Sabe aquelas brincadeiras antigas que marcaram a sua infância? Então, que tal deixar o videogame, o celular e o computador de lado e tirar do baú algumas dessas brincadeiras para ensiná-las às crianças?
Tudo isso é essencial para manter a saúde do corpo e da mente em dia, inclusive dos nossos filhos! Melhor ainda é aproveitar para colocar essas dicas em prática reunindo toda a família, principalmente neste momento de isolamento social.
Além de ser uma ótima distração, aproxima ainda mais a relação entre mãe e filho – e, de quebra, passa ensinamentos à criança, que muitas vezes cresce sem ter sequer conhecido essas brincadeiras. É diversão garantida!
Relembre algumas brincadeiras à moda antiga logo abaixo:
Crianças brincando na grama. Crédito da foto: Freepik
Balança caixão
Nessa brincadeira, uma criança é o “rei” e você pode ser o “servo”, apoiando o rosto no colo dela.
Outras crianças formam uma fila atrás de você, apoiando-se umas nas costas das outras. O último da fila dá um tapa nas costas da pessoa da frente e vai se esconder.
Continua assim até chegar a vez do “servo”, que sai à procura os outros. Antes de cada criança dar o seu tapa, a fila balança para os lados recitando:
“Balança caixão
Balança você
Dá um tapa nas costas
E vai se esconder.”
Está no seu nariz
É ideal para espaços pequenos, como quarto ou varanda. Essa brincadeira precisa de três pessoas no mínimo.
Você pode começar escondendo um anel em um lugar visível à altura dos olhos (galinha), no chão (cobra), ou no alto (passarinho), enquanto as crianças saem do ambiente.
Ao voltarem, elas perguntam: “é cobra, galinha ou passarinho?”. Você diz o nome do bicho e aguarda em silêncio.
O primeiro a encontrar o anel, se senta e espera que os demais o encontrem. Essa pessoa será a próxima a escondê-lo.
Por fim, a rodada só termina quando a última pessoa acha o objeto.
Cada macaco no seu galho
É um tipo de pega-pega, onde o pique consiste em colocar-se com os pés fora do chão – em árvores, bancos, sofá, etc. – onde os participantes estarão salvos.
Mãe da rua
É uma brincadeira ao ar livre que precisa de três pessoas no mínimo.
Você desenha o formato de uma rua no chão. Logo depois, a “mãe” fica no meio e os outros participantes ficam na “calçada”, atravessando de um lado a outro pulando em um pé só.
Quem for pego pela “mãe”, que corre pelo meio da rua usando os dois pés, também se torna pegador.
Quem sobrar até o final, ganha!
Gato Mia
É ideal para ser feita dentro de casa ou apartamento. É preciso ter, pelo menos, três participantes.
Em um lugar fechado, com a luz apagada, as crianças ficam em silêncio. Quem for sorteado deve perguntar: “gato mia?” e quem responder tem que disfarçar a voz fazendo um miado de gato para que o pegador não descubra quem respondeu.
Dessa forma, quem for descoberto deverá ser o próximo a perguntar!
Crianças brincando de roda em parque, ao ar livre. Crédito da foto: Freepik
Brincadeiras de Roda
Com origem em tradições folclóricas, muitas brincadeiras antigas como as cantigas de roda já fizeram parte da infância de muitas crianças brasileiras.
Para não deixar a brincadeira de roda tornar-se uma manifestação esquecida de vez, a dica é pesquisar as cantigas mais antigas, como Ciranda, Cirandinha, Pai Francisco ou Atirei o Pau no Gato.
Veja a letra de Ciranda, Cirandinha abaixo:
“Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar!
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
Por isso, dona Rosa
Entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá se embora.”
A brincadeira de roda é uma forma lúdica de desenvolver a expressão corporal, ritmo e coordenação motora das crianças – sendo uma das mais recomendadas.
Bola de gude
A bola de gude é uma pequena bola de vidro maciço, pedra ou metal, que pode ter diferentes cores.
Era muito usada em jogos e brincadeiras antigas populares. É também conhecida por outros nomes, como birosca, burquinha, entre outros.
Existem diversas formas de jogar bola de gude! Uma delas consiste em fazer alguns buracos na terra. Ganha quem acertar mais bolinhas nos buracos.
É uma brincadeira muito divertida e de fácil realização, que vale a pena ser relembrada pelos pais e crianças.
Crianças brincando de amarelinha na rua. Crédito da foto: Freepik
Amarelinha
Nesta brincadeira antiga cada jogador precisa de uma pedrinha para jogar. Antes de mais nada, se joga a pedra na casa um e vai pulando uma casa com apenas uma perna até chegar ao “céu”.
O circuito da amarelinha pode ser desenhado no chão, em giz, quando se brinca na rua ou calçadas.
Mas há tapetes antiderrapantes já com desenhos do circuito de amarelinha, que podem ser encontrados em lojas de brinquedo ou mesmo na internet. Com eles é possível brincar dentro de apartamentos.
Na amarelinha, perde a vez quem pisar nas linhas do jogo; pisar na casa onde está a pedrinha; não acertar a pedrinha na casa onde ela deve cair; e não conseguir (ou esquecer) de pegar a pedrinha na volta.
Por fim, ganha quem pular todas as casas primeiro.
Peteca
Essa brincadeira é também um esporte herdado de jogos indígenas. Atualmente, é praticado até em competições. Mas para brincar, basta um peteca e muita disposição!
Aqui a única regra vigente é: nunca deixe a peteca cair no chão. Bate-se com a palma da mão, jogando para o alto em direção ao colega.
Normalmente, brinca-se em duplas ou em rodas de três a mais pessoas.
Passa Anel
Mais um clássico das brincadeiras antigas, para jogar basta um anel.
Primeiramente, quem vai jogar forma uma fila, com as mãos esticadas para a frente e semiabertas, em formato de concha.
Um dos participantes vai começar e terá um anel – ou um botão e até mesmo uma pequena flor – e vai passar suas mãos fechadas em cada mão em concha dos participantes.
Com uma leve abertura das mãos por baixo, quem passa o anel deixará cair o objeto em um dos participantes e escolherá alguém para adivinhar quem está com o anel.
Esta é uma ótima brincadeira que aguça o senso de observação da criança. Ganha quem adivinhar onde está o anel e vai saindo quem tenta adivinhar e não consegui.
Quando é descoberto com quem está o anel, quem sai foi quem passou o objeto.
Pião
O jogo de pião é um clássico e pode ser feito somente para cada um mostrar suas habilidades ou com disputa.
Na disputa, faz-se círculos no chão e o brinquedo deve rodar dentro do círculo. Ganha quem conseguir deixar o pião rodando mais tempo.
Cinco Marias
A famosa brincadeira com pedrinhas consiste em reunir cinco pedrinhas – pode também ser com saquinhos de pano feitos com grãos ou areia dentro.
Esta brincadeira antiga é jogada com duas ou mais pessoas e o objetivo é passar por diversas fases, sempre com uma pedrinha sendo jogada para o alto.
Estas fases são pegar uma pedrinha do chão enquanto a outra é jogada para o alto, ou empurrar a pedrinha do chão para “túneis” formados pelos dedos de uma das mãos.
Quem erra passa a vez para o próximo.
O Mestre Mandou
Este jogo é excelente para fazer com crianças a partir de quatro anos. Uma das crianças, ou o adulto que participa, é o mestre e vai dar ordens sempre com a frase “o mestre mandou” antes de cada ordem. Por exemplo: “O mestre mandou dar três pulos!” e todos devem copiar.
Quem não conseguir realizar a tarefa leva o chamado “bolo”, um tapinha na mão ou tem que “pagar uma prenda” escolhida pelo mestre.
Menino brinca de pular corda em seu quarto. Crédito da foto: Freepik
Pular Corda
Pular corda é uma ótima atividade de entretenimento para as crianças (e para os adultos também!), pois, além de promover o gasto de energia, é muito divertida e pode ser feita em grupo.
O jogo consiste em uma dupla batendo a corda, enquanto outra criança “entra” e pula a corda. Para acompanhar e dar ritmo à brincadeira, existem várias opções de canções para estimular a brincadeira.
Uma das cantigas mais conhecidas é esta:
“Um homem bateu em minha porta
E eu abri
Senhoras e senhores: põe a mão no chão
Pule de um pé só
Senhoras e senhores: dê uma rodadinha
E vá pro olho da rua
Ra, re, ri, ro, rua!”
Seguindo a música, a criança precisa botar a mão no chão, pular em um pé só e depois dar uma rodada antes de sair para entrar um outro a pular, sem que a dupla deixe de bater a corda. Legal, né?
Elefantinho Colorido
Para esta brincadeira será preciso uma bola, bastante espaço e uma quantidade de no mínimo três crianças.
Tudo começa com as crianças falando “Elefantinho colorido”, sempre passando a bola a cada sílaba. A última criança a receber a bola fala o nome de uma cor.
Todas as crianças correm para tocar um objeto com aquela cor e a última criança que tocar uma cor sai do jogo, até só restar um.
Dança da cadeira
Este divertido jogo consiste numa roda de cadeiras e outra de pessoas, sendo que o número de assentos deve ser sempre um a menos em relação ao número de participantes.
Coloca-se uma música para tocar enquanto as pessoas circulam em volta das cadeiras e quando a música parar, todos devem sentar em alguma cadeira.
Quem ficar em pé, é eliminado do jogo. Uma cadeira é removida a cada rodada e assim por diante, até que sobrem apenas dois participantes e uma cadeira. Quem sentar é o vencedor!
Brincar de estátua
Neste jogo, as crianças dançam com uma música ou circulam aleatoriamente pela sala ou outro local.
Em seguida, assim que a música parar, a pessoa sob o comando do jogo grita “ESTÁTUA!” e todos devem imediatamente ficar imóveis por alguns segundos, até que a música volte.
A pessoa deve passar pelas crianças paradas para “checar” se elas estão se mexendo. Aquele que movimentar-se e sair da posição da “estátua” deve sair da brincadeira. Quem ficar por último é o vencedor!
Batatinha frita 1, 2, 3
Esta brincadeira antiga tem graça se for feita com, no mínimo, três crianças. Um dos participantes será o líder e ficará de costas para os demais, em uma boa distância.
O objetivo é que as outras crianças cheguem até a onde o líder está. Elas devem andar devagar até ele.
Quem está de costas deverá dizer bem alto “Batatinha frita um, dois, três!” e virar-se.Os participantes que estavam atrás devem parar de se mover imediatamente quando a frase terminar.
Quem for “pego” ainda se mexendo quando o líder virar, volta para o começo.
Ganha o jogo quem conseguir chegar mais rápido no lugar onde está o líder.
Brincadeiras antigas – Morto-Vivo
Antes de mais nada, o líder deverá ficar de frente para as demais crianças, começando a dar os comandos “Morto, vivo” que todas as demais deverão obedecer.
Quando escutarem a palavra “Morto!”, as crianças deveram abaixar-se e quando ouvirem “Vivo!” devem ficar em pé!
As crianças participantes devem formar uma fila, enquanto o chefe fica na frente dessa fila olhando para todos eles e observando seus movimentos.
Em seguida, o líder do jogo pode criar sequências, para que as crianças gastem bastante energia e estimulem seu raciocínio.
Vale inclusive repetir a mesma ordem mais de uma vez, por exemplo: “Morto”, “Morto”, “Morto”, “Vivo”.
Quem for errando vai saindo do jogo. A última criança a permanecer será a vencedora e assume o lugar do líder.
Menina escondida atrás de árvore, ao ar livre. Crédito da foto: Freepik
Brincadeiras antigas – Esconde-esconde
Esconde-esconde ou pique-esconde é uma brincadeira infantil muito conhecida, na qual uma criança fica com os olhos fechados contando até certo número (por exemplo, de 1 a 10).
Enquanto isso, as outras crianças deverão procurar um local para se esconder. Após o término da contagem, o pegador sai à procura dos demais participantes, que devem tentar chegar até o local combinado para se salvarem, antes de serem encontrados e pegos.
Quem for pego deverá ser o próximo a contar!
Brincadeiras antigas – Stop
Essa brincadeira é recomendada para crianças maiores, que já saibam ler e escrever. Ela é muito comum entre as crianças e até mesmo entre jovens e adultos.
Consiste em desenhar uma tabela em tópicos em um papel para cada jogador. Cada coluna da tabela recebe o nome de uma categoria de palavras, como: animais, objetos, lugares, nomes de pessoas, cores, etc.
Cada linha representa uma rodada do jogo. Escolhe-se uma letra e cada um deve escrever palavras que comecem com essa mesma letra. Para cada palavra, anota-se 10 pontos se ninguém tiver escrito igual. Se outra pessoa escreveu a mesma palavra, anota-se 5 pontos e 0 se a pessoa não tiver preenchido.
É muito praticada em períodos de recreação em ambientes escolares, entre grupos de amigos. Ganha quem fizer mais pontos ao final!
Brincadeiras antigas – Trava-línguas
Os trava-línguas são um conjunto de palavras que se apresentam como um grande desafio para a pronúncia, pois possuem sons parecidos que precisam ser bem articulados para não se “enrolarem”.
Quando pronunciados numa sequência, se tornam muito difíceis. Por esse motivo, os trava-línguas costumam ser motivo de disputa e muita brincadeira entre amigos, gerando muitas risadas entre eles!
Veja alguns exemplos de trava-línguas:
“Um sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro. O sapo batendo papo. E o papo do sapo cheio de vento.”
“O doce perguntou pro doce: qual é o doce mais doce que o doce de batata-doce?
O doce respondeu pro doce que o doce mais doce que o doce de batata-doce, é o doce de doce de batata-doce.”
“Um prato de trigo para três tigres tristes.”
“Casa suja, chão sujo.”
“A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.”
“A aranha arranha a rã.
A rã arranha a aranha.
Nem a aranha arranha a rã.
Nem a rã arranha a aranha.”
Brincadeiras antigas – Telefone sem fio
Primeiramente, as crianças ficam em roda e sentadas. Um participante inicia a brincadeira ao falar uma palavra ou frase secreta no ouvido de quem está ao lado.
Lembrando que ela deve cochichar para que ninguém mais ouça. Esta pessoa deve passar o segredo para a seguinte e assim por diante.
A última criança da roda deverá dizer em voz alta a frase ou palavra, da forma como chegou para ela.
Essa é brincadeira tende a ser muito engraçada, pois as frases acabam se destorcendo ao longo da fila, chegando bem diferentes na última pessoa – o que gera boas risadas entre os participantes!
Brincadeiras antigas – Pedra, papel e tesoura
É um jogo de sorte ou azar. Os jogadores devem ficar com as mãos escondidas para trás. Todos deverão falar “pedra, papel ou tesoura” e posicionar as mãos na opção escolhida.
A mão fechada significa a pedra, mão aberta significa papel, dois dedos (o indicador e médio) significam a tesoura.
As regras são: Pedra ganha de tesoura; Papel ganha de pedra; Tesoura ganha de papel.
Menino brincando de pipa em gramado, ao ar livre. Crédito da foto: Freepik
Brincadeiras antigas – Pipas de papel
Esse brinquedo é feito de armação de varetas, sendo mantido no ar por meio de uma linha.
Normalmente, é feita com varetas de bambu ou outra madeira do tipo, linha, folhas de papel de seda e cola.
Para finalizar, a montagem da pipa fica a critério da criatividade! Mas não se esqueça de que a rabiola tem papel fundamental para que ela possa voar.
Existem até campeonatos de pipas hoje em dia! Neles são avaliadas as características desse brinquedo, como beleza, criatividade, tamanho, entre outros itens.
É mais um clássico antigo que fez muito sucesso nas gerações passadas, principalmente entre os meninos.
A importância das brincadeiras antigas
Para resgatar o prazer do lúdico sem precisar estar munido de grandes equipamentos eletrônicas, as brincadeiras antigas são ideais para ensinar aos filhos.
Principalmente nos dias atuais, em que os pequenos já nascem em um mundo cada vez mais digital, muitas dessas brincadeiras estão se perdendo.
Por isso é tão importante manter a tradição viva entre as gerações, já que o ato de brincar é muito importante na infância – e deve ser feito da forma mais “artesanal” possível.
Em diversos estudos pedagógicos, brincar é definido como uma ação espontânea e natural, constituída por um sistema que integra a vida social das crianças e que passa de geração a geração.
Este pode ser um desafio para a nova geração, que está muito entretida em seus jogos digitais no computador. Já os pais podem não possuir a mesma habilidade dos filhos. Portanto, o desafio está em despertar o interesse das crianças através da curiosidade dela.
Por isso, é fundamental que os pais e as escolas resgatem um pouco dos jogos tradicionais, que marcaram a infância de pais e avós das crianças de hoje.
Fora do ambiente escolar, já não existe o hábito de se praticar algumas brincadeiras antigas entre as crianças modernas. Mas nada ainda está perdido!
Para concluir, é possível sim despertar o interesse dos baixinhos, que sempre ficam intrigados ao brincar com algo desconhecido, que precisam descobrir. Que tal tentar?
Com certeza, essas brincadeiras antigas farão o maior sucesso entre as crianças, contribuindo para o aumento do vínculo materno e também da criatividade.
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