Sobre ser uma mãe atrasada (e ver que as outras chegam no horário!)
Hoje foi um daqueles dias em que Catarina chegou em cima da hora na escola. E olha que moramos a menos de dez minutos do local, para quem vai de carro! Eu poderia dizer que foi uma exceção, que sempre fazemos o trajeto na mais profunda tranquilidade, mas, infelizmente, tenho que reconhecer que quase sempre é assim! Eu começo a ladainha para que ela se arrume, a pequena faz de conta que não ouve; eu começo a organizar o uniforme, ela sai correndo pela casa; eu chamo para escovar os dentes, ela molha toda a camiseta (o que me faz voltar ao passo do uniforme, que precisa ser trocado!). E o fim da história vocês já podem imaginar: uma mãe que grita (“Catarina, pelo amor de Deus, nós precisamos sair já!”), completamente estressada, que sai de casa como um furacão, para chegar ao carro e perceber que a mochila ficou para trás! Ó, céus!
E então eu chego à escola. Vejo mães chegando com dois, às vezes três filhos, muitas delas já indo embora (ou seja, chegaram mais cedo, mesmo tendo que aprontar várias crianças!). E eu ali: apenas com uma, e ainda por cima com o rabo-de-cavalo torto (ou sem o rabo, nos piores dias). Fico só observando aqueles cabelos de menina perfeitos, que eu levaria pelo menos meia hora para fazer, e que eu nem ouso tentar (até porque não chegaríamos quase na hora do portão fechar, e sim MUITO depois). E então eu me pergunto: no que, afinal, eu estou errando?
Sabem o que é pior? É que eu sei onde está o erro! Está em esperar de uma criança a mesma agilidade de um adulto. Que ela se arrume em quinze minutos, mesmo já tendo observado que eles não são suficientes (pelo menos para minha filha, aos 5 anos). O erro está em deixar que a pequena assista o desenho até o final, mesmo sabendo que ela não deveria nem ter começado. E está também em fazer milhares de coisas ao mesmo tempo (separar o uniforme, atender ao telefone, decidir o cardápio do jantar, e checar o que está apitando no whatsapp) – ao invés de ficar atenta ao processo.
No fundo, cheguei à conclusão de que os atrasos de minha filha são responsabilidade minha. Mesmo dizendo que é ela quem não coopera, quem não para um segundo para se vestir, quem me faz falar dezessete vezes a mesma coisa, para então colocar o tênis (que ela sabe muito bem que precisa colocar!). Poderia haver mais cooperação? Poderia! Mas quem é que ensina, que coloca o limite, que mostra o que e quando deve ser feito? Pois é, sou eu!
Por isso que chegar atrasada me irrita tanto. Porque me mostra que a pequena só vai melhorar nesse aspecto, se eu fizer a minha parte direito. Essa é a minha pedrinha no sapato, que me relembra diariamente que não sou a mãe perfeita. E para resolver a questão, acho que vou ter que fazer algumas aulas com minha mãe, que tinha três filhas e é uma das pessoas mais pontuais que eu conheço (e não é que admitir isso também me irrita, rsrsrs?).
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Arquivado em: Papo de mãe
Rsrsrs, meu filho ainda não vai na escola, mas eu não consigo entender nem como as mães conseguem pentear o cabelo, eu mal consigo tomar banho. Não tenho contato com tantas mães/filhos, mas percebo que no vestiário da natação tem bebê que fica quietinho p/ trocar, enquanto o meu chora, tenta ficar em pé no trocador, rola p/ todo lado. Sinceramente, acho que tem um pouco da personalidade dessas crianças, não acho que sejamos tão falhas assim.
Olá Nívea, acompanho seu blog desde que fiquei grávida e eu adoro!!! Muitas vezes, sinto que você está escrevendo sobre a minha vida.
Sou mãe de um menino de 3 meses que nasceu prematuro de 33 semanas. Ele ficou na UTI por 33 dias, nasceu com restrição de crescimento, tinha apenas 1395g e 40cm.
Gostaria de fazer 2 sugestões para o seu blog. Uma delas é escrever sobre este período tão difícil que é a internação na UTI, com um “manual do que não dizer para uma mãe de UTI”.
A segunda é dar dicas de como foi passar o bebê para dormir no próprio quarto. Estou colocando meu filho para dormir no quarto dele e estou sentindo falta de um texto mais íntimo sobre o assunto.
Novamente, queria dizer que adoro seus textos.
Beijos
Raquel
Oi, Raquel, tudo bem?
Puxa, que sugestão legal essa do manual do que não dizer para uma mãe de UTI! Adorei! Será que você me ajuda a fazer?
Sobre a sugestão de colocar o bebê para dormir no próprio quarto, vou passar para a Michele Melão, nossa consultora de sono, e prometo um post bem legal sobre o assunto! Beijos!
Poxa, sei exatamente como é isso! Aqui em casa é igualzinho. Desisti de ficar gritabdo pela casa pedindo cooperação, acabo fazendo td por ele. Sei que não é certo, mas pelo menos começamos o dia em paz, sem brugas e dias inteiros de arrependimento pela gritaria td. Afff.
Se tiver alguma dica, me ajudará bastante.