Eu já comentei algumas vezes aqui no blog que Catarina não dormia bem nos primeiros meses (anos?) de vida. E ter passado pela experiência de ter um filho que custava a dormir foi algo completamente transformador em minha vida (o que só pode ser compreendido por uma mãe que já teve um bebê que acordava diversas vezes na madrugada, ou o que eu acho pior: que não dormia durante o dia! Porque nesse caso não existe trégua, e aquelas duas horinhas que você poderia ter para descansar, tomar um banho e se olhar no espelho, se achando gente de novo, simplesmente não existem!).
Imagem: 123RF
Sim, eu me tornei uma pessoa mais forte, eu passei a acreditar que meu limite ia muito além do que eu pensava (porque ele realmente expandiu, à medida que aprendi a dormir quatro ou cinco horas por dia, para fazer tudo o que era necessário na manhã seguinte). E não foi fácil – aliás, havia momentos em que eu me perguntava se aguentaria o tranco, tamanha era a exaustão! Eu conversava com muitas outras mães, tentando descobrir até quando aquela fase duraria (e se você estiver no meio dela, acredite em mim – passa, passa mesmo! No olho do furacão parece que não, mas em pouco tempo suas preocupações como mãe serão muito diferentes!), e me reconfortava quando ouvia histórias parecidas com a minha (eu não era a única, outras mães tinham passado pelo mesmo e sobreviveram! O que era um ótimo sinal!).
Mas assim como a experiência de outras mães me tranquilizava, apareciam pessoas (muitas vezes bem intencionadas, eu acredito!) que faziam com que eu me sentisse a pior mãe do mundo, por ter uma filha que não dormia. E para elas eu resolvi contar certas coisinhas (sinta-se à vontade para compartilhar, se você também conhecer alguém assim!):
– Por favor, não diga a uma mãe que não dorme que a culpa é dela. E falar que ela acostumou mal o bebê, que deu colo demais (e agora ele não quer dormir no berço), que deu peito demais (e agora ele não sabe dormir sem mamar) é dizer exatamente isso! Nenhuma mãe tem um filho que não dorme propositalmente – mesmo que tenha errado no estabelecimento de um hábito, mesmo que não tenha sabido criar uma rotina. Porque eu tenho certeza de que se ela soubesse o que deveria ser feito, ela o faria!
– Se uma mãe tem um bebê que não dorme, não diga a ela que a única saída é deixá-lo chorar (“se você tivesse deixado chorar no berço, agora estava dormindo muito bem!”). Em primeiro lugar porque não é verdade – há muitas outras técnicas além dessa a serem aplicadas para ensinar um bebê a dormir! E mesmo que ela já tenha tentado todas, sem resultado, ela ainda tem o direito de não deixar seu filho chorar para aprender o que quer que seja, se isso ferir seu coração (e ela acreditar que nada pode ser pior do que a sensação de abandonar seu filho sem resposta, chorando, sozinho, em seu quarto).
– Se você estiver frente a frente com uma mãe que não dorme, não se gabe de dormir a noite toda (“porque, afinal, seu filho dorme dez horas todas as noites, sem acordar, desde o primeiro mês de vida”). Isso pode até ser verdade, mas ela saberá ler direitinho sua intenção: se é apenas relatar sua história pessoal ou tentar se sentir superior nesse mísero aspecto (pois é, ainda existem mães que precisam disso para se sentirem boas mães).
– Se você conhece uma mãe com um bebê que não dorme, saiba que ela necessita de ajuda. Ela precisa de algumas horinhas de descanso, antes que entre em depressão (porque eu acredito fortemente que a privação de sono possa levar ao problema), ou que fique doente, pegando um resfriado atrás do outro (já pensou em como seu sistema imunológico vai ficar “fraquinho”, depois de meses sem dormir bem?). Então, se for próxima a ela, arregace as mangas e ofereça ajuda com as tarefas domésticas, com a rotina do bebê e você verá o quanto sua ação pode ser importante.