Você está grávida e anda esquecendo onde deixou a chave de casa, a carteira, e não consegue se lembrar do que comeu no jantar de ontem? Pois eu conheço direitinho dessa sensação – sentia exatamente isso durante minha gestação. Lembro que o esquecimento e a falta de memória me colocaram em situações muito engraçadas durante a gravidez, a ponto de me perguntar: mas será que isso é mesmo normal? Será que a energia do meu cérebro está sendo deslocada para a placenta? Só rindo mesmo!
Pois saiba que muitas grávidas de fato se sentem mais esquecidas e com a memória mais fraca – e essas sensações começam a se manifestar ainda no primeiro trimestre da gravidez. A explicação para tudo isso está em fatores biológicos, e também nos emocionais. Quer entender melhor essas ocorrências? Confira nesse post mais informações!
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Por que estou esquecendo as coisas com mais frequência durante a gravidez?
O primeiro motivo está relacionado aos hormônios. Já no primeiro trimestre de gestação os níveis de progesterona aumentam, e com isso a sensação de sonolência da mamãe também é maior. Assim, com o sono “intensificado”, é comum que a mulher fique mais desatenta (e, com isso, esquecida!).
O sono é, inclusive, um fator adicional para os esquecimentos. Durante o terceiro trimestre da gravidez, a qualidade do sono da gestante piora bastante: a respiração fica mais difícil (pela compressão que o bebê provoca nos órgão internos), a barriga cresce, e fica bem mais difícil encontrar uma posição confortável para dormir. Isso sem contar a ansiedade pelo nascimento do bebê, que costuma aumentar nessa reta final da gravidez – mais um motivo para perder o sono!
Resultado? Reflexos diminuídos, dificuldade de concentração e mais esquecimento! Afinal, é um conjunto de hormônios, alterações no organismo, na rotina e nas emoções que está acontecendo com você até a chegada do filhote. Vamos dar um desconto, né?
E o que eu posso fazer?
Não tem como se precaver dessas razões que eu apontei. Contudo, você pode evitar se esquecer das coisas importantes tendo sempre uma ferramenta para anotar tudo o que precisa. Mesmo que você tenha uma memória ótima, pelo menos durante a gestação, não abuse: seja com o celular ou com o bom e velho papel e caneta, anote os lembretes.
Anotações em um calendário, deixado em um local bem à vista na casa, pode ser mais uma ajudinha. Outro detalhe é guardar os objetos que você usa com mais frequência (como chaves) sempre no mesmo lugar, para evitar ter que lembrar onde os colocou.
E, claro, conte com uma rede de apoio para ajudá-la com os afazeres com o bebê, desde o pré-natal. Nessa fase são diversas as consultas, as compras, os cuidados com a alimentação, etc, para a espera do filhote. Por isso, se puder contar com pessoas para oferecer suporte nessas responsabilidades, isso é de grande valia (e você ganha mais tempo relaxando, fazendo o que gosta, dormindo e, consequentemente, se lembrando das coisas, por ficar com a mente mais tranquila!).
E a memória volta ao normal depois do nascimento do bebê?
Minha experiência diz que a memória volta ao normal, sim! Mas isso demora um tempinho para acontecer, viu? Porque nos primeiros meses do pós-parto, a rotina com o bebê é tão intensa que você precisa focar sua atenção nele (e acaba esquecendo o resto). As noites mal dormidas amamentando, às vezes cuidando de uma criança doente, também contribuem para que você se sinta esquecida e com o pensamento mais vagaroso por um bom tempo. Mas uma boa notícia: o cérebro se adapta! E a partir do momento em que conseguir descansar mais, você poderá sentir que está mais ágil do que era, e até que consegue se lembrar de um número muito maior de coisas do que estava habituada!