Minha filha Catarina já tem 4 anos, e, durante seu pequeno tempo de vida, já me deu oportunidade de aprender muito sobre filhos e maternidade. Passamos por uma primeira fase de cuidados extremos, na qual eu mal conseguia chegar até a padaria, porque estava na hora de voltar, para que a pequena mamasse novamente. Depois vieram as primeiras papinhas, a descoberta dos sabores, os primeiros passos cambaleantes… Enfim, tudo isso passou e diversos desafios foram superados. Ser mãe é exatamente assim: quando achamos que a rotina está ficando fácil, surgem novas perguntas, dúvidas, incertezas! E a decisão do melhor momento para colocar o filho na escola é certamente uma delas – o coração da mãe fica apertadinho, porque acha que o filhote é pequeno demais para sair de baixo de suas asas.

Se você está vivenciando esse questionamento, o que posso dizer é que a entrada da criança na escola é um marco – que, se ocorrer na hora certa, só traz benefícios para a família inteira. Você perceberá que seu filho ganhará rapidamente habilidades (o estímulo à fala e à independência são inegáveis, entre tantas outros), e que você terá mais tempo para executar suas tarefas (e, eventualmente, voltar a trabalhar). Mas também já acompanhei casos em que o contrário aconteceu, a ponto dos pais voltarem atrás em sua decisão, tirando o filho do ambiente escolar (e esperando um pouco mais para fazer essa reinserção). Como em tantas questões relacionadas à maternidade, portanto, não existe uma verdade absoluta – e sim o que é melhor para cada filho e contexto familiar.

Por isso, a ideia desse post é trazer elementos para que você mesma perceba qual é a melhor idade para colocar seu filho na escola. Confira as dicas que separei a seguir, e depois me conta qual foi sua decisão, combinado?

Imagem: 123RF

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1) A realidade familiar conta (e muito!). Eu poderia escrever o dia inteiro sugerindo que você coloque seu filho na escola com 1, 2 ou 3 anos. Mas, se ao final da sua licença-maternidade, não houver a possibilidade de deixar o pequeno com mais ninguém (mãe, sogra, babá), e se parar de trabalhar não é uma opção para sua vida, o que restará é mandar o filhote para o berçário ou escolinha, não é mesmo? Nesse caso, não se culpe – ao invés disso, gaste sua energia procurando o local que atenderá seu filho da melhor maneira, e onde ele poderá se desenvolver da melhor forma.

2) Seu filho fica doente com facilidade? Pois essa é uma pergunta importantíssima para você se fazer, a fim de determinar o melhor momento para colocar seu filho na escola. É fato que algumas crianças ficam resfriadas com maior facilidade, ou apresentam alergias respiratórias que pioram com uma simples variação de temperatura. Se esse é o caso do seu filho (como foi o de Catarina, que foi para a UTI com uma bronquiolite com apenas 1 ano e meio!), considere a ideia de postergar a ida do filhote, até que ele, naturalmente, ganhe resistência. Eu, por exemplo, havia me decidido por colocar minha filha na escolinha com 2 anos, e acabei deixando para o meio do segundo semestre do ano, quando o frio já havia passado e ela já estava com quase 3. Foi a melhor coisa que fiz!

3) O pequeno já manifestou vontade de ir para a escola? Pode parecer que os pequenos nunca manifestariam a vontade de sair de casa – mas não é que isso, de fato, acontece? Quando Catarina fez 2 anos e meio, começou a pedir para brincar com outras crianças (até então, ela só gostava de brincar sozinha) e perguntar quando, enfim, ela iria para a escolinha! Isso, para mim, foi o maior sinal de que a pequena já estava pronta!

4) Analise o grau de desenvolvimento de seu filho. Algumas escolas só recebem crianças que já foram desfraldadas, por exemplo. E antes de antecipar o desfralde do filhote, apenas para que ele consiga ir para a escola, pergunte-se se realmente ele está pronto! Respeitando as fases de seu filho, certamente você conseguirá determinar o melhor momento para que ele saia de casa por algumas horinhas, e a adaptação escolar tenderá a ser bem mais fácil!

5) Outros fatores familiares também contam. O segundo filho está para nascer e você pretende fazer a adaptação escolar do primeiro antes que ele nasça, para conseguir se dedicar exclusivamente a esse desafio? Vá em frente! Existem mudanças na família que são grandes motivadores para que você se decida por colocar seu filho na escola, e esse é um bom exemplo. O mesmo acontece quando há a iminência da morte de algum familiar muito próximo (uma avó, ou avô que mora na casa), ou outra perda significativa para a criança.

Por fim, tenho que dizer que talvez o mais importante seja seguir seu instinto materno, aquele que te conta, bem no fundo do coração, o que precisa ser feito. Por vezes, ele te dirá para esperar – assim como também poderá falar que o momento chegou! Ouça sua intuição de mãe, e tente combiná-la a uma análise mais racional da situação. E se conseguir isso, tenha certeza de que está no caminho certo!