Você já ouviu falar sobre a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal? Confesso a vocês que, até pouco tempo atrás, eu não conhecia o problema.
No entanto, uma leitora do blog que teve uma gestação de gêmeos sugeriu que eu abordasse o tema aqui no blog, como forma de alerta a outras mães.
síndrome de transfusão feto-fetal. Foto: freepik
Como não podemos olhar dentro da barriga, é normal sentirmos, durante a gravidez, uma certa preocupação sobre como nosso bebê está se desenvolvendo lá dentro.
Será que ele está recebendo nutrientes suficientes? Que está crescendo como deveria? Será que está tudo bem? Evidentemente, quando a gestação é de gêmeos, a preocupação aumenta.
E é preciso que os futuros papais estejam atentos mesmo, pois existe uma condição que faz com que um dos bebês acabe ficando mais nutrido (e crescendo muito mais) do que o outro no útero materno – justamente a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (STFF).
Então, se você está esperando gêmeos (ou trigêmeos, quadrigêmeos, etc; ou tem chances de ter uma gravidez múltipla), vale a pena ficar alerta à Síndrome da Transfusão Feto-Fetal.
Apesar de séria, é possível resolver sem maiores problemas, a depender do grau.
Quer saber mais? Veja a seguir!
ultrassom de gêmeos. Foto: freepik
O que é a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal
A Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (STFF) pode acometer gêmeos que estão em bolsas diferentes, porém, dividindo a mesma placenta. Por meio dela, os pequenos são nutridos, e também conectados à mãe e a eles mesmos através de vasos.
O que acontece quando a síndrome se desenvolve é um desequilíbrio na comunicação entre esses vasos, que acaba comprometendo o fluxo sanguíneo entre os bebês. Com isso, um acaba recebendo mais sangue do que o outro.
Como identificar?
O resultado dessa síndrome é que um se desenvolve e cresce mais. Essa característica é perceptível por meio de um exame de ultrassom, ou seja, o médico também irá observar a quantidade de líquido amniótico em cada bolsa (na do bebê maior há mais líquido, o chamado receptor; já na do outro, o doador, há menos).
mulher grávida. Foto: freepik
Nesse caso, se observadas todas essas alterações, o diagnóstico se comprova. Nesse momento, também é indicado do estágio de desenvolvimento da síndrome, que vai de um a quatro, dependendo da gravidade.
Portanto, vale destacar que ultrassons de rotina podem levar à detecção da Síndrome da Transfusão Feto-Fetal.
Por isso, é muito importante fazer o exame com a frequência indicada pelo seu médico (que na gravidez gemelar deve ser maior do que a de uma gravidez de baixo risco), cumprindo um bom pré-natal.
Como tratar a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal?
Caso o médico detecte a STFF no primeiro estágio, dependendo do caso, não é necessário recorrer a tratamento, pois a condição pode desaparecer sozinha.
Agora, já a partir do segundo estágio indica-se o tratamento: é feita uma pequena cirurgia (cauterização).
Nesse procedimento, o médico identifica os vasos que estão desequilibrados, levando mais sangue a um bebê do que ao outro, e os queima com laser. Com isso, se interrompe a troca sanguínea entre os gêmeos.
Outra indicação de tratamento, por exemplo, é a retirada de líquido da bolsa amniótica (amniocentese seriada) do bebê receptor (o grande), com uma agulha.
Essa medida busca reduzir o risco de parto prematuro, e é indicada à medida que a bolsa se enche.
trigêmeos. Foto: freepik
O risco de morte dos bebês é real?
Se não houver tratamento, as chances de os bebês morrerem são quase totais. Por outro lado, com o diagnóstico correto e as terapias realizadas ainda no útero, o risco de mortalidade é muito menor.
Por isso, cuide do seu pré-natal e esteja atenta à qualquer anormalidade com os filhotes.
Prevenção: A importância do cuidado pré-natal
Muitos casos de STFF não podem ser evitados, mas manter uma dieta saudável antes e durante a gravidez pode ajudar a prevenir STFF ou torná-la menos severa se ocorrer.
Tome suplementos pré-natais conforme recomendado pelo seu médico. Sempre compareça às consultas pré-natais regulares para monitorar sua gravidez.
gestante fazendo pré-natal. Foto: freepik
Por outro lado, os incidentes de STFF têm resultados mais positivos quando identificamos e monitoramos precocemente.
STFF e seu tratamento é uma condição médica muito complicada. Converse com seu médico no início da gravidez para planejar uma abordagem para tratá-la.
Qual é o prognóstico de longo prazo para meus bebês?
A maioria dos gêmeos STFF que recebem tratamento adequado durante a gravidez sobreviverá e a maioria das sobreviventes será normal e saudável.
No entanto, se não tratar precocemente, a taxa de sobrevivência para gêmeos STFF é de aproximadamente 10 a 15 por cento.
gestante. Foto: freepik
Depois que os bebês STFF nascem, o compartilhamento do suprimento de sangue não é mais um fator. Eles podem enfrentar preocupações resultantes da prematuridade ou dos efeitos do STFF dentro do útero.
Bebês com baixo peso ao nascer têm um risco aumentado de problemas neurológicos de longo prazo, como retardo mental, paralisia cerebral , perda de visão e audição.
Contudo, bebês nascidos entre 24 e 32 semanas têm maior risco de ter deficiências.