Saber reconhecer os primeiros indícios de surdez na criança é uma forma de garantir que, caso necessário, ela receba o suporte adequado às suas necessidades e tenha chances de ter uma vida normal, pautada em qualidade e bem-estar.
Com isso em mente, como a família é o primeiro círculo social de um bebê e de uma criança pequena, é ela quem deverá desempenhar o papel de observação dos comportamentos dos pequenos. Por isso é imprescindível se atentar para os sinais mais sutis, que destacaremos no decorrer deste conteúdo.
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Mãe e bebê deitados na cama. Foto: Freepik
5 situações que mostram os primeiros indícios de surdez na criança
A comunicação de uma criança pequena é “escassa” apenas no que diz respeito à pronúncia das palavras, afinal, a linguagem aparece no corpo, no olhar, no choro e nas expressões faciais. Por isso, atentar-se para cada detalhe do bebê e da criança é o primeiro passo para reconhecer indícios de surdez, como por exemplo:
Primeiros indícios de surdez na criança: 1 – O bebê não se assusta com sons intensos perto dele
Se você interage bastante com o seu bebê, mas está desconfiada de que ele não recebe tantas informações sonoras, existem formas de analisar a situação com mais coesão. Nesse caso, você pode “assustar” a criança com um som mais intenso e inesperado.
É claro que você não deve fazer esse teste enquanto a criança está comendo ou dormindo, pois, caso ela o ouça, poderá elevar o nível de estresse sem necessidade.
Considerando isso, a forma correta de fazer o teste é da seguinte maneira:
- Você pode ficar atrás da criança ou apenas longe do seu campo visual por alguns segundos e, depois disso, bater 2 palmas fortes. Se a criança “tremer”, chorar ou demonstrar alguma reação específica e diretamente relacionada com o som, significa que ela está ouvindo. No entanto, se não houver reações expressivas, é melhor continuar a análise.
Bebê colocando o pezinho na boca. Foto: Freepik
Primeiros indícios de surdez na criança: 2 – O bebê não demonstra calma quando a mãe conversa com ele
A mãe é vista como um verdadeiro porto seguro para o bebê, pois, de maneira geral, é ela quem o alimenta, protege, aquece e higieniza. Além disso, é a voz dela que ele mais ouviu durante toda a gestação. Por isso, nada mais natural do que a presença da mãe ser um verdadeiro calmante para os momentos de medo e de choro do bebê.
Portanto, esse laço entre a mãe e o bebê pode dar pistas dos primeiros indícios de surdez na criança, da seguinte maneira:
- Se o bebê está chorando de sono, medo ou insegurança, experimente pegá-lo no colo e converse com ele. Não tente acalmá-lo logo com a chupeta, mamadeira ou com o seio. Mas sim, tente acalmá-lo com um pouco de carinho e palavras suaves. Se o bebê nunca demonstrar mais tranquilidade ao ouvir a voz da mãe, fique atenta! Afinal, a voz da mamãe é um verdadeiro calmante para as angústias e dependendo do motivo do choro, ela deverá ser o “remédio” para a insegurança do bebê.
Menina usando aparelho auditivo. Foto: Freepik
3- A criança não demonstra atenção aos sons em sua volta
A criança que já está um pouco maiorzinha e consegue se sentar e brincar com seus brinquedos, passará a ter a sua atenção muito apurada, sempre voltando o olhar em direção ao que for mais “chamativo”. Esse chamativo, no entanto, pode aparecer em forma de som, cor, textura, objeto se mexendo, etc.
Sendo assim, observe se criança demonstra voltar o seu olhar em direção aos sons intensos e suaves que acontecem em sua volta. Observe, inclusive, a intensidade de cada som. Afinal, a criança pode ser deficiente auditiva, mas não ter a audição completamente comprometida, o que faz com que determinados sons ela ouça e outros não.
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Menina com aparelho auditivo. Foto: Freepik
4- A criança não balbucia, mesmo depois de completar um ano
O balbuciar é o segundo passo para que a criança aprenda a falar e a se comunicar com as pessoas em sua volta. O primeiro passo, obviamente, é ouvir claramente o que os adultos falam ao se comunicar com ela e entre eles.
Porém, se a audição da criança estiver comprometida, ela não terá contato com os sons primordiais da fala e, em consequência disso, não conseguirá balbuciar.
Devemos ter em mente que um bebê está absorvendo diversas informações sobre o seu ambiente e é a partir dessas informações e conhecimentos que ele agirá. Por isso que a criança costuma “copiar” os adultos, batendo palma, sorrindo, movimentando a boca, etc.
Essa forma de se “espelhar” também aparece na fala, a partir do momento em que a criança começará a reproduzir sons, no intuito de tentar se comunicar através de palavras. Aqui, ela começa a balbuciar alguns sons e conforme estimulada pelos adultos, mais sons ela tentará fazer até, pouco a pouco, reproduzir palavras como “mamãe”.
Mãe e bebê recém-nascido abraçados. Foto: Freepik
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No caso dos primeiros indícios de surdez na criança, ela não fará questão de tentar balbuciar cada vez mais, por um simples motivo: ela não reconhece o som. E como não o reconhece, não sabe que ele existe. E por não saber de sua existência, não saberá reproduzi-lo ou, pelo menos, terá grandes dificuldades para começar a fazer sons com as cordas vocais.
- Importante: Vale salientar que não estamos dizendo que toda criança surda é muda, pois cientificamente isso é uma inverdade. Porém, sem promover os estímulos adequados a uma criança com a audição comprometida, a fala poderá ser difícil de ser desenvolvida. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante.
5- A criança com mais de um ano e meio não “fala” nada
Por fim, seguindo o raciocínio da causa 4, se o seu filho ou aluno já completou quase dois anos ou mais, mas ainda assim não emite sons que se assemelham com “mamãe” ou demais palavras simples, desconfie. Nessa idade a criança já começa a comunicar as primeiras palavras que ela aprendeu, e na medida em que é estimulada, aprende mais.
No entanto, se houver algum comprometimento que dê pistas dos primeiros indícios de surdez na criança, ela poderá retardar ainda mais o desenvolvimento da fala. É por isso que é tão importante levar a criança a um fonoaudiólogo quando você observar os primeiros sinais, desde bebê.
Lembre-se que quanto antes for feito um diagnóstico preciso, melhor será o prognóstico da criança e mais qualidade de vida ela terá. Pense nisso!
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