A amamentação é um assunto delicado e que mexe com o emocional de boa parte das mães, principalmente as de primeira viagem.

É normal que as mulheres sejam cruelmente cobradas, sentindo que são obrigadas a dar conta de todas as demandas de forma bastante solitária. Entre outras cobranças, a sociedade espera que a mulher seja uma profissional competente, uma esposa exemplar e uma mãe perfeita. É claro que, nesse caso, a amamentação e os cuidados em geral com o bebê estão incluídos no grande combo de tarefas que a mulher-mãe precisa desempenhar de forma natural, como se tivesse sido feita para isso.

Veja aqui o que é amamentação em livre demanda e amamentação de rotina e quais os desafios de cada um desses tipos para a mulher.

Boa leitura!

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O que é amamentação em livre demanda e amamentação de rotina?

Amamentação

Crédito: Freepik

Existem hoje dois grandes modelos de amamentação: livre demanda e rotina, também conhecida como agendada.

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A amamentação de rotina é aquela em que a mãe controla com o relógio os horários em que o bebê será amamentado. De modo geral, os médicos recomendam que as mães dêem de mamar – nesses casos – a cada 3 horas. A amamentação em livre demanda, por outro lado, diz respeito ao ato de dar de mamar sem fazer uso do relógio como demarcador. Nesta modalidade, o bebê recebe o peito materno conforme sua vontade: sempre que der sinais de desejo/fome.

Os dois tipos de aleitamento são amplamente conhecidos e têm suas peculiaridades, trazendo diferentes desafios para as mulheres.

Rotina de amamentação

Mais antiga, mais conhecida e mais comum no Brasil, a amamentação de rotina garante que o bebê receberá alimento de forma regular e em quantidade normalmente definida por um médico especialista. Por isso, essa modalidade de aleitamento é a mais popular do país. Entretanto, ela traz uma série de dificuldades e de desafios para a mulher, para além das cobranças que já lhe são recorrentemente feitas simplesmente por ser mulher e mãe.

Este tipo de amamentação tem como principal desafio para as mulheres a regularidade tão alta das mamadas. É extremamente difícil para a mulher conseguir se organizar em relação a qualquer outra coisa da vida sabendo que a cada três horas precisará parar o que está fazendo para alimentar o seu bebê. Vale lembrar aqui que, mesmo quando o bebê está dormindo, o indicado é que a mãe o acorde e dê de mamar.

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Claro que há algumas estratégias que podem servir de ajuda para as mamães que optam por fazer a amamentação de rotina. Por exemplo, tirar o leite materno e armazenar congelado, para oferta posterior. Como o leite será ofertado depois de armazenado, não é necessário que seja a mãe que faça isso. Entretanto, alguns estudos nacionais vêm apontando na última década para o desamparo materno. De acordo com essas pesquisas, as mães sentem que suas redes de apoio são muito fracas e percebem que precisam dar conta de todas as demandas da vida e mais das demandas do bebê de forma solitária. Inclui-se nesse desamparo tanto mulheres que são “mães solteiras” quanto mulheres que são casadas com o pai da criança e que acreditam de verdade que ele é um pai presente.

A amamentação de rotina faz com que as mulheres precisem estar disponíveis para seus bebês a cada três horas independente de qualquer fator externo, como suas próprias rotinas, compromissos, sono, bem-estar e etc.

Amamentação em livre demanda

Crédito: Freepik

Diferente da amamentação de rotina, a livre demanda não é regulada pelo relógio. Esta modalidade ocorre quando a mãe oferta o peito ao bebê em todo e qualquer momento que o mesmo solicite. Além da frequência irregular, a quantia de leite fornecido também muda. Na livre demanda, o bebê irá se alimentar quando e o quanto quiser, sendo que é ele – o bebê – que definirá o quanto quer mamar.

Atualmente, a amamentação em livre demanda é o modelo preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS). Além disso, os médicos pediatras e os nutricionistas também enfatizam os benefícios da livre demanda, principalmente nos primeiros meses de vida do bebê.

Apesar de ser mais conveniente para a saúde da mãe e do bebê, a livre demanda requer uma disponibilidade que é quase inatingível para mulheres que exercem qualquer outro papel para além do materno na sociedade. Isso porque a livre demanda requer, basicamente, que a mãe esteja 100% disponível para o bebê 24 horas por dia e 7 dias por semana. Sem uma rotina bem definida, a mulher não consegue organizar nenhuma atividade sem levar em conta que o bebê pode, a qualquer momento, a solicitar.

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Assim como no caso da amamentação de rotina, aqui a mulher também pode armazenar o leite para oferecer posteriormente. Entretanto, mesmo a organização necessária para administrar a retirada do leite, armazenamento do mesmo e disponibilidade ao bebê ininterruptamente requer – muitas vezes – mais do que a mulher consegue naquele momento.

Diferente das rotina estabelecida por horários, é possível que tenha uma noite que a mulher consiga descansar sem levantar nenhuma vez. Entretanto, também há noites em que ela vai levantar muito – mas muito mesmo! – mais do que a cada três horas.

Como escolher?

Crédito: Freepik

A livre demanda é o modelo ideal, quando falamos de recomendações médicas e de saúde do bebê e da mulher. Isso porque o modelo de amamentação em livre demanda traz uma série de benefícios tanto para o bom desenvolvimento do bebê quanto para a recuperação da mulher. Entretanto, há muito mais do que recomendações médicas que precisam ser levadas em conta no momento da escolha.

Assim como foi apresentado, os dois modelos têm seus desafios. Por isso, é muito difícil eleger um dos modelos como o único caminho possível. É importante que cada mulher possa conhecer os dois modelos, verificar os benefícios e os desafios de cada um deles e tomar uma decisão livre de culpas.

Procure suporte em profissionais que façam mais do que prescrever recomendações ideais – e descontextualizadas. Busque indicação de profissionais que possam te olhar e ouvir o que você tem a dizer, profissionais que também saibam ouvir – e que façam as prescrições baseados na sua realidade. Nem sempre é fácil encontrar esse tipo de profissional, mas este é o caminho mais indicado para tomar uma decisão sem culpas, e sabendo que suas escolhas terão benefícios e prejuízos, mesmo que de formas distintas.

Você está amamentando? Já passou por esse momento? Compartilhe conosco a sua história nos comentários.