Controlar a raiva no dia a dia com os filhos é uma tarefa árdua para alguns pais. A rotina corrida, a carga de trabalho e todas as exigências da parentalidade podem causar esse tipo de desconforto. Por isso, neste conteúdo nós apontamos algumas dicas que podem ajudá-lo a refletir sobre a raiva e sobre o que fazer quando ela aparecer dentro da relação de pais e filhos. Continue lendo e saiba mais!

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controlar a raiva

Filha brava com a mãe. Foto: Canva

Entendendo a função da raiva em nossas vidas

Antes de qualquer coisa, precisamos compreender que a raiva tem uma função em nossas vidas. Ela surge quando estamos diante de uma situação que existe algum tipo de injustiça ou de necessidade de reparação. É o nosso cérebro nos alertando de que algo não foi cumprido da forma como deveria e que isso resulta em frustração, angústia e sentimento de injustiça.

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Logo, a raiva existe em nossas vidas desde os primórdios com o propósito de que pudéssemos colocar em prática atitudes reparadoras. Essas “atitudes reparadoras” nos ajudariam a colocar as coisas no eixo outra vez, reduzindo injustiças e aumentando o equilíbrio da situação novamente.

Assim sendo, quando uma criança descumpre uma ordem ou faz algo que gera frustração ou até mesmo um tipo de ferimento moral nos pais (pelo fato de não terem sido obedecidos), a raiva surge para que os adultos tentem recuperar a sua integridade o quanto antes.

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Por isso, é impossível, simplesmente, extinguir a raiva. Além disso, extingui-la poderia nos deixar muito passivos diante de injustiças, concorda? Sendo assim, compreender a função dessa emoção é o primeiro passo para aprender a lidar com ela.

Quando aceitamos a ideia de que a raiva tem uma função e que está ali para nos dizer algo e fazer com que tomemos alguma atitude em prol da nossa integridade, podemos começar a entendê-la melhor a ponto de controlá-la. Simples assim.

A seguir, descreveremos dicas sobre isso. Continue lendo.

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Dicas de como os pais podem controlar a raiva

Apesar de não haver um método infalível para controlar a raiva, uma vez que estamos falando de uma emoção humana, ainda assim existem reflexões e decisões que podem nos ajudar a manter um equilíbrio emocional um pouco maior. A seguir, descrevemos algumas dessas ações. Veja:

controlar a raiva

Mãe brava com a filha que mexe no celular. Foto: Canva

1. Respirando fundo e dando um tempo

Pode parecer algo bobo, mas o simples fato de darmos uma pausa, antes de falar ou fazer qualquer coisa no momento de raiva, é suficiente para começarmos a equilibrar o que estamos sentindo no momento.

Por isso, buscar um pouco de espaço, retirando-se do ambiente e respirando fundo, sem pensar em soluções neste momento, é bem interessante. Não pense em fazer essa pausa com o propósito de encontra “a solução perfeita” para o que aconteceu, mas, sim, encare-o apenas como uma pausa para descansar a mente.

Inclusive, você pode respirar fundo e dizer ao seu filho que conversará com ele um pouco mais tarde. Assim, você não o deixa angustiado por simplesmente “deixá-lo falando sozinho”, e pode tirar um tempo para reorganizar as suas próprias ideias.

Obviamente, essa dica de dizer que irá conversar depois só vale para filhos mais velhos, pois os muito pequenos podem não compreender essa questão do tempo. Aí cabe a você ter jogo de cintura para respirar fundo e dar algum tempo antes de auxiliar o seu filho a compreender o que ele fez de errado.

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2. Mudando o foco da atenção para controlar a raiva

Ao invés de focar apenas no que de pior aconteceu neste momento, tente pensar sob outras perspectivas. Sabemos que nem sempre isso é fácil, mas tentar minimizar aqueles pensamentos excessivos de que “tudo foi por água abaixo”, que costumam surgir no momento de raiva, é muito interessante.

Tente pensar, mesmo que minimamente, sob outras óticas. Se o seu filho fez algo que desagradou você, tente entender o que ele poderia ter em mente quando fez. Será que ele realmente quis atingir você, ou a ação estava associada a outros fatores?

Mulher gritando de raiva. Foto: Canva

3. Pensando em soluções

Depois da pausa e do descanso para a mente, aí sim é um bom momento para começar a pensar em soluções. Porém, cuidado: na hora de controlar a raiva é preciso ficar atento ao tipo de solução que vem à mente. Pois pode ser que a solução que venha seja a de punir o filho, ao invés de instruí-lo e discipliná-lo com diálogo e compreensão, o que seria ruim, concorda?

Afinal, “prender” o filho no quarto certamente não irá solucionar o erro cometido, não é? O ideal é pensar em soluções humanas e que sejam justas para ambos os envolvidos, sem ferir a integridade de ninguém.

No começo, encontrar esse tipo de solução pode ser bem difícil. Mas, com o passar do tempo pode ser que você encontre novas formas de lidar com os acontecimentos e novas soluções, mais simples e saudáveis, podem aparecer.

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4. Conversando com alguém de confiança para controlar a raiva

Se você sentir que ainda não está conseguindo controlar a raiva por conta de um equívoco do seu filho, converse com alguém de confiança para “esvaziar” esse tipo de sentimento de dentro de si.

Isso porque a raiva pode estar associada a outros tipos de frustrações, não relacionadas ao que aconteceu, o que prejudica na hora de organizar os seus pensamentos e emoções frente ao seu filho.

Além disso, colocar a situação em palavras pode ajudá-lo a compreender a situação sob outros olhos: daquele que está de fora do acontecido. Assim, há chances de bons insights surgirem desse exercício.

Mulheres brigando e uma gritando com a outra. Foto: Canva

Caso não tenha uma pessoa para conversar sobre isso e tentar controlar a raiva, experimente escrever sobre o acontecimento, a fim de se sentir mais tranquilo e compreender melhor o que se passa dentro de si.

5. Implementando estratégias mais empáticas

Sempre que for repreender ou conversar com o seu filho, depois da pausa para controlar a raiva, tente pensar sob a perspectiva dele: de que maneira você gostaria de ouvir determinada mensagem? Se você fosse o seu filho, como gostaria de aprender sobre a situação? Será que ia gostar de um tom de voz mais alto ou de qualquer tipo de agressividade? Provavelmente não, certo? Então por que o seu filho teria que gostar dessa agressividade?

Esses questionamentos podem nos ajudar na hora de implementar estratégias mais empáticas. Sempre antes de tomar uma decisão importante, como privar o seu filho de brincar com os amigos, avalie até que ponto essa colocação é proporcional ao que aconteceu e avalie se você exercitou sua empatia.

Caso esteja apenas descontando a raiva criando um castigo muito forte, pode ser que a relação entre você e o seu filho sofra impactos nocivos.

Além do mais, lembre-se de sempre analisar a intenção do seu filho quando ele fez algo “errado”. Será que, na mente dele, isso era realmente errado? Será que ele não fez algo errado tentando ser certo? Tudo isso pode ajudá-lo a colocar em prática ações mais equilibradas, com menos raiva, mais justas e empáticas.

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6. Cuidado com as projeções na hora de controlar a raiva

Se você esperava que o seu filho fizesse algo porque você simplesmente queria que ele fizesse, uma vez que você estava projetando uma expectativa totalmente sua, fique atento!

A raiva pode surgir se você se frustra ao ver que o seu filho não quer estudar o que você sempre sonhou que ele escolhesse para a vida dele. Porém, isso está associado a uma projeção puramente sua e injusta. Então pare e pense: é justo ficar com raiva quando o seu filho não atinge algo que você queria, mas ele não queria?

Mãe brava atrás da filha que está usando o celular. Foto: Canva

Será que é justo ficar chateado por que o seu filho não quer seguir, na vida adulta, o estilo de vida que você esperava que ele seguisse? Ou por que ele não convidou você para algum evento na casa dele?

Claro que esses são apenas alguns exemplos superficiais de situações nas quais os pais projetam expectativas nos filhos e ficam com raiva quando eles não as suprem.

Elencamos esses exemplos para que você se autoavalie na hora de controlar a raiva. Será que a situação tem a ver com  o seu filho ou, de fato, com você? Pense nisso!

A psicoterapia pode ajudar a desenvolver equilíbrio emocional

Se você sente que não consegue controlar a raiva dentro da relação entre pais e filhos, é interessante buscar apoio psicológico. Isso porque essa raiva pode estar associada a uma série de fatores diferentes, exigindo intervenção psicológica para que a situação possa ser reequilibrada e o relacionamento dentro de casa não seja comprometido.

Por meio das sessões é possível compreender os gatilhos da raiva e formas de lidar com eles de modo mais saudável, evitando “explosões” de raiva em casa. Além disso, a psicoterapia pode contribuir para uma melhora no relacionamento dentro de casa de um modo geral.

Pense nessa possibilidade e cuide da sua saúde mental, pois isso é indispensável para lidar melhor com o sentimento de raiva no dia a dia.

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