Os sinais de alerta para depressão pós-parto podem, em muitos casos, serem detectados antes mesmo de o nascimento do bebê acontecer. Isso porque, muitas mulheres desenvolvem a depressão depois do parto, mas, na realidade, os primeiros sintomas, mesmo que mais “leves”, podem aparecer com o feto ainda no ventre da mãe.
Por isso, ficar atento ao que acontece com a mulher antes, durante e depois do parto é de suma importância para oferecer a ela a ajuda necessária, com acompanhamento psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico.
Neste texto, buscamos esclarecer os principais sinais de alerta para depressão pós-parto, a fim de informar você e assim auxiliar na disseminação de saúde mental para todas as mulheres. Não deixe de conferir!
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Mulher pensativa e com semblante de triste. Foto: Canva
Sinais de alerta para depressão pós-parto
Os sinais de alerta para depressão pós-parto podem ser detectados em diferentes intensidades, que variam de mulher para mulher. Afinal, como cada sujeito é único, ele pode expressar os sintomas e as suas emoções de maneira distinta e única.
Portanto, avalie os pontos abaixo levando em conta que para ser caracterizado como depressão pós-parto não é necessário “gabaritar” todos os sintomas. Mas, sim, caso desconfie da depressão, procure ajuda psicológica o quanto antes, mesmo quando crer que os sintomas ainda estão “leves”, ok?
Vale ressaltar, ainda, que os sinais de alerta para depressão pós-parto costumam aparecer por volta da quarta semana depois do nascimento do bebê, mas há mulheres que experimentam os sintomas até um ano depois. Por isso, é importante ficar atenta às próprias emoções.
Siga com a sua leitura para saber mais:
1. Diminuição no interesse por atividades cotidianas e até prazerosas
Um dos sinais de alerta para depressão pós-parto é justamente o desinteresse que a mulher passa a ter por atividades diversas. Essas atividades incluem aquelas que ela gostava de fazer, como um hobby, por exemplo. Além disso, a falta de interesse pode aparecer no trabalho, nos estudos, no relacionamento com o marido ou esposa, e assim por diante.
Aos poucos, a mulher pode demonstrar comportamentos apáticos nesse sentido, como se agisse no piloto automático e não tivesse mais o desejo de desenvolver nenhum tipo de atividade.
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2. Alterações significativas no sono – não provocadas pela rotina do bebê
Obviamente, os primeiros meses de vida do bebê podem mexer profundamente com a rotina de sono dos pais. Porém, quando essa rotina de sono é quebrada não pelo bebê, mas por questões da própria mulher, podemos considerar como um dos sinais de alerta para depressão pós-parto.
É o caso de a mãe não conseguir dormir de forma alguma, mesmo quando o bebê está dormindo tranquilo. As preocupações e os pensamentos negativos invadem a mente de um modo que prejudica o descanso.
Em contrapartida, a mulher também pode apresentar um sono excessivo, dormindo “além da conta” e nunca se sentindo suficientemente descansada.
3. Sinais de alerta para depressão pós-parto: Tristeza e choro fácil
A tristeza e o choro fácil também podem ser presentes nos casos de depressão pós-parto. A sensação de desesperança, vazio e falta de felicidade prejudica o bem-estar e a saúde da mãe.
Até mesmo nos momentos em que, para os outros, tudo parece tranquilo e OK, a mulher pode sentir uma sensação de falta de propósito, de tristeza profunda, um mal-estar.
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Mulher triste e chorando. Foto: Canva
4. Sinais de alerta para depressão pós-parto: Pensamentos recorrentes de morte
Os pensamentos que envolvem a morte também são um dos principais sinais de alerta para depressão pós-parto. A mulher com DPP pode não necessariamente pensar em tirar a própria vida, mas pode começar a imaginar como seria morrer e de que forma isso poderia ser um alívio para o seu sofrimento.
Esses pensamentos, quando alimentados frequentemente, podem vir a desenvolver ideações suicidas e, mais tarde, tentativas de suicídio.
Por isso, se a mulher pensa muito sobre morte e morrer, é recomendado que procure ajuda psicológica para compreender o que esses pensamentos podem estar fomentando e quais as emoções e questões por trás deles.
5. Fadiga excessiva e perda de energia
Como vimos anteriormente, as alterações no sono são um dos sinais de alerta para depressão pós-parto. Mas, além delas, a fadiga e a fácil perda de energia também pode ser um dos sintomas.
Isto é, a mulher pode até sentir que dormiu bem, mas, logo após acordar, começa a sentir que a sua energia vai se esgotando mais rápido do que o normal, e qualquer atividade simples pode se tornar extremamente cansativa – como por exemplo, lavar a louça.
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Mulher chorando enquanto é abraçada. Foto: Canva
6. Sensação de incapacidade de lidar com as novas demandas
As novas demandas que surgem durante a gestação e logo após o nascimento do bebê podem, em muitos casos, assustar a mulher – e não é para menos, pois são tantas mudanças, não é mesmo?
Em alguns casos de DPP, a mulher pode encarar todas essas transformações como algo que exige além do que ela é capaz de suprir. Ela pode ter uma autoestima muito abalada por conta disso, vendo-se como uma mãe ruim ou “incapaz”.
A sensação de não conseguir suprir com todas as necessidades do filho, e até mesmo o medo de deixar com que ele morra são sinais cognitivos e emocionais que podem denunciar o desenvolvimento da depressão pós-parto.
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7. Queixas psicossomáticas é um dos sinais de alerta para depressão pós-parto
As queixas psicossomáticas também podem aparecer em muitos casos. Dentre elas, podemos citar:
- Enxaqueca;
- Problemas digestivos;
- Dores no corpo;
- Tensões musculares;
- Alergias;
- Disfunções sexuais dolorosas;
- Entre outras.
Se a mulher tem experimentado sintomas de dor ou desconforto que não são causados por doenças, mas, sim, tem associação com as emoções, o ideal é buscar ajuda psicológica para investigar não apenas a possibilidade de DPP, como também de qualquer outra questão psicológica.
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Mulher triste. Foto: Canva
Uma mãe com depressão não necessariamente “rejeita” o bebê
Um ponto que devemos considerar quando pensamos nos sinais de alerta para depressão pós-parto é que nem toda mãe com depressão irá rejeitar o bebê. Isto é, embora o senso comum possa crer que todas as mulheres com DPP não aceitam ou “não amam” os seus filhos, isso é uma inverdade.
Muitas mulheres podem se sentir realizadas ao engravidarem, amando os seus filhos e fazendo o possível para dar o melhor a eles, e ainda assim ter outros sintomas de depressão. Uma coisa não anula a outra.
O tratamento pode ser medicamentoso, hormonal e psicoterapêutico
O tratamento para a depressão pós-parto será desenvolvido de acordo com o quadro clínico da mulher. Mas, basicamente, ele pode envolver três pontos principais:
- Tratamento psicoterapêutico: No consultório com o psicólogo, a mulher poderá pensar sobre as suas questões emocionais, entender como se sente, por que se sente assim e quais são as alternativas para lidar com as adversidades desta nova fase.
- Tratamento hormonal: Como o pós-parto pode desencadear uma série de efeitos no organismo da mulher, o desequilíbrio hormonal também acaba fomentando o desenvolvimento do humor deprimido. Por isso, o médico pode prescrever uma reposição hormonal nesta fase.
- Psicofármaco: A psicofarmacologia consiste em medicamentos que auxiliam no equilíbrio das emoções e funções cerebrais, promovendo uma diminuição dos sintomas de DPP e um aumento na qualidade de vida da mulher.
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A internação em casos suicidas e com risco de infanticídio
Em casos nos quais a mulher demonstra ideações suicidas ou tentativas de suicídio, a internação pode ser necessária. O mesmo vale para casos com riscos de infanticídio.
Assim, na clínica psiquiátrica, a mulher poderá receber o suporte multidisciplinar para atravessar esse momento, fortalecer a sua saúde mental e desenvolver um vínculo mais saudável entre mãe-bebê.
Por isso, em casos de pensamentos suicidas ou sinais intensos de DPP, procurar uma clínica de internação pode ser relevante.
Cuide-se!
Mulher triste com depressão pós-parto. Foto: Canva
Referências
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TOLENTINO, E. da C.; MAXIMIN, D. A. F. M.; SOUTO, C. G. V. de. DEPRESSÃO PÓS-PARTO: CONHECIMENTO SOBRE OS SINAIS E SINTOMAS EM PUÉRPERAS. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 59–66, 2016. DOI: 10.17695/revcsnevol14n1p59-66. Disponível em: https://revista.facene.com.br/index.php/revistane/article/view/77. Acesso em: 17 fev. 2023.
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