Parto com cesárea: Afinal, quando é preciso optar pela cesariana? Veja algumas situações de risco em que a cesária é recomendada pelos médicos obstetras.
Mas, antes de tudo, vamos entender o que de fato é cesariana. Veja abaixo!
O que é cesariana?
Primeiramente, a cesariana ou parto cesárea é uma forma de nascimento de bebês por via cirúrgica, normalmente indicada quando há risco para realização de um parto normal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cesariana é uma intervenção efetiva para salvar a vida de mães e bebês quando indicada por motivos médicos. A OMS considera normal uma taxa de nascimento por cesariana entre 10% e 15%.
A cesariana é indicada em situações em que o parto normal apresentaria maior risco para a mulher e o recém nascido, como no caso de posição errada do bebê, gestante que tenha problemas cardíacos e até mesmo, bebê acima do peso.
No entanto, a cesariana ainda é uma cirurgia que tem algumas complicações associadas, como por exemplo o risco de infecções onde o corte foi feito ou hemorragias e por isso só deve ser realizada quando existem indicações médicas.
A decisão pela cesariana é feita pelo obstetra mas também é importante levar em consideração o desejo da grávida de ter o parto normal ou não.
Apesar do parto normal ser a melhor forma do bebê nascer, este por vezes é contraindicado, sendo necessário realizar uma Cesária e cabe ao médico fazer a decisão final após verificar o estado de saúde da mãe e do bebê.
Leia mais abaixo sobre os casos em que é recomendado!
Mulher prestes a dar à luz, sentada em uma cama no hospital. Crédito da foto: Freepik
1. Placenta prévia ou descolamento da placenta
A placenta prévia acontece quando a mesma está fixada em um local que impede a passagem do bebê pelo canal do parto, sendo possível que a placenta saia antes do bebê.
Já o descolamento da placenta ocorre e quando a mesma se solta do útero antes do nascimento do bebê.
A indicação de cesária para estas situações se dá por a placenta ser a responsável pela chegada de oxigênio e nutrientes para o bebê e quando esta encontra-se comprometida, o bebê é prejudicado pela falta de oxigênio, o que pode levar a danos cerebrais.
2. Bebês com síndromes ou doenças
Bebê que foram diagnosticados com algum tipo de síndrome ou doença, como hidrocefalia ou onfalocele, que é a quando o fígado ou intestino do bebê estão do lado de fora do corpo, devem sempre nascer através da cesária.
Isso porque o processo do parto normal pode lesionar os órgãos no caso da onfalocele, e as contrações uterinas podem danificar o cérebro no caso de hidrocefalia.
3. Quando a mãe possui IST’s
Quando a mãe possui alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) como o HPV ou Herpes Genital, e que permanece até o final da gravidez, o bebê pode ser contaminado e por isso é mais indicado fazer o uso do parto cesária.
No entanto, se a mulher realizar o tratamento para a IST especifica que possui, e ter a infecção controla poderá tentar o parto normal.
Para mulheres que possuem HIV, o ideal é que o tratamento seja iniciado antes no inicio da gestação, pois para evitar que o bebê seja contaminado durante o parto, a mãe deverá estar fazendo o uso dos medicamentos recomendados durante todo o período gestacional.
E ainda sim, o médico pode optar pela cesariana. Lembrando que, nesse caso em específico, a amamentação está contraindicada e o bebê deve se alimentar com mamadeira e leite artificial.
4. Quando o cordão umbilical sai primeiro
Outro motivo é que, durante o trabalho de parto, pode ocorrer do cordão umbilical sair primeiro que o bebê.
Nesta situação, ocorre que o bebê tem o risco de ficar sem oxigênio, uma vez que a dilatação incompleta prenderá a passagem de oxigênio para o cordão que está do lado de fora do corpo.
Neste caso, saiba que a cesária é a opção mais segura. Entretanto, se a mulher estiver com dilatação completa, pode-se esperar pelo parto normal.
Mulher grávida deitada em maca, no hospital. Crédito da foto: Freepik
Parto com cesárea: Quando é melhor fazer?
5. Posição errada do bebê
Se o bebê permanecer em alguma posição, que não a de cabeça para baixo, como deitado de lado ou com a cabeça para cima, e não virar até antes do parto, o ideal é fazer uma cesária. Mas por quê?
Porque existe um maior risco para a mulher e o bebê, já que as contrações não são fortes o suficiente, tornando o parto normal mais complicado.
Além disso, a cesariana também pode ser necessária quando o bebê está de cabeça para baixo, porém está posicionado com a cabeça levemente virada para trás com o queixo mais voltado para cima.
É que esta posição aumenta o tamanho da cabeça do bebê, dificultando a passagem pelos ossos do quadril da mãe.
6. Em caso de gêmeos
Na gravidez de gêmeos, quando os dois bebês estão devidamente virados de cabeça para baixo o parto pode ser normal.
No entanto, quando um deles ainda não virou até o momento do parto, pode ser mais aconselhado fazer uma cesariana.
E quando são trigêmeos ou quadrigêmeos, mesmo estando de cabeça para baixo, o melhor é fazer mesmo um parto com cesariana.
Parto com cesárea – 7. Bebê acima do peso
Quando o bebê tem mais de 4,5 kg pode ser muito difícil passar pelo canal vaginal, já que a cabeça do bebê será maior que o espaço no osso do quadril da mãe. Por isso, neste caso é melhor recorrer à cesária.
No entanto, se a mãe não sofrer de diabetes ou diabetes gestacional e não tiver outras situações agravantes, o médico pode indicar o parto normal.
8. Outras doenças da mãe
Quando a mãe possui doenças como, problemas cardíacos ou pulmonares, púrpura ou câncer, o médico deverá avaliar os riscos do parto e se for leve, pode-se esperar pelo trabalho de parto normal.
Mas quando o médico chega a conclusão que isto pode colocar em risco a vida da mulher ou do bebê, ele poderá indicar uma cesariana.
9. Sofrimento fetal
Quando os batimentos cardíacos do bebê estão mais fracos que o ideal, há indícios de sofrimento fetal.
Neste caso pode ser necessário uma cesariana, pois, com os batimentos mais fracos que o necessário, o bebê pode ter falta de oxigênio no cérebro, o que leva a danos cerebrais como, deficiência motora, por exemplo.
Mulher grávida usando vestido lilás, colocando a mão em sua barriga. Crédito da foto: Freepik
Como é feito um parto com cesárea?
Parto cesárea pode ser feito com agendamento prévio ou sem agendamento prévio, esperando a mãe entrar em trabalho de parto.
Se não houver qualquer contraindicação médica, pode ser interessante esperar entrar em trabalho de parto para realizar a cesariana.
Assim, pode-se colher os benefícios do trabalho de parto como uma descida de leite mais rápida para a amamentação, por exemplo.
Geralmente, a anestesia para cesariana é a raquidiana, aplicada na lombar entre as vértebras e, normalmente, com a mãe já dentro do centro cirúrgico.
Apesar de um pouco de incômodo, tende a ser um procedimento rápido. A raquianestesia bloqueia a sensibilidade dolorosa e motora.
Assim, a paciente não sente dor durante o procedimento e também não consegue se movimentar da cintura para baixo (situação que pode ser um pouco esquisita!).
Assim, após a anestesia, é colocada uma sonda vesical na uretra, para evitar a retenção de urina.
Depois, uma limpeza da barriga é realizada e são colocados campos cirúrgicos em volta do local onde será feita a abertura da pele, para manter o procedimento estéril.
A incisão de uma cesariana normalmente tem cerca de 12cm e o médico cortará a pele e as camadas de tecido abaixo dela (são 5) até o acesso ao útero, onde é realizada a incisão pela qual o bebê será retirado.
Após a saída do bebê é retirada a placenta e feita uma sutura em cada camada aberta na cirurgia.
Normalmente, o parto cesárea é rápido e todas essas etapas acontecem em cerca de 60 minutos.
Fazendo cesariana posso receber meu bebê assim que ele nascer?
Sim! O ideal é que, se mãe e bebê estiverem bem, o bebê seja entregue à mãe para primeiro contato e amamentação imediatamente, mesmo em um parto cesariana.
Converse com sua equipe de parto sobre seu desejo!
Bebê no colo de sua mãe. Crédito da foto: Freepik
Parto com cesárea – Conclusões
O parto pode ocorrer de duas formas, que são o parto normal que é considerada a única forma natural para dar à luz em que o bebê nasce passando pelo canal vaginal e o parto por cesárea.
O parto normal tem um tempo de recuperação mais rápido, o risco de infecção da mãe é menor e o bebê também tem menos risco de apresentar problemas respiratórios.
No entanto, a cesariana pode ser a melhor opção quando existe risco de complicações para a mulher ou o bebê, como diabetes gestacional, ou situações emergenciais, como ruptura uterina ou infecção da placenta, por exemplo.
A escolha do tipo de parto deve sempre ser orientada pelo obstetra, avaliando a saúde da mãe e do bebê, além dos riscos de cada tipo de procedimento.
Para concluir, a cesariana tem sido muito pedida nos últimos, por preservar o bem estar da mãe e do bebê, resolvendo diversas situações de risco como vimos acima.
Sabemos que as técnicas utilizadas foram se aprimorando e tornando a cesariana um procedimento bastante seguro, houve introdução da hemoterapia, antibióticos e novas técnicas de anestesia.
Porém, é preciso tomar cuidado para não ser feita sem necessidade. Converse com o seu médico obstetra para saber se esse é o seu caso. Se não houver nenhum risco, opte pelo parto normal!
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