Existem alguns momentos nos quais eu realmente agradeço pela existência da internet. Há alguns dias aconteceu um deles: me deparei com um vídeo simplesmente sensacional, do site TED.com, sobre um estudo da Universidade de Harvard relacionado à felicidade. Leiam até o fim do post, eu prometo que valerá a pena.

Dificilmente um estudo científico dura mais do que 10 anos até ser finalizado. Mas este, em especial, já tem 75 anos e continua sendo realizado. Durante décadas, pesquisadores da Universidade acompanharam a vida de homens americanos, desde sua adolescência até os 90 anos. E a grande pergunta que o trabalho procura responder é: qual o fator que torna as felizes, ao longo do tempo? Dinheiro? Fama? Um bom emprego? Essas são coisas pelas quais a maioria dos jovens mostram interesse e batalham, não é mesmo? Mas anote aí: se você tiver que investir em algo, pensando em uma vida feliz, o grande segredo é colocar sua energia em seus relacionamentos.

Imagem: 123RF

Imagem: 123RF

Depois de acompanhar esses homens por tanto tempo (alguns eram estudantes de Harvard quando jovens, ou seja, provenientes de famílias com boas condições financeiras, enquanto outros vinham das famílias mais pobres de Boston), a pesquisa identificou que bons relacionamentos são o fator mais importante para o bem-estar de uma pessoa. E chegaram a três conclusões sobre eles, que eu compartilho agora com vocês:

  1. Pessoas que conseguem desenvolver uma rede social ampla – com familiares, amigos e a comunidade – seguem a vida mais felizes do que aqueles que se isolam. Aliás, a solidão é tóxica: as pessoas que se sentiam mais sozinhas do que gostariam eram também as mais infelizes, independentemente do trabalho que exerciam, ou do quanto de dinheiro tinham na conta bancária.
  2. Não importa apenas o tamanho da sua rede de relacionamentos, mas principalmente a qualidade dessas relações. É possível se sentir só no meio de uma multidão, de uma grande família, de um casamento. Mas quando esses relacionamentos são bons, eles perpetuam a sensação de bem-estar de uma pessoa. Quando os estudiosos tentavam prever como seria a velhice de uma pessoa, conseguiam fazer isso ao analisar como era o convívio social daquele indivíduo aos 50 anos. E quanto melhor ele fosse, mas feliz a pessoa seria (veja que interessante: na velhice, mesmo que a pessoa ficasse doente e tivesse dor, ela demonstrava bom humor se tivesse pessoas queridas ao seu redor. Enquanto os solitários tinham a dor física intensificada pela emocional).
  3. Bons relacionamentos são um fator de proteção não apenas para o físico, mas também para as memórias. Pessoas que se diziam rodeadas de boas relações tinham suas lembranças preservadas, ao contrário daquelas que se consideravam em relacionamentos ruins. E para avaliar essas relações, elas podiam se fazer uma pergunta: “posso mesmo contar com aquela pessoa?”. Se a resposta fosse afirmativa, ali estava uma relação de qualidade. Porque claro que as pessoas brigam, discutem, desentendem-se no dia a dia. Mas se você tem certeza de que pode contar com alguém, então esse relacionamento é forte, duradouro, e traz bem estar para sua vida.

E por que falar sobre isso em um blog de mãe? Em primeiro lugar, porque eu realmente desejo que vocês, do outro lado da tela, sejam felizes. Desejo que construam lares alegres, cheios de carinho e amor – e se eu achei o conteúdo desse estudo de Harvard interessante e enriquecedor, nada mais natural do que compartilha-lo com vocês. Mas também quis deixar essa mensagem aqui porque nós somos, no fundo, as grandes construtoras das relações familiares. Somos nós quem estabelecemos com um bebê que chega sua primeira relação com o mundo, somos nós quem damos espaço para que pai e filho tenham também seus momentos sem nossa interferência. Podemos ser grandes exemplos para nossos filhos de como alimentar amizades para uma vida inteira, assim como demonstrar como é importante estar disponível para o outro, quando ele precisa. Se damos irmãos aos nossos filhos, damos também a oportunidade de que suas redes de relacionamento cresçam dentro de casa; se temos filhos únicos, podemos nos esforçar para que eles encontrem amigos de verdade fora dela.

Enfim, o segredo da felicidade parece ser muito simples. É a dedicação diária às pessoas que amamos e que nos rodeiam que fará nossas vidas terem valido a pena!