Você já ouviu dizer que é preciso tomar determinados cuidados com o recém-nascido para evitar problemas no crânio? Pois é: essa história de “cabeça do bebê amassada” é real mesmo, e precisa de bastante atenção. É a chamada assimetria craniana (que já rendeu até depoimento de mãe aqui no blog), que pode ser desenvolvida pela criança ainda no útero.

Há quem diga que, para evitar o problema, o pequeno deve dormir em posições variadas. A seguir, eu conto se isso é verdade, além de outras informações para ajudar a detectar assimetria craniana e tratá-la. Vem ver!

cabeca amassada do bebe

Imagem: 123RF

Por que a cabeça do bebê amassada acontece?

Durante a gravidez, caso haja algum fator que limite o espaço dentro da barriga para a cabeça do bebê crescer livremente, o resultado pode ser a assimetria craniana (cabeça do bebê amassada). É o que ocorre, por exemplo, quando há pouco líquido amniótico para o feto ou se acontece encaixe precoce na pelve da mãe.

Já depois do nascimento, a assimetria craniana pode ser desenvolvida quando as placas móveis que formam o crânio não se movimentam. É que, para que a criança passe pelo canal de parto, a cabecinha dela é formada no início da vida por essas placas, cujo espaço entre uma e outra também é responsável pelo crescimento do cérebro. Para garantir esses movimentos necessários, é preciso mudar a posição do bebê constantemente (do contrário, a região que ficar sempre apoiada, na hora de dormir por exemplo, vai ficar plana).

Como perceber se a cabeça do bebê está realmente amassada?

Uma dica é observar as primeiras fotos que você fez do seu filho, ainda recém-nascido. Ele está sempre olhando para o mesmo lado quando deitadinho? Em caso afirmativo, leve o pequeno para uma avaliação com o pediatra, para que o profissional verifique se há algum tipo de desequilíbrio entre os músculos do pescoço.

Se você notar outros hábitos, como a criança virar sempre a cabecinha para o mesmo lado ou apresentar dificuldades para virar de um lado para o outro, também é recomendado levá-la a uma consulta para avaliação. Às vezes essas situações não estão relacionadas à cabeça do bebê amassada, mas sim ao torcicolo congênito, que demanda fisioterapia.

Caso você queira tentar detectar alguma anormalidade em casa, uma sugestão é, na hora do banho e quando o pequeno estiver de cabelo molhado, olhar a cabeça dele de cima para baixo. Nesse momento, pode ser que você note algo que chame a atenção, para relatar ao pediatra. Se a diferença entre os lados for notadamente visível, não deixe de comentar com o médico do seu filho.

Cabeça do bebê amassada tem tratamento?

Quando a assimetria craniana é detectada no início, é possível reverter o quadro. De maneira geral, o que deve ser feito é tentar evitar ao máximo que o bebê apoie o lado da cabeça que estiver “amassado” – mesmo que para isso você apoie seu filho com alguma espécie de aparador, como um rolinho.

Outro tipo de tratamento para a assimetria craniana são os conhecidos capacetes, que são feitos sob medida e ajudam a direcionar o crescimento correto da região. O equipamento é indicado especialmente para casos mais severos e crianças mais velhas (a partir dos seis meses), quando é mais difícil controlar o movimento delas.

Hábitos que ajudam a prevenir a assimetria craniana

A recomendação antiga de alterar a posição em que o bebê dorme é indicada, sim, para evitar assimetria craniana. Procure alternar o lado de apoio do filhote no berço. Também evite o uso exagerado de equipamentos como o bebê-conforto, justamente para que o pequeno não apoie excessivamente apenas um lado da cabeça. Outros cuidados são segurar a criança no colo na vertical e deixá-la por algum tempo, sob supervisão (e quando ela estiver acordada), de bruços – a postura nesses movimentos serve para livrar a parte de trás da cabeça e, ainda, auxiliar no desenvolvimento da musculatura da nuca e do ombro. E que tal apostar em móbiles, que chamam a atenção do seu filho? Coloque-os próximos ao berço e mude de posição de vez em quando, para incentivar o bebê a mexer a cabeça em diversas direções.