Dicas de Amamentação: Você provavelmente já sabe que a amamentação traz muitos benefícios tanto para a saúde da mulher quanto da criança.
Amamentar é muito mais do que nutrir, pois também ajuda a fortalecer os laços de ambos. E essa ideia vem ganhando cada vez mais espaço diante de tudo o que o leite materno representa no desenvolvimento do bebê e em sua qualidade de vida.
De acordo com o Ministério da Saúde, “amamentar é um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional”.
Pensando em todos os benefícios, criamos uma lista com 11 curiosidades para você saber mais sobre o leite materno e que podem reforçar a sua importância na vida de toda criança.
Dicas de Amamentação: Confira a seguir!
Mãe amamentando bebê, sentada na poltrona. Crédito da foto: Freepik
Confira 11 curiosidades sobre o leite materno
Dicas de Amamentação: 1) O leite materno é um alimento completo
A lista de ingredientes da composição do leite materno é muito grande. Os mais importantes são minerais, vitaminas, gordura e aminoácidos.
Mas esse líquido precioso ainda contém nucleotídeos (que fornecem as bases para o DNA), carboidratos (que dão energia), fatores de crescimento (substâncias que auxiliam na maturação da mucosa intestinal) e fatores antimicrobianos (utilizados pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar partículas estranhas).
Diante de tudo isso, já dá para perceber porque, até os 6 meses, o bebê não precisa mesmo de nenhum outro alimento (chá, suco, água, outro leite, nada!). O leite materno já tem tudo o que ele precisa para o seu crescimento e desenvolvimento saudável.
Além disso, continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.
Ah, sem contar que é de fácil digestão e está sempre quentinho!
Dicas de Amamentação: 2) Funciona como uma vacina
Por ser rico em anticorpos, o leite materno protege a criança de muitas doenças como diarreia, infecções respiratórias, alergias. Ainda diminui o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
Além disso, crianças amamentadas no peito são mais inteligentes, pois há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo e inteligência da criança.
Só para ter ideia da sua importância na proteção à saúde, a Organização Mundial da Saúde estima que o aleitamento materno poderia livrar 13% das crianças menores de 5 anos da morte por causas evitáveis, em todo o mundo.
Mas atenção! Ainda que seja muito poderoso, o leite materno não exclui a necessidade de cumprimento do calendário de vacinação da criança.
Confira o calendário completo de vacinação do bebê, 0 a 15 meses.
Bebê mamando em sua mãe, segurando a mão dela. Crédito da foto: Freepik
3) Amamentação ajuda no desenvolvimento da face
O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama, que é o ato de sugar o peito, é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança (o movimento feito pela boca do bebê auxilia no desenvolvimento do palato e da mandíbula).
Portanto, é muito importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária.
Além disso, ainda ajuda a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração.
Confira aqui os mitos e verdades sobre amamentação.
Dicas de Amamentação: 4) Os hormônios femininos na produção do leite materno
São os hormônios ocitocina e prolactina que entram em ação para que o leite materno seja produzido (isso acontece ainda durante a gestação!) e encaminhado aos seios durante a amamentação.
Por sua vez, a ocitocina estimula a contração das células musculares, expulsando o líquido para fora dos alvéolos. Como também tem a função de contrair o músculo do útero durante e após o nascimento, no período da amamentação, esse hormônio acaba ajudando o útero a voltar ao seu tamanho original.
Outra curiosidade muito bacana é que, quando a mulher está submetida a muito estresse, acaba liberando muita adrenalina, que tem ação de bloquear a ocitocina, resultando em prejuízo à amamentação. Já a prolactina é liberada a partir do cérebro e dá o sinal verde para que as células alveolares reajam, produzindo o leite.
E não podemos esquecer do estrógeno, que estimula o desenvolvimento dos ductos por onde o leite passa; nem da progesterona, que atua no crescimento dos alvéolos e lóbulos.
Uma curiosidade é que, segundo os endocrinologistas, essa dupla é responsável, em parte, pela intensa sensação de precisar estar sempre junto do bebê que as mães sentem.
Mãe com seu bebê no colo. Crédito da foto: Freepik
5) O leite materno adapta-se às necessidades do bebê
A composição do leite materno está em constante modificação. Ou seja, ele passa por transformações de acordo com cada etapa de desenvolvimento do bebê.
Nos primeiros dias do aleitamento, as glândulas mamárias produzem um “primeiro leite”, chamado de colostro, muito rico em nutrientes. Passados por volta de quatro dias, o colostro se transforma em um leite de transição.
É só no décimo dia após o início do aleitamento que as glândulas mamárias produzem o leite maduro, que também se modifica ao longo do crescimento da criança, adaptando-se às suas necessidades.
Ah, e vale a pena saber: o sabor do leite materno se altera dependendo da alimentação da mulher e dos produtos usados na higiene das mamas. Então, vale seguir direitinho as orientações dos profissionais de saúde para essa fase.
6) O leite materno se altera durante a mamada
No início da mamada, o leite tem mais água e mata a sede. No fim, tem mais gordura e mata a fome do bebê (ao mesmo tempo em que faz com que ele ganhe mais peso). Essa pequena alteração na composição é muito importante para toda a produção de leite.
Isso porque, assim que a amamentação começa, a criança, com fome, suga com mais força, favorecendo o esvaziamento da mama.
Para que a outra mama também seja esvaziada adequadamente, é interessante que a mãe comece a próxima mamada por ela. Porém, não precisa trocar de mama na mesma mamada, pois é preciso que ela esvazie completamente.
Contudo, se depois do bebê esvaziar a primeira mama continuar com fome, pode dar a segunda.
Além disso, de acordo com os especialistas, com essa alternância entre as mamas, o corpo da mulher é incentivado a produzir mais leite.
Mulher amamentando seu filho, sentada na cama. Crédito da foto: Freepik
7) O leite materno pode ser oferecido para o bebê sempre que ele desejar
Isso significa que a criança não só pode como deve ser amamentada na hora que quiser e quantas vezes quiser. Mas só para ter uma ideia, em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser fixado, porque o tempo necessário para o seu esvaziamento varia para cada dupla (mãe e bebê).
Fatores como a fome da criança, o intervalo entre as mamadas e o volume de leite armazenado na mama devem ser considerados.
Uma curiosidade é que uma mulher pode produzir até um litro de leite por dia. Uma criança consome entre 200 e 250ml a cada mamada.
8) O leite materno deixa o bebê mais inteligente
Há evidências de que o aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo. Isso porque o leite materno é rico em DHA, uma fração do ômega-3 que, entre outras funções no nosso organismo, participa da formação de células nervosas, ao mesmo tempo em que facilita a comunicação entre elas.
É isso que vai garantir, nos primeiros cinco anos de vida, que o cérebro dos pequenos se desenvolva de forma saudável. O resultado é um ótimo desenvolvimento cognitivo, com crianças muito espertas e com facilidade para aprender.
Outros estudos acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e à escolha do modo como alimentar a criança também são responsáveis.
A maioria dos estudos conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento.
Dicas de Amamentação: 9) Também protege contra obesidade
De acordo com um estudo publicado pela revista Scientific Reports com mais de 3,4 mil recém-nascidos, o leite materno pode reduzir o efeito de um dos principais genes associados ao sobrepeso e à obesidade.
Os estudiosos explicam que o alimento influencia diretamente na sensação de saciedade e ingestão de comida, porém reforçam que outros fatores também devem ser considerados quando se pensa em prevenir problemas de peso tanto na infância quanto na idade adulta.
Entre os outros fatores estão: herança familiar, dieta equilibrada e prática de atividades físicas.
Alimentos na amamentação diária: O que posso comer e o que evitar?
Mãe sentada na cama amamentando seu bebê. Crédito da foto: Freepik
Dicas de Amamentação: 10) Traz inúmeros benefícios para a mãe
Além das vantagens para o bebê, o aleitamento também traz uma série de benefícios para a saúde da mulher após o parto. Confira os benefícios:
- Reduz o peso mais rapidamente;
- Diminui a chance de doenças, como hipertensão, obesidade, anemia e diabetes;
- Pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez (nesse caso, só nos primeiros 6 meses de vida do bebê e desde que a mãe ainda não tenha menstruado e esteja amamentando exclusivamente e em livre demanda).
- Auxilia na recuperação pós-parto e diminui as chances de hemorragia;
- Previne contra o câncer de mama, útero e ovários;
- Diminui a chance de depressão pós-parto.
Dicas de Amamentação: 11) O leite materno pode ser doado
A maioria das mulheres que amamentam podem doar leite materno. Para isso, basta fazer a coleta correta do leite que sobra após a amamentação do filho – as orientações são passadas pelo Banco de Leite Humano (BLH) da cidade, quando ela se cadastra como doadora.
Os impedimentos para a doação são: ser portadora de doenças infectocontagiosas, como hepatite e AIDS; ser usuária de álcool ou outras drogas; ser fumante. Também é preciso informar ao BLH sobre o uso de medicamentos.
Portanto, podemos concluir que a amamentação proporciona a formação de crianças, adolescentes e adultos mais saudáveis.
Contudo, a partir dos seis meses, deve-se iniciar a introdução da alimentação adequada e saudável para o bebê. Além de, claro, continuar ofertando o leite materno até os dois anos ou mais.
Mãe amamentando bebê. Crédito da foto: Freepik
O uso da mamadeira e chupeta podem interferir na amamentação
Dicas de Amamentação: Já com relação ao uso da mamadeira e chupeta, o Ministério da Saúde não recomenda, portanto elas devem ser evitadas.
A mamadeira, além de ser uma importante fonte de contaminação, pode influenciar negativamente a amamentação. Observa-se que algumas crianças, depois de experimentarem a mamadeira, passam a apresentar dificuldade quando vão mamar no peito.
Alguns autores denominam essa dificuldade de “confusão de bicos”, gerada pela diferença marcante entre a maneira de sugar na mama e a mamadeira. Nesses casos, é comum o bebê começar a mamar no peito, porém, após alguns segundos, largar a mama e chorar.
Como o leite na mamadeira flui abundantemente desde a primeira sucção, a criança pode estranhar a demora de um fluxo maior de leite no peito no início da mamada. Isso porque o reflexo de ejeção do leite leva aproximadamente um minuto para ser desencadeado e algumas crianças podem não tolerar essa espera.
Já a chupeta tem sido desaconselhada pela possibilidade de interferir negativamente na duração do aleitamento materno, entre outros motivos. Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas com menos frequência, o que pode comprometer a produção de leite.
Além disso, é possível que o uso da chupeta seja um sinal de que a mãe está tendo dificuldades na amamentação ou de que tem menor disponibilidade para amamentar.
Além de interferir no aleitamento materno, o uso de chupeta está associado a uma maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e de alterações do palato.
Do mesmo modo, a comparação de crânios de pessoas que viveram antes da existência dos bicos de borracha com crânios mais modernos sugere o efeito nocivo dos bicos na formação da cavidade oral.
Mãe sentada no sofá amamentando seu filho. Crédito da foto: Freepik
Outras bebidas devem ser evitadas nos primeiros seis meses
Dicas de Amamentação: Do mesmo modo, deve-se evitar outras bebidas, como: água, chás e principalmente outros leites. Isso porque existem evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil.
Além disso, não restam mais dúvidas de que a complementação do leite materno com água ou chás nos primeiros seis meses é desnecessária, mesmo em locais secos e quentes.
Mesmo ingerindo pouco colostro nos primeiros dois a três dias de vida, recém-nascidos normais não necessitam de líquidos adicionais além do leite materno, pois nascem com níveis de hidratação tecidual relativamente altos.
Esperamos que esse artigo tenha sido útil para você! Agora você já conhece alguns fatos importantes sobre o leite materno e quais os benefícios da amamentação, contribuindo para o melhor desenvolvimento do seu bebê.
Continue acompanhando o nosso Blog Mil Dicas de Mãe e até a próxima!
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