Durante o terceiro trimestre de gravidez, eu só conseguia pensar em uma coisa: o dia do parto e o processo de nascimento de minha filha Catarina, foi aí que ouvi falar do teste de apgar.
O mais importante para mim, obviamente, era que a pequena nascesse bem, saudável, e por isso decidi me inteirar sobre o que aconteceria em seus primeiros momentos de vida (eu queria estar preparada para a experiência, para poder curtir e relaxar o máximo possível).
E foi aí que eu esbarrei em um termo até então desconhecido – o teste de Apgar – sobre o qual eu gostaria de conversar com vocês a respeito.
Médico examinando mulher grávida, no momento do parto. Enfermeira em pé, ao lado da mulher. Crédito da foto: Freepik
Teste de Apgar é realmente necessário?
Já recebi diversas mensagens de leitoras grávidas perguntando sobre o teste de Apgar. Se ele é mesmo necessário, o que significam as notas, e se a escala faria um prognóstico de futuros problemas no bebê. Vamos por partes:
Enfim, o que é o teste de Apgar?
O teste de Apgar é o primeiro teste pelo qual o bebê passa quando nasce. Ele é realizado logo após o nascimento, no primeiro e no quinto minutos de vida (o bebê recebe uma nota para cada momento; em geral a segunda é maior do que a primeira – pois o bebê se recupera rapidamente do estresse do parto).
Sua finalidade é avaliar a vitalidade do bebê, pela análise da frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, reflexo e cor da pele.
Primeiras horas de vida do bebê na sala de parto. Foto: Freepik
Criado em 1952 pela médica-anestesista Virginia Apgar, passou a ser utilizado em todo o mundo, e ainda tem um importante papel na avaliação do recém-nascido.
Como são dadas as notas do teste de Apgar?
Você já viu alguma mãe se gabar de seu filho ter tirado nota 10 no teste de Apgar? Isso porque essa é a nota máxima possível no teste (e tem mãe boba até para se gabar disso!).
Bebê recém-nascido dormindo em caminha lilás. Crédito da foto: Freepik
Para cada parâmetro avaliado o bebê pode receber 0, 1 ou 2 pontos; somando-se os pontos dos cinco quesitos, chega-se até 10. Veja só como é dada a pontuação:
Frequência cardíaca:
- 0 – Ausência de batimentos cardíacos
- 1 – Menos de 100 batimentos/minuto
- 2 – Mais de 100 batimentos/minuto
Respiração:
- 0 – Ausente
- 1 – Fraca e irregular
- 2 – Forte, com choro
Tônus Muscular:
- 0 – Mole, flácido
- 1 – Flexão de braços e pernas
- 2 – Boa flexão, movimento ativo
Reflexos:
- 0 – Sem resposta à estimulação de vias aéreas
- 1 – Algum movimento (caretas durante a estimulação)
- 2 – Espirros, tosse durante a estimulação
Cor da pele:
- 0 – Pálido ou cianótico
- 1 – Rosado no corpo e cianótico nas extremidades
- 2 – Rosado em todo o corpo
Qual o significado da nota do teste de Apgar para o recém-nascido?
Fazendo a avaliação pela escala de Apgar, o neonatologista (médico que acompanha o recém-nascido) terá condições de avaliar se o bebê precisa de algum cuidado especial ou não.
A grande vantagem de seu uso é que ele é de simples realização, indolor e dá uma boa visão geral do estado do recém-nascido.
Recém-nascido enrolado em uma toalha, após o banho, deitado em cima da cama. Crédito da foto: Freepik
Assim, notas entre 7 e 10 no primeiro minuto de vida indicam que serão necessários apenas os procedimentos de rotina para o bebê (condição de normalidade); notas entre 4 e 6 indicam estado regular e possibilidade de procedimentos adicionais, como dar oxigênio ao recém-nascido; e notas inferiores a 4 indicam que procedimentos de urgência podem ser necessários.
Atualmente não se usa o teste de Apgar para determinar o início das manobras de reanimação do recém-nascido (se for o caso, elas devem ser feitas antes de se completar o primeiro minuto de vida, com base em parâmetros avaliados imediatamente após o parto).
No entanto, sua aferição ajuda a monitorar a resposta do recém-nascido às manobras realizadas. Se a pontuação é inferior a 7 no quinto minuto de vida, recomenda-se a realização do teste de Apgar a cada 5 minutos, até que se completem os 20 primeiros minutos de vida.
Notas baixas no teste de Apgar indicam sequelas permanentes?
Bebê recém-nascido chorando, na água. Crédito da foto: Freepik
Não, embora no passado os médicos acreditassem que escores baixos nos cinco primeiros minutos de vida poderiam indicar sequelas neurológicas, os estudos mais recentes demonstram que bebês com notas baixas no teste de Apgar podem evoluir muito bem, sem problemas no futuro.
Por isso, se esse for o caso de seu filho, nada de angústia – converse com o pediatra a respeito para entender o que de fato ocorreu e qual a evolução esperada para o bebê.
Como saberei a nota do teste de Apgar de meu filho?
Se você faz questão da informação, pode perguntar à equipe médica na sala de parto. De qualquer forma ela faz parte do prontuário médico de seu filho, pois a informação sempre é registrada para eventuais consultas no futuro.