade têm maior êxito do que tentativas solitárias, seja da família ou da escola. Ou seja, todos os adultos próximos da criança precisam participar da resolução do problema.

Apesar do auxílio da escola, especialistas lembram que a família precisa ter em mente que é ela a protagonista dessa história. A família e os adultos mais próximos são os principais exemplos para a criança. Isso quer dizer que os pequenos aprendem por meio do exemplo, muito mais do que pelas palavras. Ou seja, é possível que boa parte do mau comportamento escolar disseminado pela criança seja resposta a algo que ela está vivenciando no ambiente familiar.

Atenção

É muito importante que as famílias tentem compreender o contexto da criança. Se os adultos buscarem compreender o que está acontecendo e por quais razões a criança está se comportando de determinada forma será muito mais fácil construir intervenções justas e resolutivas.

Quando o adulto senta para conversar, pergunta a opinião da criança, dá tempo para ela pensar e responder, ele está mostrando que existem formas saudáveis de apresentar seus problemas, por meio do diálogo. Essa postura baseada na atenção, no acolhimento e no amor favorece que a criança passe a imitar o comportamento.

É fundamental que a criança se sinta amada e ouvida. Por isso, pergunte a versão da criança sobre os ocorridos, pergunte o que ela sentiu e pensou. Deixe a criança contar a sua história. Diversos estudos mostram que as crianças que têm maiores problemas de comportamento são justamente aquelas que sentem que não recebem atenção suficiente. Por isso, dar atenção e tempo para a criança é uma forma saudável de resolver o problema.

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Especialistas afirmam que crianças que sentem que são ouvidas quando fazem uso da palavra tendem a deixar o mau comportamento escolar no passado. Isso ocorre porque os pequenos descobrem que não precisam mais daquela antiga postura para conseguirem o que querem.

Autoridade

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Mamães, papais, prestem atenção: sob nenhuma circunstância vocês devem ceder ao desejo da criança quando ela apresenta mau comportamento escolar. Psicólogos infantis lembram que quando a criança apresenta um problema de comportamento e o adulto cede ao seu desejo isso atrapalha (e muito!) todo o processo de aprendizagem sobre limites. Isso acontece porque a criança passa a entender que quando ela quiser alguma coisa, é só agir daquele jeito inadequado que ela vai receber.

Basicamente, ceder ao desejo da criança nessas situações é uma forma de reforçar que o pequeno continue fazendo aquilo sempre que quiser algo.

Lembre-se: dialogar e ouvir a versão da criança não é o mesmo que deixar ela fazer o que quiser. Você é adulto e deve estar à frente das decisões. Essa dica é particularmente importante para crianças que têm comportamentos agressivos.

Interesse

Enfrentar o comportamento inadequado da criança de forma muito veemente pode não somente não resolver, como também pode vir a agravar o problema. Por isso, uma série de estudiosos afirmam que uma boa alternativa para trabalhar o problema de mau comportamento escolar das crianças é buscar mantê-las motivadas. Uma boa saída para esse caso é procurar entender quais são os interesses da criança, quais atividades ela gosta de fazer.

Tenha cuidado: não tome as decisões por ela. É comum que os adultos planejem uma série de atividades para a criança com a melhor das intenções, mas esqueçam o principal: perguntar para ela. Converse com a criança e pergunte do que ela gosta, o que a interessa e o que ela gostaria de poder fazer. É relativamente normal que as crianças não saibam ou não queiram responder isso, vindo com retóricas como: “não sei”, “qualquer coisa” ou “tanto faz”. Nesses casos, trabalhar as outras dicas é um bom início. Dê tempo para ela ver que você está sinceramente interessado nela e que pode te contar seus desejos.

Estudos demonstram que crianças que mantêm suas cabecinhas preenchidas com atividades positivas e que as motivam costumam reduzir significativamente os seus problemas de mau comportamento escolar. Por isso, aposte no desejo do seu filho e deixe ele te contar o que o interessa.

O castigo resolve?

 

 

mau comportamento escolar

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Diversos campos da psicologia já descobriram que a punição é o pior caminho para “ensinar” algo para as pessoas, sejam crianças ou adultos. De modo geral, a punição não somente não soluciona o problema como ainda cria outros, muitas vezes piores. Por exemplo: é normal que crianças que são castigadas pelo comportamento “A” não deixem de ter esse comportamento, mas passem a se comportar de forma “A” escondidas.

Além disso, as pesquisas sobre o assunto também demonstram que, além de passarem a fazer as coisas escondidas, as crianças submetidas a muitos castigos também aprendem a mentir para os adultos. Especialistas também alertam que essas mesmas crianças costumam ter mais dificuldades de construir laços de confiança. Isso costuma acontecer porque os adultos que elas têm como seus protetores e cuidadores costumam ser os mesmos que as punem: familiares e professores.

Com isso, apesar de existir sempre a possibilidade de fazer uso de castigos para tentar “dar uma lição” na criança, o mais indicado é que esta seja a última alternativa.

O que fazer, então?

Antes de pensar em punições severas e precipitadas, é importante que as famílias procurem estratégias mais efetivas de solucionar o problema de mau comportamento escolar. É claro que, eventualmente, o castigo pode ser um caminho, mas ele nunca pode ser o fim. Isso quer dizer que o castigo deve, no máximo, estar entrelaçado a uma série de outras estratégias que – juntas – consigam ajudar a criança a abandonar seus comportamentos ruins.

Ou seja, não adianta fazer uso de brigas, gritos e autoritarismo com a criança. Esses comportamentos apenas mostrarão para ela que essa é a forma correta de solucionar os problemas. Esse tipo de postura apenas piora a situação da criança, fazendo com que ela se comporte cada vez pior.

O mais indicado para problemas de mau comportamento escolar é tentar construir diálogos com a criança e fazer uso das dicas apresentadas nesse texto. É claro que nem todas as opções são possíveis para todos os casos. Por isso, analise a situação real do seu filho e as suas condições de fazer uso de uma ou mais alternativas apresentadas aqui.

O que achou desse conteúdo? O seu filho está com mau comportamento escolar? Escreva a sua experiência nos comentários e compartilhe conosco.