Infelizmente, ainda existem muitos mitos sobre o desfralde que costumam ser propagados em diversas rodinhas de conversa e até mesmo em sites na internet. Sabemos que a intenção das pessoas podem ser boas, mas, às vezes, determinadas informações podem mais confundir do que ajudar.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo com uma série de considerações sobre os principais mitos, a fim de ajudá-lo a quebrar cada um deles e, assim, compreender melhor esse processo tão subjetivo. Acompanhe e saiba mais!
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Mitos sobre o desfralde que você precisa conhecer!
São diversos os mitos sobre o desfralde que podemos ouvir ao longo da nossa vida. Alguns até parecem fazer sentido, mas, quando analisamos mais de perto, percebemos que nem sempre as informações contêm solidez e cientificidade.
Por isso, reunimos muitos mitos que já ouvimos por aí para que você conheça um pouco mais sobre eles e, quem sabe, reflita sob novos pontos de vista. Vamos lá:
1. Mitos sobre o desfralde: Meninos demoram mais para desfraldar
Esse é um mito que ainda é propagado com frequência em diversos locais. Não sabemos de que modo as pessoas acreditam que possa haver uma diferença relacionada ao sexo biológico da criança, mas a verdade é que não existe uma diferença tão explícita entre meninos e meninas.
Obviamente, em algumas situações uma menina pode desfraldar mais cedo, mas, em outras, um menino pode ter um resultado mais rápido. Isso quer dizer que não existe regra, e a variação está intimamente relacionada com a singularidade de cada ser humano.
Ter isso em mente é importante para não criarmos rótulos na hora de investir no processo de desfralde de uma criança.
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Bebê usando fralde descartável. Foto: Canva.
2. O desfralde deve sempre ser feito aos dois anos
Não existe uma idade rígida para o desfralde. Novamente, devemos ter em mente que estamos falando de algo completamente subjetivo, que não pode ser mensurado de forma objetiva.
Cada criança é única e possui as suas características, forças e fraquezas. Logo, como seria possível garantir que toda criança de dois anos deve começar o desfralde? Ou ainda, que antes disso é sempre impossível? Não seriam colocações viáveis.
Portanto, se o seu filho tem menos de dois anos, mas você acredita que ele está pronto para o desfralde, não há necessidade de ficar “aguardando” os dois anos chegarem.
Da mesma forma, se o seu filho já tem dois anos, mas ainda não desfraldou por completo, isso não quer dizer que ele esteja “atrasado”. Precisamos quebrar esses mitos sobre o desfralde que criam rótulos.
3. Mitos sobre o desfralde: Redutor é sempre melhor do que o pinico
Mais um mito que tenta impor algo como infalível ou certeiro com relação ao desfralde. Algumas crianças podem ter experiências mais positivas com os redutores, outras com o pinico. Novamente, não há uma regra, há possibilidades.
Cada indivíduo tem a sua própria história de vida, então, não podemos, simplesmente, dizer que algo que funciona para um funciona para todos de modo infalível.
Podem haver ferramentas que contribuem com o processo, mas garantir que todas as crianças terão o mesmo resultado é algo arriscado. Portanto, os testes devem fazer parte do desfralde do pequeno, adaptando as situações às características de cada criança.
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Mãe trocando a fralda do filho. Foto: Canva.
4. A criança nunca poderá recair
O processo de desfralde é algo gradual, que não acontece de um segundo ao outro. No meio do caminho, podem acontecer algumas intercorrências, como escapes inesperados, inclusive quando a criança já parece “bem adaptada”.
Acontece que é um mito sobre o desfralde a ideia de que a criança nunca terá uma “recaída”, digamos assim. Afinal, ela poderá, sim, ter falhas no processo de aprendizagem, faz parte.
Entretanto, também não precisamos encarar a situação como uma “regressão”. Uma criança que volta a apresentar algumas dificuldades pode estar apenas se adaptando.
De qualquer forma, em caso de dúvidas considere conversar com o médico do seu filho, tudo bem?
5. Mitos sobre o desfralde: O troninho pode atrasar o processo de desfralde
Novamente, devemos sempre frisar o quanto cada criança é única e que não existe uma forma infalível de fazer o desfralde acontecer “magicamente”.
Isso quer dizer que não necessariamente o troninho irá atrasar o processo. Inclusive, dependendo da situação, pode ser que ele contribua para o processo de a criança compreender que ela pode, sim, segurar suas necessidades e fazer em um local propício.
Portanto, não podemos nos esquecer de que cada caso é único e que não existe uma regra nesse sentido.
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6. O desfralde noturno deve ser feito junto com o diurno
Apesar de ambos estarem interligados, isso não quer dizer que eles devem acontecer da mesma maneira. Dormindo a criança pode ter menos controle do que acordada, convenhamos!
Por isso, iniciar com o processo diurno e, aos poucos, com o noturno, pode ser um caminho mais interessante.
Inclusive, o desfralde externo, ou seja, aquele que acontece fora de casa, também pode acontecer de forma gradual e não necessariamente ao mesmo tempo em que o desfralde em casa está sendo posto em prática.
Dessa maneira, é possível criar um processo mais gradual e gentil para os pequenos. É claro que sempre devemos observar a evolução de cada criança para tomar decisões sempre alinhadas às características singulares, está bem?
Ou seja, se você percebe que o pequeno está tranquilo e pode começar o desfralde noturno, isso poderá acontecer. A nossa dica se refere a ideia errônea de que existe uma regra de que o desfralde deve acontecer em todas as esferas da vida de uma vez só, o que não é verdade.
Bebê sentado no penico. Foto: Canva.
7. Mitos sobre o desfralde: O desfralde deve acontecer rapidamente
Não existe um tempo máximo estipulado explicitamente sobre o desfralde, muito menos um tempo “rápido”.
Querer forçar a situação, fazendo com que a criança desfralde o mais rápido possível, pode aumentar os sentimentos de ansiedade e estresse, não só nos adultos como também nas crianças.
Portanto, é importante sempre respeitar o tempo de cada um. Cada pequeno possui a sua adaptação, e manter um olhar atento a isso é crucial.
O mesmo vale para castigos e as tentativas de forçar o mais rápido: cuidado com isso! Castigar e tentar fazer o pequeno pular etapas de maturação pode causar efeitos colaterais no bem-estar e no desenvolvimento nesse processo.
Se você acha que a sua criança está demorando muito tempo para o desfralde, considere conversar com um profissional, antes de tirar conclusões precipitadas e simplesmente acreditar que “deveria ser rápido”.
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8. Desfralde deve sempre ser feito no verão
Apesar de o clima mais quente poder ajudar na hora de higienizar as roupinhas da criança, pode ser um pouco ruim o pequeno estar preparado para o desfralde e “forçarmos” que ele espere mais seis meses, concorda?
Preparar um ambiente climatizado, em casa, para garantir que esse momento seja mais tranquilo pode ajudar. Mas não existe uma regra universal de que o desfralde só deve acontecer apenas nos dias quentes.
Sem dúvidas, muitos papais e mamães vão concordar que no verão a vida pode ser facilitada na hora de lavar as roupinhas, mas, ainda assim, é importante estar ciente de que o desfralde pode, sim, acontecer no frio.
Apenas serão necessários alguns esforços a mais no quesito de lavar as roupas.
9. Mitos sobre o desfralde: Deve-se diminuir os líquidos para reduzir os acidentes
Muitos pais também cometem o equívoco de cortar drasticamente o consumo de líquidos pelos pequenos, como se isso fosse resolver o problema de haver escapes.
Porém, esse comportamento não irá “reduzir os acidentes”, mas na prática, reduzirá a produção de urina da criança, podendo levá-la a um episódio de desidratação.
Essa desidratação pode causar danos à saúde física do pequeno, deixando-o exposto a possíveis complicações. Portanto, reduzir o consumo de líquidos, sem que um médico tenha solicitado isso, pode ser muito arriscado. Não siga esse mito, pois a saúde do pequeno pode ficar em risco.
O ideal é seguir com a alimentação e hidratação normalmente, desenvolvendo a paciência na hora de lidar com os escapes que podem aparecer no dia a dia.
Lembre-se: mais vale levar um tempo a mais para adaptar a criança, lidando com esses escapes, do que proporcionar efeitos colaterais que podem causar danos ao pequeno.
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Neném de bruços usando fralda descartável. Foto: Canva.
Na dúvida, converse com um especialista
Como vimos, existem muitos mitos sobre o desfralde que costumam ser propagados com frequência. Muitos deles podem fazer com que os pais coloquem o bem-estar e o desenvolvimento do processo em risco.
Por isso, antes de acreditar naquela dica mirabolante ou naquela informação que vem circulando nas redes sociais, que tal conversar com um especialista no assunto?
Você pode conversar com o pediatra do seu filho na hora de esclarecer dúvidas relacionadas diretamente com a evolução do pequeno.
Assim, além de quebrar mitos e tabus, você poderá receber orientações muito mais precisas para o seu caso em específico, de modo personalizado, o que poderá ajudar na hora de fornecer ao seu filho um processo de transição mais tranquilo.
Pense nisso e boa sorte!
Veja também: Como escolher o pediatra do seu filho? Veja um passo a passo!