Estamos fora de São Paulo, curtindo dias maravilhosos no Nordeste (quem acompanha nosso Instagram está acompanhando tudo – corre lá e siga o Mil Dicas nessa rede também!). E eu acho muito bacanas esses momentos de descanso, porque surgem oportunidades de conversar com outras mães, de conhecer outras famílias, e de entender que vários problemas que enfrentei (ou ainda enfrento) com Catarina são os mesmos sentidos por tantas mulheres por aí.

Ontem, por exemplo, eu conheci um pequeno muito fofo, que estava com seus pais no parquinho. Enquanto Catarina brincava com ele, a mãe me dizia que os primeiros meses (na verdade, os dois primeiros anos!) haviam sido muito difíceis, porque ele dormia mal. “Só quem tem uma criança que dorme assim sabe como a mãe fica acabada”, ela me dizia. E eu concordo plenamente: o período em que a filhota cochilava e logo acordava foi daqueles que me transformou em um zumbi, e até hoje não sei como não entrei em depressão. Parece pouco, mas se seu filho não dorme, fica irritado e chora o tempo todo (conclusão: você também não descansa, e fica com um monte de caraminholas na cabeça, achando que existe algum grande problema que não está sendo capaz de identificar, e muito menos resolver).

Imagem: 123RF

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“Todo mundo me dizia que ele não era normal”, essa mãe me falou. E na hora um alerta vermelho soou em minha cabeça, porque foi exatamente o mesmo que eu escutava nos primeiros meses de Catarina. Ninguém acreditava que uma criança sadia podia chorar daquele jeito – e depois de ouvir tanta gente falando (e não reclamo, não, eram pessoas que só queriam meu bem e o dela), lá fomos nós investigar uma suposta alergia ao leite, um refluxo que até hoje não sei se era biológico ou patológico, até chegarmos à conclusão de que ela só não dormia mesmo! Mas eu demorei para chegar a esse ponto, em que, mesmo com as pessoas dizendo que eu precisava investigar mais, banquei a decisão de não submetê-la a novos exames – resolvi aguardar pacientemente, até que o tempo mostrou que minha intuição de mãe estava certa. Assim que a pequena começou a dormir melhor, depois que seus ciclos de sono de estabeleceram, ela virou outra criança, e as coisas foram, aos poucos, entrando nos eixos.

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Ainda nessa conversa, falamos sobre muitos outros assuntos – e, novamente, chegamos a um outro ponto em comum: o fato de nossos filhos (quase) nunca acordarem secos à noite, o que dificulta (muito!) o desfralde noturno. E quem disse que as pessoas de fora entendem isso? Começa uma pressão louca para tirar a fralda, e tudo o que escutamos é: “já é tarde, seu filho está grande, daqui a pouco vai estar velho e usando fralda à noite!”. E aí bate aquela culpa de não estar fazendo a coisa certa, de estar atrapalhando o processo, e até de causar um problema psicológico no filho, sem querer.

Sabem o que aconteceu comigo? Eu cedi à pressão, e tirei a fralda noturna de Catarina quando ela completou 3 anos. E ela simplesmente não estava preparada! Foi mais de um ano sofrendo com xixi na cama – e não sei se isso fazia mais mal a ela ou a mim, porque ambas ficavam frustadíssimas quando a cama acordava molhada. Até que um belo dia, do nada, a cama começou a acordar seca. E depois de algumas semanas, nunca mais um acidente aconteceu. Então eu me pergunto: “será que não era apenas uma questão de ter esperado? De não ter cedido e ter confiado que um dia a maturidade dela chegaria?”.

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Foi exatamente o que eu disse a essa mãe, que está vivendo essa questão nesse momento. E dizer a ela tudo isso, me fez parar para pensar em quantas vezes não cedemos à opinião dos outros, para satisfazer o que é o socialmente aceito, ao invés de olharmos para nossos filhos e reconhecê-los como únicos! Que farão muitas coisas antes da média, que farão tantas outras depois que as crianças de mesma idade. Temos uma necessidade tão grande de estar “dentro da normalidade”, mesmo sabendo que não existe uma criança igual à outra.

Quando nossos filhos têm alguma habilidade nata, nos orgulhamos (e, por vezes, nos gabamos, mesmo que seja apenas por dentro). Mas quando demoram, quando têm alguma dificuldade, ficamos susceptíveis ao que os outros acham – mesmo que a resposta esteja na nossa frente. No fundo, não queremos que eles sofram, mesmo que seja pela exposição à opinião alheia.

Que possamos sentir mais, analisar mais, observar mais. Que possamos saber esperar, quando apenas o tempo é a resposta, e agir quando uma atitude é necessária. Eis aqui mais um exercício da maternidade – no qual o coração e o cérebro da mãe precisam trabalhar juntos, para descobrir o caminho!