Há alguns meses, o álcool líquido ou em gel era item à venda em qualquer mercadinho de esquina. Mas, com o avanço da epidemia de coronavírus, o produto se tornou quase uma lenda. É sabido que ele, seja de cozinha ou em gel, com 70% ou mais de concentração é um dos agentes eficazes na hora da limpeza contra o vírus.
Devido ao aumento da procura e consequentemente a falta deste produto nos comércios, a Anvisa (Agência Nacional de Saúde) publicou outros itens que podem substituí-lo na hora da limpeza de objetos e superfícies.
A limpeza das mãos, roupas e objetos é um dos hábitos que ajudam a combater a alta disseminação do vírus, casado ao isolamento social e ao uso de máscaras. “Estudos mostram que desinfetantes domésticos comuns, incluindo sabão ou uma solução diluída de alvejante podem desativar o coronavírus em superfícies. Uma vez que o vírus tem uma camada protetora de gordura que é destruída por esses produtos”, ressalta a Anvisa.
Porém, é importante lembrar que a limpeza com esses itens demora um tempo para agir contra o vírus. Então recomenda-se esperar um tempo antes de fazer o enxágue, evitar toalhas úmidas para passar o produtos, vassouras ou esfregões secos, nebulizadores e frascos de spray com propelente, segundo à Agência.
Produtos apontados pela Anvisa
Homem fazendo limpeza com pano. Foto: Freepik
O documento oficial, divulgado no final de abril, aponta as seguintes opções para a substituição do álcool 70% para a higienização de objetos e superfícies:
- Hipoclorito de sódio a 0.5% 18
- Alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 2-3.9% 18
- Iodopovidona (1%)9,18
- Peróxido de hidrogênio 0.5% 4,9
- Ácido peracéco 0,5%1,9
- Quaternários de amônio, por exemplo, o Cloreto de Benzalcônio 0.05%4,9
- Compostos fenólicos1,9
- Desinfetantes de uso geral contra o coronavírus.
O documento aponta também a probabilidade de manchas por parte de produtos como água sanitária e a necessidade de diluição:
- 250ml de água sanitária devem ser diluídos em 1L de água.
- 200ml de alvejante devem ser diluídos em 1L de água.
Outros cuidados: o álcool gel e o aumento de incêndios em SP
Conferimento de extintores de incêndio. Foto: Freepik
Lembrando que o álcool é um produto altamente inflamável, alguns cuidados além da higienização contra o Covid-19 devem ser tomados para que seja evitado outros acidentes caseiros como, por exemplo, incêndios.
Durante a quarentena o Estado de São Paulo registrou um aumento de 60% nos incêndios. Enquanto em março de 2019 foram registrados 2.560 casos, no mesmo período em 2020 o número subiu para 4.089. Em entrevista à BBC News Brasil, o tenente Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, informou que o álcool 70 foi tirado de circulação no começo dos anos 2000. Porém hoje é necessário no combate ao vírus. A recomendação é que espere-se o tempo necessário até o produto evaporar completamente. O profissional ainda destaca o perigo exemplificando fumantes que se logo após fazer a limpeza com álcool 70 acendem um cigarro: “pega fogo mesmo”.
Segundo o bombeiro, outros fatores que tornam o álcool gel tão perigoso. Entre eles sua combustão quase instantânea e a chama quase invisível. O risco fica ainda maior quando o fogo está próximo de madeiras ou tecidos, como panos de prato.
Outros itens que merecem atenção durante a quarentena são os benjamins ou “T”, adaptadores de tomada, panelas com óleo quente e quedas de energia ao ligar eletrônicos.
Além desse tipo de acidente representar grandes riscos para a saúde da família, eles afetam diretamente o sistema de saúde que já está sobrecarregado pelo coronavírus. Por isso o cuidado deve ser redobrado, tanto dentro de casa quanto nas saídas essenciais, como mercado e farmácia.