Os sentimentos ambivalentes na maternidade são a realidade de muitas mulheres. Eles podem aparecer de forma assustadora, fazendo com que a gestante se questione, até que ponto, será uma boa mãe. No entanto, tratam-se de sentimentos que fazem parte das descobertas do ciclo gravídico-puerperal, e compreender as nuances por trás deles, além de buscar ajuda psicológica, pode contribuir para uma maternidade mais real e saudável.

Neste texto, elencamos uma série de informações relevantes sobre o tema. Saiba mais acompanhando até o fim!

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sentimentos ambivalentes na maternidade

Mulher triste e pensativa. Foto: Canva

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O que são os sentimentos ambivalentes na maternidade?

Podemos compreender os sentimentos ambivalentes na maternidade como aqueles que surgem de forma contraditória na gestação e no pós-parto. É o caso de a mãe se sentir extremamente realizada por ser mãe e, ao mesmo tempo, completamente triste por perder a rotina que tinha antes da gravidez. Esse tipo de contradição pode ser assustadora para algumas mulheres, que sentem-se culpadas por vivenciarem sentimentos ruins relacionados à criação dos filhos.

Porém, é importante ter em mente que a gestação e a maternidade não são perfeitas e mágicas. Elas são reais e impactam a vida da mulher de diferentes maneiras. Portanto, é normal a mulher se sentir feliz e triste, realizada e vazia, alegre e com raiva, tudo ao mesmo tempo.

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Isso não significa que ela não seja uma boa mãe, mas, sim, significa que ela está se adaptando às situações e que pode haver alguns cenários que, de alguma forma, estão desajustados para a saúde mental daquela mulher.

Os sentimentos ambivalentes na maternidade não são exclusivos de uma ou duas mulheres. Na realidade, é provável que toda mãe, em algum momento, já tenha sentido isso. Frases como “vontade de sumir por uns dias”, por exemplo, são ditas por mães exaustas e sobrecarregadas. Isso não quer dizer que elas não amem os filhos, mas pode denunciar uma situação de ambivalência e contradição para quem olha de fora.

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Por que as mulheres têm sentimentos ambivalentes na maternidade?

São diversos os motivos pelos quais as mulheres vivenciam os sentimentos ambivalentes na maternidade. Cada uma, inclusive, pode ter os seus próprios motivos. Até porque, quando pensamos em sentimentos e emoções, devemos considerar a premissa da singularidade. Isto é, cada ser humano é único e lida com as suas próprias questões de uma maneira completamente diferente.

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Ter essa percepção singular impede que acabemos sendo generalistas em nossas colocações. Contudo, também é possível pensar em alguns cenários importantes que podem impactar grande parte das mulheres, como as situações abaixo:

sentimentos ambivalentes na maternidade

Mulher feliz olhando para o lado ao ar livre. Foto: Canva

1. Mudanças biopsicossociais

Uma mulher que vive o papel da maternidade pode passar por uma série de mudanças biopsicossociais. Bio, porque o seu corpo se transforma, dando espaço para o feto que se desenvolve em seu ventre. Psico, porque ela passa a assumir um novo papel social em sua vida, que mexe com o seu psicológico e as suas emoções. Sociais, porque agora as pessoas passam a enxergá-la diferente, como uma mulher mãe, e passam a mudar, inclusive, a maneira de tratá-la por conta disso.

Todas essas mudanças podem gerar lutos, perdas, transformações, medos e alegrias. Além disso, a variação hormonal, no meio de toda essa “salada”, também causa efeitos nas emoções da mulher. Por isso, os sentimentos ambivalentes na maternidade são muito comuns – e esperados.

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2. Cobranças externas

As cobranças externas, muitas vezes, também impactam a qualidade de vida e as emoções da mulher mãe. Por exemplo, uma mãe de primeira viagem pode ser cobrada pelos familiares para conseguir manter a casa em ordem, o filho bem cuidado e, ainda, a “aparência padrão”, usando maquiagem, roupas bonitas, arrumando o cabelo diariamente, enfim.

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Porém, devido à carga de tarefas, a mulher pode sentir que não dá conta de tudo sozinha. Só que, mesmo assim, as cobranças continuam, fazendo com que ela se sinta feliz por ser mãe e, ao mesmo tempo, extremamente triste.

3. Medo do desconhecido

O medo do desconhecido é outro ponto que pode fazer com que os sentimentos ambivalentes na maternidade surjam. Esse medo pode ser mais recorrente no dia a dia de mamães de primeira viagem. A mulher pode sentir que não dará conta, que nunca conseguirá ser uma boa mãe, que não tem os subsídios necessários para atravessar uma gestação, enfim.

Tudo isso pode trazer sentimentos negativos, mesmo que ainda existam os positivos, como: o amor pelo filho, a realização de conseguir engravidar, entre outros.

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Mulher sentada com as mãos apoiadas no rosto, apresenta expressão de triste. Foto: Canva

4. Mudanças fisiológicas e corporais

As mudanças que ocorrem no corpo impactam o funcionamento orgânico da mulher. O que isso quer dizer? Quer dizer que suas emoções podem ser alteradas devido às mudanças hormonais. Só que, além disso, as próprias mudanças no corpo (como aumentar de peso) podem causar efeitos psicológicos na mulher, que alteram a sua autoestima e fazem com que ela se sinta triste/insatisfeita com algo em si, ao mesmo tempo em que a gestação a realiza.

Sentimentos ambivalentes na maternidade – 5. História de vida

A história de vida da mulher também pode impactar a maneira como ela enxerga a gestação e a maternidade de uma forma geral. Se ela teve contato com maternidades disfuncionais, mulheres que sofreram muito com a sobrecarga de ser mãe, e outras situações semelhantes, ela pode acabar se sentindo extremamente angustiada com o seu papel de mãe.

Em contrapartida, o sentimento de amor, que pode estar sendo nutrido pelo filho, faz com que a mulher fique em contradição, podendo, inclusive, se sentir perdida diante das adversidades da maternidade.

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Como lidar com os sentimentos ambivalentes na maternidade?

Apesar de não haver uma fórmula mágica de como lidar com os sentimentos ambivalentes na maternidade, existem medidas que podem contribuir para que a mulher se sinta um pouco mais tranquila e com maior controle emocional neste momento. Veja algumas considerações e avalie o que pode fazer sentido no seu caso:

Mulher feliz e sorridente. Foto: Canva

Sentimentos ambivalentes na maternidade – 1. Cuidado com a autocobrança

A autocobrança excessiva tende a ser uma grande armadilha na vida de qualquer pessoa. Obviamente, podemos nos cobrar para que possamos crescer, mas, quando essa cobrança ultrapassa os limites e nunca reconhecemos um ganho sequer, podemos estar fadando as nossas emoções ao fracasso.

Portanto, pare e avalie a maneira como você tem lidado com as suas próprias limitações: Será que você tem sido gentil consigo mesma? Ou está, a todo momento, se colocando numa posição de punição, na qual demonstra uma falta de empatia por si mesma? A ponto de, com o passar dos dias, se punir de fato (deixando de fazer algo que gosta, por exemplo), por não atingir metas irreais – ou impostas por outros? Pense nisso!

2. Desenvolva uma rede de apoio

Uma rede de apoio pode fazer toda a diferença na vida de uma mãe. Isso porque a maternidade faz com que ela tenha uma carga de atividades muito maior do que uma pessoa sem filhos. Por isso, cercar-se de pessoas que ama e conversar quando precisar de ajuda, delegando algumas atividades possíveis, é um meio de enfrentar os sentimentos ambivalentes na maternidade com mais equilíbrio.

Lembre-se de que você não precisa ser uma super-heroína que resolve tudo sozinha e de forma mágica. Contar com a ajuda de pessoas queridas, e manter contato com essas pessoas, são medidas bem interessantes e, acima de tudo, saudáveis.

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Mulher triste, apoiada e pensativa. Foto: Canva

3. Cuidado com a idealização da maternidade

A idealização da maternidade é outro ponto que merece atenção. Às vezes, a mulher pode criar, em seu imaginário, que uma maternidade positiva é sem desafios, que uma boa maternidade é com base em superar tudo que é difícil de forma rápida ou que ela seja vinculada a algum tipo de perfeição. Porém, essa idealização de maternidade impecável pode fazer com que a mulher nunca se veja satisfeita com o que ela tem e construiu ao longo de sua vida.

Portanto, devemos ter em mente que existe uma maternidade possível, não uma perfeita, e que todas as pessoas têm a sua maternidade e forma de viver esse papel, sem nenhum tipo de padrão incrível que deva ser seguido. A idealização machuca, e ter consciência do que é a realidade, de forma singular, pode ser promissor.

4. Converse com um psicólogo perinatal

Por fim, para enfrentar os sentimentos ambivalentes na maternidade é interessante conversar com um psicólogo perinatal. Ele poderá orientá-la quanto às medidas que podem ser tomadas, bem como você poderá se conhecer ainda mais, resultando em um maior controle emocional.

Cuide-se e busque ajuda sempre que necessário. Você não precisa enfrentar tudo sozinha!

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