Vida de mãe é assim: quando tudo parece calmo, se segura, porque lá vem terremoto! E já que início de ano merece uma emoção extra, lá vamos nós enfrentar a temida adaptação escolar! Como vocês que acompanham o blog sabem, coloquei Catarina na escola em outubro do ano passado. Sofri algumas críticas: “mas isso é hora de colocar a menina? Quando ela estiver se acostumando, começarão as férias, e no ano que vem será uma nova adaptação!”. Mas segui meu coração de mãe que dizia que aquela era a hora certa, e não me arrependo (ela pedia por companhia e atividades, e acho que a escola só lhe fez bem).
Sim, Catarina passou por uma adaptação escolar na ocasião (como eu já contei nesse post aqui e nesse outro), e eu pensei que seu retorno após as férias teria algumas intercorrências, mas que de forma geral seria mais tranquilo do que o processo anterior. Na semana que precedia a volta às aulas, tive uma notícia que considerei ótima: sua professora nesse ano seria a mesma do ano passado. Eu sei que nesses casos o vínculo entre as crianças e a professora tende a ficar mais intenso (o que pode dificultar a passagem para uma outra, no ano seguinte), mas sendo bastante sincera com vocês: estava aliviada e feliz com a comodidade.
Entretanto (e ele sempre aparece quando lidamos com os pequeninos), as coisas não saíram como eu esperava. Vamos então à epopeia:
Primeiro dia, segunda-feira: Catarina deu uma choradinha básica. Mas como estava com saudades da professora, passou rapidamente e em 20 minutos eu havia conseguido deixar a escola.
Segundo dia, terça-feira: Catarina também grudou na barra da saia, disse que não queria que eu saísse da escola. E vejo que muito tinha a ver com a presença das outras mães no espaço escolar. Em outubro eu era a única mãe em adaptação, e ela se acostumou a enxergar o local como destinado apenas às crianças. Mas agora, com tantos alunos novos e suas famílias, Catarina (bem esperta) percebeu que se chorasse, eu também ficaria.
No ano passado, foram poucos os dias em que a deixei literalmente aos prantos nos braços da professora. Mas dessa vez… Não houve papo! Quanto mais eu falava, mas sua ansiedade aumentava. E o resultado eram minutos perdidos, desgastantes, porque no fim das contas eu tinha que sair, ela berrava e parava em menos de um minuto (o que eu comprovava escondida). Ah, e sabem como era a carinha dela quando eu chegava? A mais feliz do mundo! Contava mil novidades, dizia que queria ficar mais tempo lá (e eu só conseguia pensar: “sua danada! Então porque tantas lágrimas horas atrás?”).
Terceiro dia, quarta-feira: quando tudo parecia mais tranquilo (e como eu disse, nessas horas você desconfia, porque vem chumbo grosso!), a professora me deu a seguinte notícia assim que cheguei para entregá-la: “sinto muito, mas estou saindo amanhã da escola para assumir uma posição em um novo colégio” (oi? Como assim?). E aí, minhas caras… Foi o maior auê! Porque no dia seguinte já não havia mais a pessoa que era a maior referência da pequena no ambiente escolar. Era preciso começar do zero (ou do menos 1, porque a professora tinha simplesmente sumido do dia para a noite!).
Quarto dia, quinta-feira: Catarina não queria ir para a escola. Mas foi. E chorou, chorou… Enquanto estava longe de mim, tudo certo! Mas o momento da separação foi sofrido (não sei se mais para mim – que a via chorar – ou para ela). O coração só ficou mais tranquilo em ver que suas lágrimas duraram pouco e que o sorriso na saída da escola era contagiante.
Quinto dia, sexta-feira: replay do dia anterior. Com a diferença de que o vínculo com a nova professora parecia já estar começando a ocorrer (e aí eu tive que tirar o chapéu para a equipe da escola, que deu o maior suporte para isso acontecer no menor tempo possível).
E agora estou aqui, a algumas horas da segunda-feira, sabendo que com crianças damos dois passos para a frente, depois um para trás. A caminhada não é linear, mas ninguém pode reclamar de monotonia. Que os bons ventos da adaptação cheguem logo!