Depois que um bebê nasce, é inevitável que você faça uma reavaliação da sua própria vida. O que você quer para seu futuro? O que quer para o futuro do seu filho? Como é a mãe que você deseja ser? O que viveu na infância e não quer repetir da educação do pequeno? Essas são apenas algumas dúvidas que eu imagino passarem pela cabeça de todas as mães, e que também aconteceram comigo. Claro que ainda não tenho respostas para todas elas, até porque, quanto mais você se envolve com a maternidade, mais descobre que é uma pessoa em eterna mudança.

Imagem: 123RF

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Eu não tenho dúvidas de que um filho mexe tanto com seu coração, que você não consegue sair da experiência da mesma forma que entrou. Por isso, no post de hoje, eu faço um convite a vocês: leiam com os corações abertos a entrevista que fiz com Laura Gutman, psicoterapeuta familiar e autora de alguns dos maiores best sellers do mundo da maternidade: “A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra” e “O Poder do Discurso Materno”. Para quem ainda não sabe, ela está no Brasil, e participará no dia 04 de junho de um evento super, super bacana: o II Seminário Internacional de Mães (sobre o qual eu falo mais ao fim do texto, com todas as dicas para você, que ficou com vontade de participar!).

Vem dar uma espiadinha (e se achar algumas respostas polêmicas, não se preocupe! É uma ótima oportunidade para se perguntar qual é sua opinião real sobre o assunto!):

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seminario laura gutman

Imagem: Divulgação

Em função da organização atual da sociedade, as mulheres contam com menos ajuda no pós-parto do que acontecia tempos atrás. Avós, tias, vizinhas organizavam-se para ficar com essa mãe nos primeiros meses do bebê, coisa que acontece com uma frequência cada vez menor. O resultado é que muitas dessas mulheres se sentem desamparadas e despreparadas para receber seus bebês. Como você acha que uma mãe pode se preparar para a chegada do filho, pensando nesse contexto?

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Laura: É verdade. No entanto, o maior problema para as novas mães não é a falta de nossas próprias mães, tias ou vizinhos para nos ajudar, mas a experiência do nosso próprio desamor na infância. Na medida em que nós tivemos experiências de solidão, distância emocional ou mal-entendidos quando éramos meninas, fica difícil entender a demanda de um bebé que nos pede uma abordagem emocional para a qual não somos treinadas.

 

Você fala bastante sobre a criação do vínculo entre mãe e bebê e sobre como ele é responsável pela criação de uma sociedade melhor. O que você considera que é fundamental que a mãe execute em relação ao filho, e o que pode ser delegado, pensando na criação do vínculo?

Laura: A única coisa de que um bebê precisa é a mãe conectada à sua própria essência. Precisamos buscar esse ser essencial, porque as experiências da nossa infância nos distanciaram de nós mesmas. Em seguida, basta entender o que aconteceu e o que temos feito ao longo de nossas vidas com as nossas experiências, entender por que nos fere um contato emocional com o nosso filho pequeno. Não há muito a fazer, mas há muito para entender sobre nossas próprias histórias.

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Como fica o vínculo no caso de mulheres que trabalham fora de casa?

Laura: O trabalho fora de casa não impede a capacidade de se conectar emocionalmente com os nossos filhos. Muitas vezes, o trabalho é um refúgio onde nós, mulheres, nos sentimos bem, porque nos”salvam” das demandas emocionais de nossos filhos. Mas podemos trabalhar e, ao regressarmos às nossas casas, se tolerarmos, entrarmos perfeitamente em uma comunhão emocional com nossos filhos.

 

Qual é o papel da amamentação na criação do vínculo, segundo sua óptica? E como ficam as mães que não puderem amamentar?

Laura: Acontece que a intimidade (o vínculo) e amamentação andam juntos. Devemos ver quem é esta mulher, como ela viveu sua vida, como superou seus obstáculos, quais são suas prioridades, que nível de contato interno tem consigo mesma, como passou por seu nascimento, com que superficialidade aborda as questões da sua vida cotidiana, como estabelece suas relações afetivas. Então podemos entender o que leva uma mulher a não amamentar. O não amamentar segue junto com uma série de outras prioridades, decisões conscientes ou inconscientes que devem ser abordadas, antes de saber como é o vínculo da mãe com seu bebê quando não amamenta.

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Segundo seu livro “O Poder do Discurso Materno”, assim que nascemos somos nomeados por nossas mães – e esse “rótulo” acaba nos acompanhando para o resto da vida. Quais as principais armadilhas que devemos evitar quando estabelecemos essa conexão inicial com o filho? Como deixar que ele cresça sendo o que realmente é?

Laura: Não funciona assim. Não se trata da intenção de “não nomeá-lo” (o filho). Antes temos que fazer um passeio de auto-reconhecimento, honesto e sincero sobre a nossa própria realidade emocional. Se não entendemos a fundo nossa realidade, e especialmente se não resolvermos nossas questões de forma global, não podemos observar nossos filhos com olhos limpos, uma vez que estarão “pintados” com nossas interpretações subjetivas.

 

O que você chamaria de uma boa mãe?

Laura: Boa mãe? Não se trata de ser uma boa mãe. Trata-se de encontrar – apesar de nosso vazio interior – a força para amar nossos filhos da maneira que eles precisam ser amados.

E aí, gostaram da entrevista? Para quem quiser assistir à Laura Gutman ao vivo e ter a oportunidade de conversar com ela (fazendo uma jornada de auto-reconhecimento como mãe), fica a dica do II Seminário Internacional de Mães, que acontece no dia 04 de junho, em Belo Horizonte. A programação do evento está o máximo, e conta com a participação de outra autora internacional renomada, Ashley Merryman, que escreveu “Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças”. Ah, e outra palestra imperdível: a nutricionista Gabriela Kapim (que eu adoro!), estrela do reality show do canal GNT, “Socorro, Meu Filho Come Mal”, esclarecerá dúvidas das mães sobre alimentação infantil e como tornar as escolhas mais nutritivas e saudáveis.

E uma notícia bacana: por esse link aqui, as leitoras do Mil Dicas de Mãe conseguem comprar um lote de ingressos com desconto!

II Seminário Internacional de Mães

4 de junho de 2016

Local: Ouro Minas Palace Hotel (Endereço: Av. Cristiano Machado, 4001, bairro Ipiranga. BH).

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