Como eu já comentei aqui no blog, alguns meses antes de engravidar de Catarina, eu recebi um diagnóstico de menopausa precoce, que, teoricamente, me impossibilitaria de ter filhos biológicos. Foi um período muito difícil, de buscas por respostas, de luta, e de entendimento de uma situação que parecia imutável – e foi exatamente quando eu aceitei que talvez nunca tivesse uma filha com meus óvulos, apareceu um último, quietinho, lá dentro do ovário, que mudou minha história. Sem querer (ou melhor, querendo muito, mas sem ter feito nenhum tratamento especial para isso), sem saber, eu havia engravidado naturalmente, e minha filha está aqui hoje para mostrar que pequenos milagres existem na vida de todos, é só abrir os olhos para ver!
Naquela época uma das coisas que me passou pela cabeça foi a adoção. E depois que Catarina nasceu e eu pude experimentar o amor de mãe, percebi que ele é tão grande, tão forte, que permite que qualquer mulher ame uma criança que não saiu de sua barriga – com a mesma intensidade e beleza com que se ama um filho biológico.
Tudo isso me passou pela cabeça quando eu vi as imagens que a fotógrafa americana Anna Larson fez de suas duas filhas – segundo ela mesma, “duas almas que nasceram em lados opostos do mundo e que foram colocadas juntas pela adoção, e que se tornaram inseparáveis”. A mãe enxerga nas duas personalidades muito diferentes, mas também similaridades nascidas da intensa convivência que as pequenas têm.
Imagens: anna.christine.com
Termino com mais uma frase de Anna, a mãe: “Não é a pele que nos faz diferentes, ou que causa separação ou distanciamento… Não, é a falta de unidade. Quando crescemos ao lado um do outro, nossas semelhanças florescem”.