De uns tempos para cá, o parto domiciliar vem sendo resgatado por muitas mulheres, que desejam dar à luz de uma maneira mais humanizada, sem intervenções hospitalares. O assunto gera polêmica e divide opiniões, mas a verdade é que vale sempre a máxima: o melhor tipo de parto é aquele que assegura a vida da mãe e do bebê.

Nesse sentido, o parto domiciliar pode, sim, ser uma opção. Mas é fundamental que, assim como em qualquer outro tipo de parto, a mãe esteja ciente de tudo o que ele envolve para fazer uma escolha segura.

No post de hoje, eu falo exatamente sobre isso: quais são as gestantes que podem parir em casa e quais são os cuidados necessários antes do nascimento da criança, para que tudo ocorra da melhor maneira. Quer saber? Então vem ver (e se você é uma mãe que passou pela experiência de dar à luz em casa, não deixe de me contar nos comentários como foi!).

gestante preparando para o parto domiciliar

gestante preparando para o parto domiciliar. Foto: freepik

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Quem pode ter um parto domiciliar?

Quem pode parir em casa são mulheres sem histórico de riscos gestacionais e que tenham um pré-natal tranquilo. Outro ponto bastante favorável são aquelas que entram em trabalho de parto naturalmente.

Já para mulheres com gestação considerada de risco pelos médicos (como grávidas de gêmeos, diabéticas, com pressão alta ou pré-eclâmpsia) não recomenda-se o parto domiciliar. Isso porque a necessidade de uma cesárea ou qualquer outro tipo de intervenção que só seja possível em um hospital (mesmo que o parto seja normal) é muito grande.

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Por isso, se a sua vontade é a de ter seu filho em casa, não deixe de conversar com o obstetra da sua confiança a respeito, para que ele possa orientá-la se essa é uma escolha realmente segura no seu caso.

Busque informação e recorra a uma equipe competente

Quando temos acesso à informação, qualquer escolha fica mais fácil de ser tomada, afinal, ficamos mais seguras, não é mesmo? E com o parto não é diferente.

Por isso, se você deseja o parto em casa, procure mulheres do seu convívio que já tenham passado pela experiência e ouça suas histórias. Se não conhecer ninguém tão próxima, no Facebook existem alguns grupos que reúnem essas pessoas (é só digitar na busca).

Além de outras mães, é fundamental escolher uma equipe profissional competente e que atenda ao que você deseja. Por meio de grupos na internet você pode trocar contatos de profissionais.

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gestante obtendo informações

gestante obtendo informações. Foto: freepik

Outra maneira bacana de pesquisar é por meio do site Doulas, que possui um sistema de busca de doulas em todo o Brasil (pessoas que provavelmente fazem parte ou conhecem equipes multiprofissionais que atendam parto domiciliar).

Essas equipes geralmente são compostas por médicos, enfermeiros obstetras e doulas – profissionais que acompanham a mamãe desde o pré-natal, preparando-a para parir em casa (ou ter um parto o mais humanizado possível, mesmo que no hospital).

Ter esse contato prévio com eles também é importante para que a mulher se sinta confortável e segura, para que eles participem desse momento tão especial que é o nascimento do filho.

Quais os benefícios do parto domiciliar?

O ambiente acolhedor da casa é um dos maiores benefícios para mãe e filho durante o parto domiciliar. Dentro de casa a mulher se sente segura, confortável e ainda passa a ter mais controle sobre o nascimento do filho (o sonho de muitas mamães!).

Sem contar que a atenção da equipe dentro de casa é exclusiva da mãe – sem a pressa, intervenções e burocracias comuns dos hospitais.

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posições de parto natural

posições de parto natural. Foto. freepik

E o que é preciso ter em casa?

Para o parto domiciliar, é preciso ter lençóis descartáveis e toalhas limpas, mas que possam sujar (afinal, vão receber sangue). A gestante pode recorrer ainda a forros de plástico para cobrir a cama onde pretende parir.

Outros itens necessários são baldes (para eventuais vômitos) e sacos para lixo (para descarte de tudo o que a equipe médica utilizar).

Mantas limpas para aquecer a mãe (se sentir frio durante o trabalho de parto) e o bebê após o nascimento são mais acessórios importantes. Também são necessários alimentos, afinal, o trabalho de parto pode levar horas.

Vale ressaltar que quando a escolha é pelo parto é domiciliar, muitas mulheres desejam ainda parir na água, o que pode ser feito na banheira, ou em uma piscina inflável, que deve ser cheia com água morna.

E, claro, também é fundamental ter alguém de confiança para dar assistência à mãe e bebê nos dias seguintes ao parto, quando a equipe for embora. No hospital, as mulheres contam com o apoio das enfermeiras, mas em casa não.

Essa pessoa ainda precisa levar o pequeno ao pediatra até o quinto dia depois do nascimento, para fazer exames como o teste do pezinho.

Mas não se preocupe: uma equipe multiprofissional competente não deixará faltar nenhuma dessas orientações (e inclusive pode oferecer visitas em casa depois do parto para qualquer necessidade).

equipe médica acompanhando a gestante

equipe médica acompanhando a gestante. Foto: freepik

Esteja atenta aos riscos

Não tem jeito: qualquer parto envolve riscos. Por isso, se a decisão for parir em casa, é fundamental que haja um acesso fácil ao hospital no caso de alguma complicação durante o trabalho de parto.

Mesmo que a equipe que atenda em casa tenha conhecimento, não são todos os procedimentos médicos que podem ser feitos fora do hospital – alguns precisam de equipamentos e uma estrutura que só esse local oferece.

Por isso, é muito importante estar prontificado a qualquer possível emergência. E certifique-se de que a equipe domiciliar esteja ciente e preparada para isso também. O plano B tem que ser bem combinado entre você e seu médico!

E aos valores

Não são todos os planos de saúde que dão assistência à mãe no parto domiciliar. Se você tiver um, não deixe de verificar como funciona a cobertura nesse caso.

Geralmente a família é que precisa arcar, de forma particular, com todas as despesas (equipe e acessórios), que não costumam ser baratos. Verifique tudo com antecedência para ver se você está disposta também do ponto de vista financeiro.

gestante entrando em trabalho de parto

gestante entrando em trabalho de parto. Foto: freepik

Parto humanizado: no hospital também dá!

Acho que é importante enfatizar que também é possível realizar um parto humanizado dentro do hospital. Para que isso realmente aconteça, mais uma vez: escolha uma equipe competente e que atenda aos seus desejos.

Alguns hospitais dispõem ainda de banheiras, bolas de pilates e outros acessórios para colaborar com o trabalho de parto. Pesquise tudo isso muito bem, com antecedência, para que tudo ocorra da maneira esperada (mesmo que surpresas apareçam pelo caminho). E lembre-se: você é a protagonista desse momento, faça isso valer!

gestante com acompanhamento de doula

gestante com acompanhamento de doula. Foto: freepik

Benefícios de parto em casa

Nenhuma situação de parto oferece à futura mãe tanto controle quanto aquela que ocorre em sua própria casa. Alguns dos maiores benefícios:

  • Está em casa. Você tem sua cama confortável (ou uma banheira de parto ou spa), suas coisas, sua cozinha e seu próprio banheiro.
  • Existem benefícios potenciais para a saúde. Os partos domiciliares planejados foram associados a menos infecção materna, menos intervenções maternas (incluindo monitoramento eletrônico da frequência cardíaca fetal e episiotomia – embora as episiotomias sejam muito raras atualmente) e menos lacerações de terceiro ou quarto graus e lágrimas.
  • Pode custar menos. Um parto domiciliar planejado também pode ser mais acessível, já que partos domiciliares custam cerca de um terço do custo de partos hospitalares antes de você considerar a cobertura do seguro.

O que fazer se algo der errado durante o parto em casa

Mesmo um trabalho de parto que parece estar progredindo bem pode piorar e a necessidade de transferir você e seu bebê para um hospital pode ser imediata.

A sua melhor aposta: reserve algum tempo antes do parto para discutir as suas opções com a sua parteira e assim saberá o que o espera.

Algumas perguntas para fazer ao seu médico com antecedência:

  • Quem é seu médico assistente?
  • Eles têm privilégios nos hospitais para os quais o enviariam?
  • Eles têm uma relação de trabalho próxima com a equipe desse hospital?
  • A que distância fica o hospital da sua casa?
  • Eles iriam com você na ambulância se algo desse errado durante o trabalho de parto?
  • Como eles planejam monitorar o trabalho de parto ou a frequência cardíaca fetal?
parto natural no hospital

parto natural no hospital. Foto: freepik

Cuidados pós-parto após parto domiciliar

Além de saber como fornecer cuidados ao recém-nascido e apoio à lactação, as parteiras certificadas são bem versadas em cuidados pós-parto. Em geral, sua parteira irá visitá-la na marca das 24 horas, em algum momento durante a primeira semana e depois mais duas vezes nas marcas de uma e duas semanas para se certificar de que você está bem. 

Mais visitas podem ser agendadas com base em suas necessidades, embora se algo não estiver certo com sua saúde, sua parteira pode encaminhá-la para outro lugar para mais cuidados.