Depressão pós-parto: quais são as principais causas, sintomas e tratamentos? Confira tudo sobre esse tema muito importante no artigo de hoje.
Existe uma expectativa social de que o momento da gravidez e do pós-parto seja marcado apenas por sentimentos de felicidade e excitação. E, bom, não existe uma regra para isso, até porque cada mulher pode vivenciar esse período de uma forma.
Logo, algumas tendem a ficar mais cansadas, deprimidas e irritadas, o que é perfeitamente normal durante os primeiros dias após o parto. Agora, quando os sintomas ficam mais intensos e duram mais do que duas semanas, aproximadamente, é preciso ter atenção, pois pode ser a depressão pós-parto (também conhecida pela sigla DPP).
No Brasil, estima-se que 25% das mulheres tenham depressão pós-parto, segundo um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Ou seja, uma em cada quatro mães apresenta sintomas após o nascimento do bebê.
A doença, inclusive, gera muitas dúvidas entre as pessoas: o que é a depressão pós-parto, quais são os sintomas, quais os tratamentos? Depressão é o mesmo que baby blues? São muitas as perguntas e, pensando nisso, criamos esse artigo completo para você sanar todas as suas dúvidas!
Leia a seguir.
Mulher com depressão pós-parto deitada na cama, triste. Crédito da foto: Freepik
O que é depressão pós-parto?
A depressão pós-parto é uma doença que aparece após a gestação e pode surgir até o primeiro ano de vida do bebê.
É caracterizada como um quadro depressivo que envolve o sentimento de tristeza, pessimismo, diminuição da disposição, tendência a olhar para as coisas de uma forma negativa, sem saída, além da falta de vontade de cuidar do bebê ou excesso de proteção, entre outros.
Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais grave, conhecida como psicose pós-parto.
A depressão pós-parto é uma doença que acomete mulheres após o parto.
Essa condição é definida como uma profunda tristeza que pode trazer consequências tanto para mãe como o bebê, pois há comprometimento do vínculo entre eles, que pode inclusive não ocorrer.
Mãe com depressão pós-parto, conversando com a avó no sofá. Foto em preto & branco. Crédito da foto: Freepik
Principais causas da depressão pós-parto
Em suma, as causas da depressão pós-parto envolvem diversos fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além do histórico de doenças e/ou transtornos mentais e também as alterações hormonais, comuns no puerpério.
Os principais são:
- Quadros depressivos antes ou durante a gravidez;
- Histórico de depressão (inclusive pós-parto) na família;
- Ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais;
- Gravidez indesejada;
- Contexto social no qual está inserida;
- Falta de rede de apoio;
- Alimentação inadequada;
- Sedentarismo;
- Privação de sono;
- Isolamento;
- Alterações hormonais após o parto (normal e mais comuns em baby blues).
Quais são os sintomas de depressão pós-parto?
A depressão pós-parto pode passar despercebida ou ser menosprezada, o que é um grande risco.
A princípio, os sintomas da depressão pós-parto são parecidos como os de qualquer quadro depressivo, a diferença é que esta doença também envolve o vínculo com um recém-nascido.
São eles:
- Tristeza profunda;
- Pessimismo;
- Alterações na alimentação (falta de apetite ou excesso de fome);
- Anedonia (perda de prazer em fazer atividades diárias);
- Alterações no sono (insônia ou dormir demais);
- Visão negativa da vida, as coisas parecem “sem saída”;
- Cansaço;
- Insegurança;
- Irritabilidade;
- Fadiga;
- Choro frequente;
- Inquietação;
- Ansiedade;
- Sentimentos de desvalia ou culpa inapropriada;
- Dificuldade em se concentrar;
- Em casos graves, pensamentos suicidas, delírios e alucinações;
- Dificuldade para se concentrar e tomar decisões;
- Vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria;
- Falta de vontade de cuidar do bebê ou apresentar cuidado excessivo.
Quanto tempo duram os sintomas?
A duração dos sintomas pode ser variável, podendo iniciar logo após o nascimento até meses depois. Na presença de qualquer sinal ou sintoma, o tratamento adequado deve ser iniciado o quanto antes, sempre com acompanhamento profissional.
Mãe jovem exausta, com o seu bebê no colo com uma maçã. Crédito da foto: Freepik
Existe tratamento para essa doença?
O tratamento da depressão pós-parto vai depender do nível da doença e orientação do médico. Pode envolver o uso de medicamentos, sempre com prescrição médica, além de psicoterapias e grupos de apoio, que são benéficos para a mulher.
Hoje em dia, felizmente existem medicações seguras tanto para a gestação como durante a amamentação. A ausência de tratamento, inclusive, pode ser prejudicial para o bebê.
Portanto, superar essa tristeza é essencial para saúde da mãe e para o relacionamento entre ela e o bebê.
A seguir, conheça alguns fatores que podem ajudar:
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Consulte um profissional;
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Procure apoio familiar ou de algum amigo;
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Se distraia com atividades de lazer;
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Repouse;
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Fortaleça sua autoestima;
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Reconheça as mudanças que ocorreram e tente aceitá-las.
Depressão pós-parto tem cura?
Sim, se a paciente fizer o tratamento corretamente, seguindo as orientações médicas, é possível curar a depressão pós-parto.
Como prevenir a depressão pós-parto?
De forma breve, prevenir a depressão pós-parto envolve, basicamente, a detecção precoce da doença.
Ou seja, mulheres que já tratam uma depressão ou outra doença psiquiátrica, ou quem já teve a condição em outra gravidez devem avisar ao médico durante o pré-natal. Todas essas informações devem ser passadas ao profissional de saúde para que ele e a gestante fiquem mais atentos.
Além disso, outra coisa que pode ajudar é conversar com outras mães, famílias, pediatras, obstetras, para pegar dicas de como se preparar para a gestação. Tendo em mente que a família passará por uma série de mudanças, principalmente no sono, para definir qual será o papel de cada um.
Leia mais: Estudo afirma que anestesia peridural diminui chance de depressão pós-parto.
Mãe triste e cansada segurando seu bebê, sentada na mesa em frente ao computador. Crédito da foto: Freepik
Como ajudar alguém com depressão pós-parto?
Primeiramente, uma boa forma de ajudar essa mulher é oferecendo auxílio para ela, seja com as atividades diárias ou até mesmo com os cuidados do bebê.
Afinal, esse é um apoio fundamental para o lado emocional e também para os afazeres. A mulher se cobra muito e às vezes isso pode ajudar a causar o transtorno
Outras dicas para ajudar uma mãe nesse estado é:
- Não invalide ou diminua os sentimentos da mulher: Não é a hora de julgar, mas sim demonstrar que está tudo bem, que ela tem uma rede de apoio e que o que ela está sentindo importa.
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Mostrar apoio durante e após a gestação: Afinal, esse é um momento muito delicado. A nova mamãe precisa de apoio durante a gestação e após o nascimento do bebê. É importante que ela reconheça sua rede de apoio, tendo a certeza que estarão presentes quando ela precisar.
- Indicar a presença de um profissional para ela: Uma forma de ajudar é com a sugestão da ajuda de um profissional, que poderá iniciar o tratamento adequado. Apoiá-la e acompanhá-la a uma consulta demonstra interesse e suporte.
O que é depressão gestacional ou pré-parto?
O termo “depressão pré-parto” é como ela é popularmente conhecida e chamada pelas pessoas, porém, em termos médicos, o certo é depressão gestacional, isso é, que ocorre durante a gravidez.
Os sintomas também são os mesmos: tristeza, pessimismo, falta de apetite, alterações no sono, olhar negativo para as coisas, entre outros sintomas.
Muitos dos quadros de depressão pós-parto já eram depressões gestacionais que não foram reconhecidas. Isso porque os sintomas de cansaço, alteração de sono e apetite, insegurança, por exemplo, são vistos como normais da gravidez e, assim, passam despercebidos.
Qual a diferença entre depressão pós-parto e baby blues?
Muitos confundem o baby blues com a depressão pós-parto, mas são condições diferentes. Vamos entender melhor!
Primeiramente, durante o puerpério (aquela fase pós-parto que dura 40 dias) a mulher experimenta algumas modificações no corpo, principalmente pela variação hormonal, que apresenta uma queda depois do parto.
Neste período, pode surgir o baby blues, que é um momento temporário de maior sensibilidade, fragilidade, cansaço, e que desaparece em algumas semanas. Ou seja, é algo frequente nas mulheres porém é auto limitada, então dura em torno de duas semanas com melhora completa dos sintomas. Nesse caso, não há a necessidade de tratamento.
Como o baby blues tende a desaparecer após essas duas semanas após o parto, se passar uns 15 dias e essa mulher ainda apresentar os sintomas, isso já deverá ser visto como um sinal de alerta.
Relembrando os sintomas do baby blue, podem ser esses: choro frequente, desânimo, fadiga, tristeza, ausência de prazer, etc – e pode haver ainda um aumento de intensidade desses sintomas.
A grande diferença da depressão pós-parto para o baby blues é o tempo e a intensidade. Logo, a depressão pós-parto tem sintomas mais intensos e de longa duração e, na maioria dos casos, necessita de tratamento profissional.
Mulher segurando seu bebê no colo. Crédito da foto: Freepik
Outras dúvidas sobre a depressão pós-parto
Confira a seguir outras dúvidas muito comuns que giram em torno desse tema!
O tipo de parto influencia na depressão pós-parto?
Não, o tipo de parto não possui influência nessa doença, seja ele normal ou uma cesária.
O que pode acontecer é que a paciente sonhava com um parto normal e, no momento, não foi possível realizá-lo. Isso pode desencadear um estresse e frustração, mas que também não justificaria uma depressão pós-parto.
Existe depressão pós-parto em homens?
Há uma certa divergência no tema. As especialistas consultadas explicam que a depressão pós-parto masculina não existe, pois os homens não passam pela experiência do parto, e sim as mulheres.
O que pode acontecer, muitas vezes, é o pai se sentir mais excluído ou carente de atenção, além de triste, cansado, irritado, mas não se configura como uma depressão pós-parto, e sim como um quadro depressivo “comum”, dependendo do caso.
Já o Ministério da Saúde diz que, até então, entendia-se que apenas as mulheres eram atingidas pela depressão pós-parto. No entanto, os avanços nos estudos têm comprovado que homens também podem desenvolver o problema.
Ter um bebê prematuro também pode influenciar?
Não. Mães que tiveram bebês prematuros podem passar por um nível de estresse mais alto, mas também não significa que elas terão depressão pós-parto por causa disso.
Uma mãe que já teve depressão pós-parto, mas que deseja ter outro bebê terá a doença de novo?
Não necessariamente, porém a mulher que teve a depressão pós-parto em uma gravidez tem mais chances de ter na segunda ou terceira vez, do que aquelas mães que nunca tiveram.
Quem tem depressão ou outro transtorno pode ter depressão pós-parto?
Sim, as chances são maiores para pessoas com quadros de depressão antes da gestação ou também para quem tem a doença de forma crônica.
Essa doença pode se tornar crônica?
Se não tratada, a depressão pós-parto pode, sim, se tornar crônica. Por isso é importante buscar o tratamento o quanto antes!
Por fim, agora que você já sabe tudo acerca desse tema tão importante, tome todos os cuidados e previna-se!
Cuide-se e – se você estiver grávida -, busque uma rede de apoio para estar ao seu lado durante toda a gestação e período de pós-parto. Saiba que é normal se sentir triste, esgotada ou cansada durante esse período, mas caso precise de ajude não hesite em buscar ao lado dos seus entes queridos!
E, se preciso, busque também ajude profissional e psicológica. Lembre-se: você não está sozinha!