Como vocês sabem, eu sou aquele tipo de mãe que ama literatura. Cacá ainda não tinha feito um aninho quando ganhou seus primeiros livros infantis, e hoje sua pequena biblioteca conta com cerca de 100 títulos, que vão sendo renovados conforme ela cresce.

Eu acredito que uma criança rodeada de livros tem um ótimo desenvolvimento cognitivo, é criativa e muito mais feliz. Mas quem é mãe sabe que nem sempre é fácil escolher um bom livro, uma vez que a oferta atual de títulos é bastante grande (muitos bons, outros nem tanto).

Por isso, no post de hoje, eu conversei com a escritora Elisabete da Cruz, que é também educadora e produtora na área de projetos culturais. Ela acaba de retornar da Bologna Children’s Book Fair, a maior feira de literatura infantil do mundo, que ocorre na Itália, e nos dá dicas sobre a escolha de bons livros para os pequenos, e para os pais de crianças que adoram escrever, e que sonham em se tornar escritoras. Vem espiar!

criança lendo um livro

criança lendo um livro. Foto: freepik

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O que os pais deveriam avaliar na hora de comprar um livro infantil?

Elisabete da Cruz: acredito que a qualidade da história é muito importante na primeira infância. Afinal, esse livro fará parte da história da própria criança, participará de suas memórias, que serão revisitadas por muitos anos.

A criança também precisa estar preparada para aquela história, e isso não necessariamente tem uma idade certa para acontecer. Acho complicado recomendar um livro apenas para um faixa etária, porque o desenvolvimento das crianças se processa de formas diferentes.

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Algumas terão mais interesse em um tema antes que outras, ou uma criança pode gostar de um livro por muitos anos (mesmo sendo, teoricamente, recomendado para crianças mais novas), descobrindo várias formas de interagir com ele.

Algo que considero importante é ofertar tipos de livros diferentes, e deixar que a criança decida o que lhe interessa. Nem sempre é o que acontece, pois normalmente os pais oferecem apenas o que agrada a eles (mas a criança pode ter outros interesses).

Deixe seu filho experimentar, não se prenda a mostrar somente os contos-de-fadas, ou um determinado padrão de livro. E não se guie apenas pela embalagem, gaste um tempo analisando o conteúdo das mensagens transmitidas.

mãe e filha lendo um livro infantil

mãe e filha lendo um livro infantil. Foto: freepik

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Qual sua visão sobre o livro infantil físico e o digital para crianças?

Elisabete da Cruz: acredito que o livro físico é prioritário, é essencial. Não sou contra o livro digital, ele pode fazer parte do processo, claro. Mas o livro físico carrega um cheiro característico, desperta sentimentos e sensações que o digital não consegue despertar.

O livro físico, impresso, também traz outros aprendizados, como os cuidados que são necessários para sua manutenção, a delicadeza ao virar as páginas. E a criança desenvolve um afeto por ele, o que é ótimo.

mãe e filha lendo um livro digital

mãe e filha lendo um livro digital. Foto: freepik

Qual é o conselho que você dá a uma criança que deseja se tornar escritora?

Elisabete da Cruz: que nunca desista de seu sonho. Ninguém pode tirar um sonho, ele é seu. Se ele for real, latente, persista. Todas as profissões têm altos e baixos, mas o que vem de dentro prevalece.

Alguém que pretende ser escritor também deve ler muito. É assim que você vai criando um repertório, e descobrindo o que gosta de ler e de escrever. E escreva muito! Escreva para descobrir o prazer que sente nisso, e para ter orgulho do que escreveu. A história é sua, e a primeira pessoa que deve amar seu livro é você.

criança pensando

criança pensando. Foto: freepik

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Você pode nos contar um pouco da sua história como escritora?

Elisabete da Cruz: tudo começou quando eu ainda era professora, em sala de aula. Sempre fui apaixonada pela literatura e trabalhei mais de 18 anos como agente literária. Até que surgiu a possibilidade de escrever meu primeiro livro, “Meu Amigo Flip”, publicado pela editora Trilha das Letras, em 2015.

Desde então não parei: em 2016 lancei “Crianças de lá e crianças de cá” na Feira de Frankfurt, a maior feira literária do mundo. E agora em 2018 participei da Feira de Bolonha, especializada em literatura infantil. Neste ano lançarei 11 novos títulos.