A menstruação atrasa, os enjoos começam, os seios aumentam de volume e até a barriga cresce também… Esses são os sinais comuns que indicam que a mulher está esperando um bebê. Porém, esses indícios também podem significar um quadro diferente: uma gravidez psicológica

Tem gente que pensa que isso não existe, ou que só acontece nos programas de TV. Mas a gravidez psicológica é real, sim. Também chamado de pseudociese, o quadro merece atenção, pois demanda tratamento sério (e muito além do ginecológico).

Entenda mais sobre gravidez psicológica a seguir, e tire suas dúvidas sobre o assunto:

Imagem: 123RF

Por que a gravidez psicológica ocorre?

Muitas pessoas acreditam que a frustração por não conseguir engravidar ou então o medo de uma possível gestação originem uma gravidez psicológica. No entanto, esses fatores não são determinantes, sozinhos, para a decorrência do quadro. O que acontece normalmente é que mulheres que se encontram muito fragilizadas (por essas causas ou ainda outras) estão mais propensas a passar por isso.

Resumindo: a gravidez psicológica é desencadeada por uma série de emoções. Se, além das citadas, a mulher sofrer pressão para engravidar, estiver insegura no relacionamento com o parceiro, estressada ou se já sofreu aborto espontâneo, ela está mais suscetível a desenvolver o quadro. Quem sofre de depressão e outras psicopatias, ou possui tendência para apresentar esses problemas, também pode estar mais propensa.

Como diagnosticar a gravidez psicológica?

Muitas mulheres que tiveram gravidez psicológica afirmam terem sentido enjoos e aumento da barriga, sintomas típicos da gestação. Em casos mais sérios, algumas chegam até a produzir leite. Isso ocorre porque a alteração emocional em que a mulher se encontra pode ser tão intensa que altere a produção de alguns hormônios, como a prolactina, cuja ação é capaz de distender o intestino (o que dá a impressão de a barriga estar maior) e produzir leite pelos seios.

Outros sintomas de uma gravidez psicológica podem ser o atraso da menstruação, a sensação de movimentos do bebê na barriga e contrações (como no trabalho de parto).

Porém, um fato importante não tem como ser alterado: em caso de gravidez psicológica, o teste de gravidez dará negativo! Para dar positivo, os níveis de hCG devem estar altos, já que este é o hormônio que formará a placenta (e ele só aumenta se de fato houver um embrião em formação). Agora, caso a mulher não esteja realmente esperando um bebê, o nível dessa substância não será detectável pelos testes.

Infelizmente, mesmo com testes negativos e ultrassom sem detecção do feto, em muitos casos é difícil convencer a mulher com gravidez psicológica de que ela não está grávida.

Tem tratamento?

Além do ginecologista que ateste que não há um bebê a caminho nesse momento, a mulher com gravidez psicológica precisa de tratamento psicológico e psiquiátrico. O ideal é que esses especialistas façam uma terapia multidisciplinar, para ajudar na identificação da causa e tratá-la adequadamente. Se necessário, remédios para cessar a produção de leite, regularizar a menstruação ou mesmo psiquiátricos também podem ser prescritos.

Dá para engravidar depois?

É possível engravidar depois de uma gravidez psicológica mas, antes, é fundamental que a mulher passe por um tratamento adequado, pois sintomas emocionais como estresse e ansiedade são fatores que podem prejudicar bastante o sucesso de uma gestação.