A trombose não é um problema exclusivo do período da gestação. Entretanto, ela é mais comum nessa fase por causa da grande mudança hormonal e de peso corpóreo. Além disso, outros fatores como predisposição genética e antigas ocorrências de trombose antes da gravidez, podem contribuir para o surgimento do problema.
Mas, diferente do que se imagina, a trombose não é exclusiva das extremidades do corpo. Pelo contrário, ela pode aparecer nas pernas, assim como na placenta e até mesmo no cordão umbilical.
Leia a seguir como se dá a trombose, quais seus riscos, como evitá-la e quais os sintomas mais comuns.
Como acontece a trombose?
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Associada, normalmente, a problemas de circulação, a trombose acontece quando um coágulo é formado dentro de uma veia ou artéria e a circulação do sangue é comprometida. Isso pode acontecer em praticamente todas as partes do corpo.
Como dissemos anteriormente, o problema não é exclusivo do período de gestação e nem mesmo do sexo feminino. Ele pode acontecer com qualquer um. Mas, por causa do aumento do peso seguido pelas alterações hormonais comuns à gravidez, gestantes têm mais chances de sofrerem com isso. A compressão das mudanças do corpo e aumento do útero costumam comprimir os vasos sanguíneos dificultando a circulação.
O que pode contribuir para o surgimento do problema?
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Normalmente, gestantes com pré-disposições genéticas e casos na família estão mais inclinadas a ter trombose. O mesmo acontece com quem já teve, ainda que anteriormente à gestação.
Outros fatores podem contribuir para o surgimento do quadro, como por exemplo:
- Muitas horas sentada (jornada de trabalho/ viagens longas).
- Alimentação pouco balanceada e rica em gorduras ruins e açúcares.
- Falta de exercício físico.
- Corpo acima do peso.
- Gravidez gemelar.
- Idade superior a 35 anos.
Um ponto de atenção também importante é as varizes! Elas podem ser um fator de risco e devem receber a devida atenção para o tratamento.
Como evitar a trombose?
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Do contrário do que pode causá-la, o estilo de vida é uma das peças-chaves contra a trombose. Manter uma rotina saudável de exercícios físicos balanceados como caminhada e natação (conforme a liberação médica para seu estágio de gestação), priorizar uma dieta saudável, pobre em gordura e rica em fibras e água.
Além de uma mudança de hábitos no dia a dia. Como, por exemplo:
- Evitar ficar muito tempo sentada e, quando ficar, manter os pés e as pernas em atividade (exercícios que podem ser recomendados por um médico ou fisioterapeuta).
- Usar meias de compressão sempre que possível, para o auxílio na circulação.
- Priorizar por posições que não interrompam a corrente sanguínea, ou seja, evitar cruzar as pernas e passar mais do que 8 horas deitada.
- Se distanciar de fumantes e do cigarro propriamente dito.
Antes de começar um tratamento sozinha ou definir uma rotina de exercícios e dieta, é importante sempre ter o acompanhamento médico necessário. Para que, de maneira profissional, suas necessidades sejam atendidas de maneira eficaz e sem colocar a gestação em risco.
Sintomas para ficar atenta
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Os sintomas da trombose podem facilmente serem confundidos com a retenção de líquido, e vice-versa. São eles:
- Vermelhidão e/ou inchaço nas pernas.
- Aumento da temperatura da pele.
- Aumento aparente de veias.
- Dores nas pernas com agravamento ao caminhar ou dobrando o pé pra cima.
Mas, se durante a gravidez esses sintomas aparecem, sozinhos ou combinados, é imprescindível a procura de uma assistência médica o mais rápido possível.
A trombose é uma doença grave que pode trazer inúmeras complicações para a mãe e o bebê, como por exemplo embolia pulmonar – o que pode causar severa falta de ar, tosse com sangue e dor no peito.
Saiba como funciona o diagnóstico e tratamento
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O Ultrassom com Doppler é um dos principais aliados na hora do diagnóstico de trombose. O exame, especializado em checar o fluxo sanguíneo de órgãos ou partes do corpo, ajuda a detectar a presença de coágulos com mais clareza.
Uma vez diagnosticado, a trombose pode ser tratada com injeções de heparina (anticoagulante) que age dissolvendo os coágulos e diminuindo as chances do surgimento de novos.
O tratamento costuma seguir durante a gravidez e até 6 semanas no puerpério, mesmo que o parto seja normal ou cesárea. Isso, porque as veias abdominais e pélvicas tendem a sofrer lesões, o que ajuda no surgimento da trombose.
O puerpério, principalmente, é uma fase de atenção. Visto que as diferenças hormonais são grandes e podem contribuir para o surgimento de coágulos.
Os tipos mais comuns de trombose
Como falamos, o problema não se resume apenas às pernas e pode acontecer em qualquer lugar do corpo onde há fluxo sanguíneo. Veja os locais mais comuns de sofrerem com trombose:
- Venosa profunda: é a mais comum e conhecida, que atinge as pernas e pode subir para qualquer região do corpo – causando embolia pulmonar, por exemplo.
- Placenta: em casos graves pode provocar até aborto. Os coágulos se formam nas veias da placenta e normalmente são assintomáticos. Caso o bebê não esteja se movimentando como de costume, é bom consultar um médico.
- Cerebral, na gravidez: de risco, costuma provocar sintomas como o AVC. Os coágulos são formados nas veias cerebrais.
- Cordão umbilical: é raro, mas quando acontece compromete o fluxo de sangue para o bebê. Os coágulos são formados nas veias do cordão.
- Hemorroidária: normalmente causada pelo peso do bebê ou durante o parto.
Não importa o local, todos os tipos de trombose apresentam riscos para a mamãe e o bebê. Manter uma rotina saudável, os exames e o pré-natal em dia é um dos primeiros passos para evitar que um problema como esse passe despercebido.
Escolha um médico de sua confiança e não deixe de apresentar a ele todo seu histórico de saúde!