Será que o meu bebê está pronto para a introdução alimentar? Eis uma pergunta que muitas famílias não se fazem quando seus bebês se aproximam dos 6 meses, a idade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para que eles comecem a ingerir alimentos sólidos. E isso pode ser um problema, porque a verdade é que ignorar essa questão pode levar a uma série de expectativas e conclusões que atrapalham o processo.
Quando o bebê está pronto para a introdução alimentar, após alguns meses de desenvolvimento e maturação de seu sistema gastrointestinal, ele começa a dar pistas de que é chegada a hora de comer. Essas pistas são chamadas pelos especialistas de sinais de prontidão para introdução alimentar. Em geral, elas podem ser observadas entre 6 e 8 meses de idade, mas nem sempre é assim, afinal de contas, estamos falando de seres humanos e não de máquinas. Por isso, em todos os casos, o recomendável é analisar a sua criança especificamente e relatar para o pediatra tudo o que você observa em seu dia a dia para, aí sim, poder traçar o planejamento da introdução alimentar do seu bebê.
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Contra a frustração, nada de comparação!
Naturalmente, não há nada de anormal com um bebê que ainda não demonstre interesse pela comida aos 6 ou 7 meses. Ainda mais se ele tiver nascido “cedo demais”: e aqui entram não só os prematuros, mas também os bebês nascidos a termo mais precocemente. (No caso dos prematuros com menos de 36 semanas, usa-se a idade corrigida.) Da mesma forma, um bebê que, ao completar 6 meses, já está tentando agarrar a comida da mão de seus pais, provavelmente terá mais disposição para as refeições. Ambos os exemplos são comuns e não indicam nada além de: cada bebê fica pronto para a introdução alimentar no seu tempo, que não obedece a precisão do relógio!
Saber disso pode ser um alívio e tanto para nós mães, que acabamos seguindo regras prescritas da mesma forma para todo mundo. Muitas vezes, por não sermos orientadas sobre as singularidades de cada criança, avaliamos o desenvolvimento do nosso filho tendo o do vizinho como parâmetro – e isso não é nada saudável! Então, amigas, que tal trocarmos a ansiedade provocada por um padrão que não singulariza pela observação individual e cuidadosa dos nossos filhotes? (Sobre ter paciência e saber esperar, vale a pena ler esse post aqui )
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Sinais de prontidão para a IA: o que o corpo revela
Vamos conhecer agora os principais sinais de que o bebê está pronto para a introdução alimentar.
- Sentar-se com o mínimo de apoio
Por volta dos 6 meses de idade, os bebês normalmente conseguem sustentar o tronco e se sentar sem apoio. Outra habilidade física que um bebê deve adquirir antes de começar a ingerir sólidos é ter o controle cervical, ou seja, conseguir manter a cabecinha firme. Ambas as capacidades são importantíssimas para evitar engasgos, que podem ser potencialmente perigosos em bebês pequenos.
- Reflexo de protrusão da língua diminuído
É aquele movimento que os bebês pequenos fazem de projetar a língua para fora da boca. Geralmente, em torno dos 4 meses de idade, o bebê já tem o reflexo da protrusão reduzido e, aos 6 meses, dificilmente o apresentam. É mais um indício que o corpo dá de que seguir a recomendação dos profissionais de saúde de oferecer exclusivamente o leite materno até os 6 meses é o melhor a ser feito (sempre que for possível, é claro).
Sinais de prontidão para a IA: o que o bebê demonstra
- Conseguir pegar objetos e brinquedos e levá-los à boca
Quando o bebê conquista autonomia para segurar objetos e colocá-los na boca, ele demonstra estar apto a fazer o mesmo com os alimentos. Especialmente para os bebês das famílias que optam pelo BLW na introdução alimentar, ter essa capacidade é essencial. Mas, em qualquer cenário, ela é um sinal importante de prontidão para os sólidos.
- Demonstrar interesse pelos alimentos
Um bebê que fica todo agitado, tentando pegar a comida da mão dos adultos, que chega a “tirar lasquinhas” de alimentos e enfiá-las na boca e que gosta de “participar das refeições”, é certamente um bebê que tende a ingressar com mais entusiasmo no processo de introdução alimentar. Isso por si só, no entanto, não garante que tudo irá transcorrer sem altos e baixos, hein… Como em tantas outras etapas que enfrentamos com as nossas crias, o melhor a fazer é se informar, não se prender às experiências alheias e contar com ajuda profissional se for preciso.