Entre os primeiros cuidados com a gestação da mulher que se descobre grávida está a atenção à alimentação. Aqui no blog, eu já mostrei para vocês como o ômega 3 e a vitamina B9 são nutrientes importantíssimos para o desenvolvimento do bebê ainda dentro da barriga. E, hoje, trago mais um ingrediente que (ao que tudo está indicando) não pode ficar de fora do cardápio das futuras mamães. Estou falando do uso de probióticos na gravidez – aqueles alimentos que contêm microrganismos vivos, as bactérias “do bem”, que contribuem especialmente para o bom funcionamento do nosso intestino.
Mas se essa propriedade já é um grande motivo para ingerir probióticos, já que muitas mulheres sofrem com prisão de ventre na gestação, estudos têm revelado mais um fator de peso para apostar neles: a ingestão de probióticos na gravidez tem se mostrado eficiente para evitar o aparecimento de alergias nas crianças.
Embora ainda sejam necessárias novas pesquisas para comprovar essa relação, vale a pena conferir o que já foi apontado por pesquisadores. Nesse post eu falo sobre isso, e conto outros benefícios que os probióticos oferecem à saúde de mães e filhos. Vem ver!
Imagem: 123RF
O que os estudos sobre probióticos na gravidez têm revelado
Em uma revisão de estudos relacionando dieta materna (durante gravidez e aleitamento) e saúde infantil, publicada na revista acadêmica PLOS Medicine, pesquisadores apontaram que a suplementação oral com probióticos no final da gravidez é capaz de reduzir o desenvolvimento de eczemas, ou seja, inflamações na pele do filho. E que, inclusive, a dieta materna na gestação pode oferecer mais efeitos ao sistema imunológico do bebê do que a própria alimentação na infância.
O uso dos probióticos na gravidez mostrou efeitos na saúde da criança especialmente quando usados produtos advindos de óleo de peixe. Há estudos que demonstram, por exemplo, que a administração deste suplemento entre a 20ª semana de gestação até os primeiros três/quatro meses de aleitamento pode reduzir o risco de sensibilização alérgica a ovo ou amendoim na criança.
Resumindo: de acordo com a conclusão da revisão publicada na PLOS Medicine, a suplementação com probióticos durante a gravidez pode reduzir tanto o risco de eczema como também a sensibilização alérgica a alimentos. E é por evidências assim que a Organização Mundial de Alergia recomenda o uso de probióticos para mulheres que possuem grandes chances de terem crianças alérgicas. Se eu tivesse tido essa informação durante a gravidez de Catarina, certamente teria incluído o probiótico na minha alimentação!
Por outros lado, não são todos os órgãos que seguem essa diretriz e, inclusive, um artigo publicado no portal da Sociedade Brasileira de Imunologia ressalta que são necessárias novas pesquisas para comprovar esses benefícios atribuídos aos probióticos na gestação.
Mais benefícios dos probióticos
Administrados corretamente, os probióticos podem ser úteis na prevenção da obesidade e da diabetes gestacional. Tudo isso graças à melhora que essas bactérias proporcionam à saúde do intestino: absorção de nutrientes e à proteção do organismo contra bactérias ruins.
Os benefícios também podem ser compartilhados com as crianças depois do parto, por meio do aleitamento materno (conforme o estudo apontou também). O leite da mãe naturalmente contém probióticos, que contribuem para uma flora intestinal saudável desde cedo.
Conclusão
Embora ainda faltem estudos para comprovar as afirmações da revisão, relacionados à saúde do bebê, a ingestão de probióticos na gravidez pode ser recomendada pelos efeitos já comprovados sobre o sistema digestivo da gestante. Mas a recomendação (sustentada pelo próprio estudo que citei) é que a substância seja ingerida somente no final da gestação pois, antes, pode desencadear efeitos colaterais.
Para saber se você pode fazer uso dessa substância, assim como aprender a administração correta, é muito importante uma consulta com um especialista, ok? Converse com o seu ginecologista e procure um nutricionista para indicar uma dieta adequada com as bactérias “do bem”.