Será que você realmente sabe qual é a importância dos limites na infância? Apesar de parecer claro para algumas pessoas, nem todas entendem o poder de estabelecer limites claros e saudáveis para as crianças.
Obviamente, não estamos falando de limites excessivos e até mesmo violentos. Estamos falando de limites básicos, como a construção de uma rotina, um “não” quando necessário, e assim por diante.
Acredite, esses limites podem fazer a diferença na formação dos nossos pequenos, e é sobre isso que conversamos neste conteúdo. Acompanhe e saiba mais!
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Menino triste no colo do pai. Foto: Canva.
Entenda a importância dos limites na infância
A importância dos limites na infância perpassa diversas questões do desenvolvimento infantil. Quando apresentamos limites claros para as crianças, elas se sentem mais seguras, compreendem o senso de justiça, desenvolvem o autocontrole, e assim por diante.
Uma criança sem limites pode sofrer com sintomas de ansiedade, desequilíbrios emocionais, sentimentos de tristeza e até mesmo desenvolver comportamentos compulsivos cada vez mais intensos.
A seguir, poderemos explorar melhor esses pontos. Vamos juntos!
1. Segurança emocional para os pequenos
Um bom ponto de partida que podemos pensar sobre a importância dos limites na infância é com relação à segurança emocional para os pequenos. As crianças se sentem mais seguras, emocionalmente, quando têm uma visão mais clara do que podem fazer e do que não podem, bem como do que deve ou não deve ser feito em determinado momento.
Pois imagine uma vida sem nenhum tipo de limite, regra ou rotina: como seria possível manter o equilíbrio emocional nesse tipo de circunstância? Parece difícil, concorda? E realmente é. Por isso, ajudar a criança a entender os limites do cotidiano é fundamental para uma maior segurança emocional.
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Criança feliz dentro de uma cabana. Foto: Canva.
2. Importância dos limites na infância: Auxílio no desenvolvimento do autocontrole
As crianças não podem fazer o que bem entendem a qualquer momento, assim como nós adultos também não podemos. Isso quer dizer que precisamos de uma boa dose de autocontrole para conseguir negar aquelas vontades que surgem do nada e também para fazer o que deve ser feito.
Caso contrário, ficaríamos na cama até mais tarde todos os dias… Concorda? Por isso, a importância dos limites na infância nasce a partir do momento que ela ajuda a criança a construir esse senso de autocontrole.
Ela aprende que nem sempre poderá fazer o que quer, porque existe um limite que a “obriga” (entre aspas) seguir outro caminho.
3. Estímulo para a responsabilidade
Ter limites no cotidiano também estimula a responsabilidade nas crianças. Se elas sabem que têm um momento do dia para estudar, e que nesse momento ela não pode mexer no celular (limite), ela entende que tem a responsabilidade de cumprir tal regra.
Quando não há nenhum tipo de limite no dia a dia dos pequenos, como eles poderão compreender o que é ser responsável e o que é cumprir com o que deve realmente ser feito? Parece algo impossível, concorda?
Por isso, dar limites para as crianças é ajudá-las a entender que elas são responsáveis por alguma coisa, que elas devem cumprir determinadas regras e, ainda, que podem ter que lidar com consequências quando não seguem as regras – o que também ajuda a estimular a responsabilidade.
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4. Importância dos limites na infância: Estímulo para o respeito e empatia
Quando temos limites claros do que podemos ou não podemos fazer – e isso inclui relacionamentos interpessoais aqui -, podemos desenvolver mais respeito e empatia pelos outros.
Por exemplo, quando ensinamos para as crianças que “falar mal” do colega não é algo bom e que existe um limite com relação a isso, a criança pode começar a refletir sobre o quanto isso é desrespeitoso com o outro e o quanto o outro, ao descobrir tal fala, pode ficar triste.
Dessa maneira, conseguimos auxiliar a criança na hora de se colocar no lugar do colega, ao mesmo tempo em que falamos que devemos respeitar as outras pessoas, ou seja, há limites entre o que podemos ou não podemos fazer em detrimento ao outro.
Sem esses direcionamentos, a criança pode agir de forma agressiva, desrespeitosa e nada empática com os demais.
Foco na mão da criança sobre a mão do pai. Foto: Canva.
5. Construção de uma rotina mais sólida
Limites nos ajudam a criar hábitos e rotinas. Sem ambos, podemos nos sentir pedidos e ansiosos. Com as crianças é a mesma coisa.
Se existe um limite para ela brincar no computador à noite, para que seu sono não seja impactado negativamente, ela consegue manter a rotina de descanso com mais facilidade.
Em contrapartida, se os pais nunca derem limites para essa criança, ela poderá sofrer com a falta de rotina, ao jogar no computador por horas sem parar, sem comer e sem dormir direito.
Tudo isso, lá na frente, poderá desencadear uma série de prejuízos para a saúde dos pequenos. Portanto, nesse caso a importância dos limites na infância reside no fato de que uma rotina só é construída assim e sem ela a saúde do pequeno pode estar em risco.
E lembre-se: não fale com o seu filho sobre rotina como se ela fosse uma punição, mas, sim, ajude-o a entender o quanto isso o ajuda a se dar bem nos estudos, dormir melhor, ter mais energia, etc.
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6. Importância dos limites na infância: Compreensão de regras sociais
As regras sociais também agem como limites em nossas vidas. Nós não podemos falar ou fazer qualquer coisa com as outras pessoas. Isso seria desumano!
Sendo assim, o estabelecimento de limites na infância fornece subsídios para que a criança entenda que existem esses limites sociais e que ela não pode, por exemplo, arrancar o brinquedo da mão do amigo e pronto.
Mas, sim, ela deve respeitar o amiguinho e entender que ele também tem direito de brincar. Dessa maneira, torna-se possível construir relacionamentos que sejam mais saudáveis e equilibrados, inclusive no futuro.
Pai e filho caminhando ao ar livre. Foto: Canva.
7. Desenvolvimento da noção de justiça
A nossa noção de justiça tem tudo a ver com os limites, concorda? Sabemos que existem limites na rotina, nos relacionamentos, etc. Esses limites nos ajudam a entender que existe justiça para cada situação.
Por exemplo, uma criança não pode roubar o brinquedo da outra, pois existe um limite para isso. Esse limite torna o relacionamento mais justo, já que cada um ficará com o seu brinquedo ou poderá, no máximo, emprestar.
Pode ser que, na infância, a criança ainda não entenda muito bem o que a justiça significa, mas, da mesma forma, ela não se sentirá injustiçada quando estiver em ambientes que têm limites claros e saudáveis.
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8. Importância dos limites na infância: Preparação para a vida adulta
A vida adulta é cheia de limites, e isso é um fato. Ou você pode fazer tudo o que quer a qualquer momento? Provavelmente não.
Portanto, a importância dos limites na infância também se envolve com essa preparação para a vida adulta. A criança começa a entender que a vida nem sempre será da forma como ela gostaria, e que os caminhos da vida podem ser um pouco difíceis e mais turbulentos de vez em quando.
Mas ela também entenderá que, às vezes, as coisas também serão do jeito dela, projetando o senso de justiça que comentamos. Assim, a criança se prepara para a vida adulta com perspectivas mais saudáveis sobre o que pode ou não ser feito.
Do mesmo modo, pode conseguir lidar com situações cuja necessidade de fazer algo que ela não quer é necessária, e isso faz toda a diferença na jornada de qualquer adulto, concorda?
9. Desenvolvimento de inteligência emocional
Seguindo o que acabamos de dizer, a inteligência emocional também está relacionada com essa preparação para a vida adulta.
Pois pare e pense: quando uma criança ouve um não, ela se sente frustrada e triste. Ao mesmo tempo, experimenta esses sentimentos e começa a entendê-los.
Em contrapartida, se ela nunca receber um não e nunca se frustrar, como ela lidará com esse tipo de situação lá na frente? Dificilmente conseguirá manter uma inteligência emocional em situações negativas, concorda? Isso porque, na infância, não teve acesso aos estímulos de aprendizagem emocional.
Portanto, os limites na infância também ajudam no desenvolvimento da inteligência emocional no presente e, também, no futuro. Lembre-se sempre disso: os limites para as crianças não são apenas para “barrá-las” agora, mas, sim, têm relação com o desenvolvimento no longo prazo.
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Pai abraçando seu filho enquanto os dois estão sentados no parque. Foto: Canva.
10. Comunicação mais efetiva em algumas situações
Quando os pais esperam determinados comportamentos das crianças, mas nunca deixam isso claro, pode ocorrer muitas falhas na comunicação. Afinal, os pais podem até brigar pelo comportamento “inadequado” do pequeno, mas será que a criança tinha os limites claro na mente dela antes de isso acontecer? Pode ser que não…
Por isso, estabelecer limites claros pode ajudar na hora de construir uma comunicação mais efetiva em determinadas ocasiões. A criança tem a chance de entender melhor o que esperam dela e quando esperam.
Sendo assim, sem dúvidas ficou clara a importância dos limites na infância em diversos contextos e perspectivas, concorda?
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