Você sabia que a cada ano surge cerca de 1% de novos casos de surdez no Brasil? Bastante, concorda? Esse dado da Organização Mundial de Saúde mostra que a deficiência auditiva não é tão incomum entre nós. E por que estou falando sobre esse assunto aqui no blog? Porque é durante a gestação que muitas crianças acabam ficando surdas (o que poderia ser evitado, em alguns casos – por isso, é importante informar e compartilhar!).
Quando a mãe adquire determinadas doenças na gravidez, o bebê pode sofrer a consequência nos ouvidos. E o ideal é que o diagnóstico ocorra o mais cedo possível (preferencialmente ainda na maternidade), para guiar os procedimentos de acompanhamento médico do bebê, e para que seu desenvolvimento não seja prejudicado.
Vale saber que identificando o problema o quanto antes, é possível iniciar logo o tratamento adequado, visando a reabilitação do pequeno (que é, sim, possível, dependendo da patologia que ele tem). Quer entender melhor? Eu te conto a seguir!
Imagem: 123RF
Por que meu filho pode nascer surdo?
A maioria dos casos de crianças que nascem surdas ocorre em decorrência de fatores genéticos. Contudo, como eu citei no início do post, é possível também que doenças adquiridas pela mãe na gravidez afetem a audição dos pequenos. O problema está nas patologias infectocontagiosas – entre as que podem trazer essa consequência aos bebês estão a rubéola, o sarampo e a toxoplasmose.
Vale destacar ainda que maus hábitos durante a gravidez, como a ingestão de álcool, drogas e determinados medicamentos (com substâncias tóxicas aos ouvidos, como os indicados no tratamento de câncer, infecções sérias e doenças cardíacas) são outros motivos que podem desencadear surdez na criança. Fator rH, exposição à radiação, hipertensão, diabetes e quadros de deficiência alimentar pela mãe também deixam o bebê propício ao problema.
Todos esses são fatores pré-natais, mas existem também os perinatais (ou seja, ocorridos durante o parto, que podem desencadear a surdez). Prematuros ou crianças que nasceram depois de 42 semanas, que tiveram problemas de oxigenação no nascimento ou, ainda, que foram contaminadas por uma infecção hospitalar podem ficar surdas igualmente.
Vale destacar ainda que se o pequeno pegar outras doenças na infância, o risco da surdez ainda é real. Sarampo, caxumba e meningite são algumas das infecções que podem causar a deficiência, além de sífilis, uso de medicamentos e, evidentemente, exposição a ruídos ou sons muito altos (cuidado com o filhote em determinados ambientes!).
Como detectar a surdez no bebê?
Ainda na maternidade é feito o teste da orelhinha (a triagem neonatal auditiva). Geralmente esse exame é feito no segundo ou terceiro dia de vida do bebê, gratuitamente (inclusive, a sua realização é obrigatória por lei). Já para os pequenos que nascerem fora do hospital, é necessário fazer esse teste até os três meses.
No exame, é colocado um aparelho no ouvido do recém-nascido, que produz estímulos sonoros, para ver como o pequeno reage. O procedimento serve como uma triagem e, se o médico notar alguma alteração, alguns exames complementares serão indicados, para confirmar o diagnóstico.
Como tratar?
Tratamentos com médicos de diferentes áreas serão necessários para que a criança se desenvolva perto do normal. Afinal, a deficiência auditiva em um bebê, se não diagnosticada, pode ter influência direta no desenvolvimento neuropsicomotor, na fala e na própria sociabilidade. Nesse sentido, um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo são especialistas importantes no tratamento para acompanhar o progresso do pequeno.
Dependendo do caso (o tratamento é bem individualizado e variável), o uso de aparelhos (como implantes e próteses) pode ser indicado. E não se esqueça: o quanto antes começar, melhor! Por isso, vale toda atenção aos cuidados na gravidez (incluindo a realização de exames que podem detectar doenças perigosas ao bebê ainda na gestação) e no parto. Se cuidar nesses momentos (e se não houver fatores genéticos, claro) é a única forma de tentar evitar que o pequeno venha ao mundo com a deficiência.