Praticar a inclusão e educar nossos filhos para que eles também a coloquem em prática é urgente e essencial. Se nós, pais, enxergamos o respeito como um valor imprescindível a ser transmitido e buscamos criar nossos filhos em ambientes onde não haja violência, a verdade é que temos a obrigação de ensinar e praticar a inclusão. Porque, sem exemplo e inspiração, dificilmente o aprendizado acontece, não é mesmo?
E quando estamos falando em incluir, precisamos ter em mente que aceitar é pouco! A inclusão só acontece de fato quando não só sabemos conviver com a diversidade e respeitar as diferenças, mas quando também acolhemos verdadeiramente pessoas com deficiência (PCDs) em nossos círculos sociais.
Imagem: 123RF
Ter por perto no dia a dia uma criança com deficiência deveria ser, antes de tudo, uma coisa normal, já que ¼ da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Ou seja, se você não as encontra com frequência, isso é um mau sinal! Para que as crianças com deficiência ocupem cada vez mais as escolas, os parquinhos, os mercados, as festinhas, os condomínios, enfim, todos os espaços, nós, pais – de crianças típicas ou não – temos o dever de cuidar desse aprendizado desde cedo. Ensinar os filhos a reconhecerem toda a potência da diversidade é, entre outras coisas, agir pela construção de uma realidade mais justa e pacífica. E não é exatamente isso o que sonhamos para nossas crianças? Então, mãos à obra!
Dicas práticas para praticar e ensinar a inclusão para os filhos:
– Ensine sua criança que ofender ou discriminar alguém com deficiência entra para lista daquelas atitudes que simplesmente não têm justificativa ou podem ser aceitas. Precisamos ser rigorosos com esse valor!
– Jamais utilize palavras que façam referência a deficiências para xingar, classificar ou questionar as capacidades de alguém (retardado, mongol, aleijado e outras palavras que são tão horríveis que é difícil até mencioná-las aqui).
– Explique que a diversidade faz parte da vida (até mesmo na natureza) e que existem pessoas de todos os tipos e com inúmeras características, sejam físicas ou intelectuais. Cegos, surdos, autistas, anões… É importante atender a curiosidade das crianças e mostrar a elas as pessoas com deficiência com naturalidade, sem sussurros, afastamentos ou broncas do tipo “não aponta porque ele não é normal”. Frases como essa nem pensar!
– Respeite a vaga/fila preferencial sem exceções nem “minutinhos”. Você se enquadra no grupo indicado como preferencial? Se não, nada de desculpas: não ocupe esses espaços, nem “só dessa vez”!
– Mesmo pais de uma criança típica devem avaliar se a escola de sua criança pratica a inclusão adequadamente (e não só formalmente). Se a turma do seu filho não incluir nenhuma pessoa com deficiência, questione a escola e colabore para que a inclusão seja uma realidade.
– Oriente sua criança para se posicionar caso presencie casos de bullying ou para buscar ajuda de adultos, se for o caso.
– Compre livros e apresente vídeos ou filmes que contribuam na naturalização do assunto. Uma excelente opção para tratar sobre o autismo, por exemplo, é o livro Meu amigo faz iiiii, da querida Andréa Werner, do blog Lagarta Vira Pupa, que, se você ainda não conhece, precisa conhecer já!
Olha só que graça esse clipe produzido para a campanha Ser Diferente é Normal, do Instituto MetaSocial. Vale a pena assistir com o seu pequeno!
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