O teste do pezinho é certamente um dos exames destinados aos bebês mais conhecidos por nós. Mais do que isso, ele é também um importante procedimento médico para preservar a saúde do filhote, sabia?

São diversas as doenças que o teste do pezinho é capaz de detectar, aumentando as chances de cura do pequeno.

Quer entender como o procedimento funciona? Eu te explico nesse post, vem ver!

fazendo o teste do pezinho no bebê

fazendo o teste do pezinho no bebê. Foto: freepik

Como e quando o teste do pezinho é feito?

Após 48 horas do nascimento do bebê o teste do pezinho já pode ser feito. É necessária essa espera para que o organismo do recém-nascido se restabeleça do parto, e, assim, as doenças possam realmente ser detectadas. Os médicos ainda orientam que o exame seja feito, no máximo, até o quinto dia de vida do pequeno.

Para fazer o teste do pezinho, ainda na maternidade, a equipe médica retira uma amostra de sangue do calcanhar do bebê, que é colocada em papel mata-borrão (um papel absorvente). O sangue é então encaminhado para análise no laboratório. Vale destacar que o procedimento é rápido e não maltrata o bebê.

O resultado do teste do pezinho fica pronto em até 30 dias (mas geralmente em uma semana já fica disponível).

Existem tipos diferentes de teste?

Sim. No SUS é oferecida a versão básica do teste do pezinho, que detecta até seis doenças. Já na rede particular as famílias podem optar (arcando com os custos) pelos seguintes exames ampliados: o “Mais”, que pode verificar até dez patologias, e o “Super”, que tem a capacidade de detecção de até 48 doenças (este último ainda mais caro).

Quais doenças o teste do pezinho detecta?

Na versão básica do teste, podem ser detectadas as seguintes doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase.

Já o exame “Mais” consegue identificar todas as enfermidades citadas acima e, ainda, deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita.

De maneira geral, tratam-se de doenças genéticas ou congênitas, ou seja, desenvolvidas ainda no útero (ou porque foram herdadas geneticamente dos pais, ou porque foram adquiridas ainda na barriga, mas têm outra causa).

Essas enfermidades são sérias e exigem um tratamento criterioso (algumas são inclusive incuráveis – por isso a importância do teste para o correto acompanhamento da criança).

pezinho do bebê

pezinho do bebê. Foto: freepik

E se o exame mostrar algo errado?

Caso o teste do pezinho esteja alterado, é feita uma nova coleta de sangue para confirmação da possível doença indicada. O exame acaba funcionando como uma triagem inicial, para que depois seja feita a comprovação da patologia. Se essa for de fato confirmada, o tratamento deve ser iniciado o mais breve possível.

Dicas

Apesar de ser um procedimento padrão e obrigatório na maternidade, o teste do pezinho às vezes é feito sem que os pais percebam. Por isso, antes de voltar para casa, verifique se o exame realmente foi realizado no hospital.

Por outro lado, se você voltou para casa antes das 48h ou teve um parto domiciliar, não se esqueça de levar a criança no hospital para fazer o teste do pezinho (entre o segundo e quinto dia do nascimento). Hoje o procedimento também pode ser feito em casa por uma equipe especializada, mas é necessário arcar com os custos.

No caso de prematuros, eles devem ainda repetir o exame após 30 dias do nascimento (para uma detecção com o organismo melhor estabelecido e mais maduro).

Uma dica importante é observar que o teste do pezinho é diferente da impressão com tinta feita nos pés dos pequenos para identificação em maternidades. Nesse segundo caso não é retirada uma amostra de sangue da criança, são procedimentos bem diferentes. Então, cuidado para não confundir (e deixar de verificar se o teste foi feito!).

Também vale lembrar que para fazer o RG da criança já contendo o tipo sanguíneo, o teste do pezinho serve como exame de sangue para solicitar o documento. Entenda mais nesse post.

bebê sendo examinado pelo médico

bebê sendo examinado pelo médico. Foto: freepik

Resultados da triagem neonatal

Os resultados geralmente ficam disponíveis cerca de duas semanas após o teste, quando são enviados à parteira ou ao centro onde seu bebê nasceu. Quase todos os bebês apresentam resultados normais. Normalmente, você será informado sobre os resultados do teste do seu bebê apenas se houver um problema.

Se os resultados do seu bebê não forem normais , você será contatado imediatamente e encaminhado a um especialista para testes adicionais para diagnosticar a condição do seu bebê.

No entanto, é importante levar seu bebê para esta segunda rodada de testes sem demora. Quanto mais cedo a doença do seu bebê for diagnosticada, mais cedo ele poderá iniciar o tratamento.

pezinhos de recém-nascido

pezinhos de recém-nascido. Foto: freepik

Quando a triagem neonatal precisa ser repetida

Alguns bebês precisam repetir os testes de triagem neonatal.

A triagem neonatal muitas vezes precisa ser repetida se:

  • não há sangue suficiente para realizar o teste de triagem
  • o primeiro teste de triagem do seu recém-nascido não deu um resultado claro
  • seu recém-nascido nasceu prematuro e recebeu transfusões de sangue de doadores
  • seu recém-nascido nasceu prematuro e foi alimentado por  via intravenosa antes de iniciar o leite materno regular ou a alimentação com fórmula.

O seu hospital ou parteira entrará em contato com você se o seu bebê precisar ser testado novamente. Então, se você for solicitado a levar seu bebê para repetir o teste, é importante fazê-lo o mais rápido possível.

médico examinando recém-nascido

médico examinando recém-nascido. Foto: freepik

O que os resultados significam?

A maioria dos bebês terá um resultado normal, o que significa que é improvável que tenham qualquer uma das condições.

Um pequeno número de bebês fará o rastreamento positivo para uma das condições. Isso não significa que eles têm a doença, mas é mais provável que tenham. Eles serão encaminhados a um especialista para mais exames.

É importante saber que a triagem não é 100% certa. Um bebê com um resultado de triagem negativo pode mais tarde ter a doença testada. Isso é conhecido como falso negativo.

Bebês com resultado positivo às vezes acabam não tendo a doença – o que é conhecido como falso positivo.

Ocasionalmente, outras condições médicas são detectadas por meio de exames de sangue. Por exemplo, bebês com talassemia beta maior, uma doença séria do sangue, geralmente serão detectados. Esses bebês também precisam ser encaminhados para tratamento precoce.