Que tipo de escola queremos para os nossos filhos?

Catarina entrou na escola há menos de um ano e está muito bem adaptada ao local que escolhemos. Acho que fomos felizes com a escolha: vejo que ela se sente acolhida, curiosa sobre as novidades pedagógicas que lhe são apresentadas e o mais importante – feliz e segura naquele ambiente. Mas, infelizmente, essa escola oferece apenas educação infantil, o que significa que daqui a poucos anos teremos que mudá-la novamente.

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Nas redondezas da minha casa acontece o seguinte: é necessário reservar com antecedência mínima de dois anos os colégios mais disputados da região. E mesmo assim sem a certeza de que você conseguirá uma vaga. Por isso, estou em cima da hora para iniciar minha busca pela próxima escola, se desejar que Catarina frequente as mais conhecidas e conceituadas.

Sendo assim, tenho conversado com muitos pais com filhos que estudam nesses colégios. Alguns deles optaram por colocar os filhos desde cedo nesses locais, para garantir a vaga no ensino fundamental, quando a procura é mais acentuada. E o que tenho ouvido com frequência tem me deixado um pouco preocupada, confesso.

A grande questão é que em muitos desses colégios os alunos com dificuldade mínima de aprendizado têm sido convidados a se retirar da escola (dessa forma, ficam ali os melhores alunos somente, aqueles que no futuro demonstrarão um bom desempenho em testes e vestibulares). Não, não estou falando de adolescentes rebeldes que tumultuam as aulas e que atrapalham o andamento de toda a turma, ou que infernizam a vida dos professores. Estou falando de crianças de quatro, cinco anos de idade que simplesmente não aprenderam o conteúdo que as outras crianças da turma já assimilaram. Ouvi recentemente de uma mãe de um menininho de quatro anos que ela se sentia pressionada pela escola, porque seu filho ainda não sabia ler e escrever seu próprio nome e o de todos os coleguinhas da sala. E não foi a primeira vez que escutei algo parecido…

Resumindo, fico receosa em colocar minha filha em um ambiente escolar como esse, em que a cobrança e a competitividade são impostas desde cedo. Claro que eu acredito que uma educação de boa qualidade seja fundamental e que abre muitas portas no futuro. Só me pergunto se não prefiro que minha filha seja naturalmente curiosa, que aprenda brincando e sem pressões, como nas escolas em que eu estudei há trinta anos. Locais onde os professores a conheçam pelo nome, que saibam quem é sua família, que procurem entender suas dificuldades e a ajudem a superá-las, ao invés de indicar um psicoterapeuta (quando não um psiquiatra, para um tratamento de TDAH). Escolas que valorizem o indivíduo, a inclusão social, o prazer pelo conhecimento e a cidadania, e não um local que a julgue, para definir se ela é boa o bastante para fica ali.

Será que estou errada?

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