Seguir a tabelinha, seja usando o calendário ou aplicativos, é um dos métodos mais tradicionais para acompanhar o período fértil e aumentar as chances de engravidar. Mas também dá para fazer esse controle observando sinais do próprio corpo, sabia? Mais precisamente as secreções vaginais. Estou falando do chamado Método Billings, usado por mulheres em todo o mundo para aumentar a probabilidade de engravidar (ou de evitar uma gestação).

De acordo com a prática, a mulher pode reconhecer quando está no período fértil de acordo com o muco cervical, pois, dependendo da fase do ciclo menstrual, as características do muco mudam. Quem fez essa descoberta foi um grupo de pesquisadores na década de 1950, liderados pelo médico John Billings – daí o nome do método.

A seguir, você entende como funciona a técnica.

método billings muco cervical
Imagem: 123RF

Quais as mudanças do muco durante o período fértil?

Para reconhecer o período fértil pelo Método Billings, a mulher deve ficar atenta a três características do seu corpo: além do muco, ela deve observar a vagina e a temperatura corporal. Analisando o conjunto, de maneira geral, o que se observa é o seguinte:

  • Período fértil: No período altamente fértil, a vagina fica muito molhada (escorregadia) e é possível observar a presença do muco, uma secreção transparente, brilhante e elástica (se pegá-la com os dedos, dá até mesmo para esticar. O muco estica e não rompe, mesmo que você afaste os dedos com uma distância de uns dez centímetro). A temperatura corporal também costuma aumentar de 0,5 a 1 °C.
  • Pré-menstruação: Alguns dias antes de menstruar a mulher passa por um período de infertilidade, caracterizado pela vagina seca e ausência de muco. Nesses dias, a temperatura corporal se mantém nos 36 °C, sem variação.
  • Pós-menstruação: Mais ou menos seis dias após a menstruação, as chances de engravidar vão aumentando. A vagina passa a ficar úmida ou molhada e pode haver muco na calcinha, esbranquiçado e espesso – é o óvulo se preparando para ser liberado. Vale lembrar que o espermatozoide sobrevive até 72 horas no organismo da mulher, ou seja, é possível engravidar durante esses dias. Aqui o muco cervical vai progressivamente ficando mais elástico, mas rompe antes que os dedos se afastem muito.

Veja também: Engravidar menstruada: é possível? A resposta final!

Usar o Método Billings para engravidar (ou evitar uma gestação) é seguro?

Para responder essa pergunta, precisamos primeiramente entender o que ocorre com o corpo da mulher quando os órgãos do nosso sistema reprodutor atuam, para darmos origem a um bebê. Todos os meses, um óvulo é liberado por um dos ovários, segue para a tuba uterina, onde espera o espermatozoide, para que ocorra a fecundação. Se o encontro não acontece, as paredes do endométrio (camada mais interna do útero, que cresce durante o ciclo menstrual, preparando-se para receber o embrião) descamam e menstruamos – e então um novo ciclo menstrual começa novamente.

Como esse processo envolve órgãos e hormônios (que estimulam a ovulação e o crescimento do endométrio), o corpo da mulher emite sinais indicando em que fase se encontra – as alterações na vagina, na temperatura basal e a presença do muco cervical (no colo do útero) são alguns deles. O muco cervical, especificamente, tem sua textura relacionada às alterações hormonais que ocorrem no período fértil. Portanto, o Método Billings é uma técnica natural para acompanhar essa fase.

Alguns afirmam que o método é mais seguro que as tabelinhas, pois leva em conta as características do próprio corpo. Já acompanhar o período fértil pelo calendário pode não ser tão preciso quando há influências na ovulação da mulher – que pode ser antecipada ou adiada por fatores como alimentação, tabagismo e estresse, sem contar possíveis irregularidades no ciclo menstrual.

Portanto, o Método Billings pode ser bastante útil para quem deseja engravidar. Agora, o contrário – utilizar a técnica para evitar a contracepção – também é possível, mas especialistas afirmam que é menos eficaz.

Qualquer dúvida que tiver, converse com o seu ginecologista, combinado?