Se tem uma coisa que é chata pra caramba é afta na boca, não é mesmo? Eu me lembro de sofrer desse mal desde a infância: começavam pequenininhas e se transformavam em feridas enormes, de quase um centímetro (pois é, grandes mesmo! Já imaginou a dor?). Felizmente Cacá nunca teve, mas sei que muitas mães enfrentam o problema com os filhos, por isso achei que seria interessante retomar meu passado de dentista nesse post, e falar um pouco mais sobre o assunto.

Para começar, acredito que o melhor seja explicar o que é uma afta. Funciona assim: nossa boca é revestida internamente por uma mucosa, que pode ser rompida e originar a afta. Aí surge aquele machucadinho (uma úlcera), a feridinha que você olha e parece uma bolinha branca ou amarelada. Basta encostar qualquer coisa nessa área para sentir uma dor danada, porque o rompimento da mucosa deixa as terminações nervosas expostas, gerando sensibilidade.

Bebê tem afta? Pode ter, assim como as crianças pequenas e as maiores. Elas podem surgir na língua (ou embaixo dela), na parte interna das bochechas, no céu da boca e até mesmo na garganta. E como doem, atrapalham muito a alimentação e a amamentação da criança, sobretudo quando surgem várias ao mesmo tempo. Assim, mesmo não sendo um indício de algo preocupante, de forma geral, é importante estar atento para aliviar o desconforto do filhote (sim, é possível) e garantir que a lesão não vire nada mais sério.

Vem saber mais sobre a afta na infância:

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Imagem: 123RF

O que causa afta na criança?

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São vários os motivos que podem levar à formação das aftas, como vírus (e baixa imunidade, que favorece seu reaparecimento. Muitas vezes o vírus – especialmente o da herpes – fica lá quietinho, e ressurge quando há uma queda imunológica), traumas (batidas, alimentos que “rasparam” na mucosa), refluxo, ou mesmo razões emocionais. Como os pequenos também estão sujeitos a todos esses fatores, eles também apresentam o problema.

Você pode desconfiar do aparecimento de uma afta se notar alteração no apetite do filhote (já que a afta causa incômodo durante a ingestão de alimentos). Se a causa for refluxo, o pequeno também vai sentir azia, queimação e gosto amargo na boca.

O que pode ser feito para aliviar o desconforto?

A ingestão de alimentos frios alivia o desconforto da afta. Nesse sentido, você também pode limpar a boca do bebê com uma gaze (ou algodão) umedecida com água fria. Evite alimentos quentes ou muito temperados, porque podem acentuar a dor, e mantenha a hidratação do filhote (mesmo que a ingestão de líquidos cause incômodos).

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Também podem ser indicados analgésicos e anti-inflamatórios (inclusive em pomadas), mas sempre pelo cirurgião-dentista ou pediatra. Vale lembrar que tudo isso auxilia a diminuir o desconforto, mas não cura a afta. A cicatrização da lesão geralmente acontece após cerca de três semanas (felizmente em torno de uma semana o desconforto maior costuma passar).

Alguns alimentos pioram o quadro?

Sim. Primeiro, como já citei, é importante evitar oferecer às crianças com afta alimentos quentes e muito temperados. Iogurtes, sorvetes e sopas frias são opções bacanas durante esse período.

Frutas ácidas (como laranja, abacaxi e limão) também podem provocar mais dor, mas é importante destacar que não são os alimentos em si que provocam a afta. O que pode acontecer é já haver um fator potencial para o surgimento da lesão (como um trauma, por exemplo) e, daí, a ingestão de alguma dessas frutas contribui para o problema se manifestar de vez.

Afta pode ser sinal de doença?

A estomatite, uma infecção viral, pode ser a causa do aparecimento de aftas. Desconfie do problema se, além das lesões, a criança sofrer com mau hálito, febre e apresentar os gânglios inchados. É importante destacar que entre os vírus causadores da estomatite está o da herpes (simples tipo 1), por isso vale procurar um pediatra para dar início logo ao tratamento (há o risco do vírus espalhar para os olhos e causar uma infecção mais séria). O tratamento da estomatite não foge muito do mesmo para tratar a afta: consiste em hidratação e medicamentos para aliviar o desconforto. Aí é esperar pacientemente o corpo responder e resolver a infecção.

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Precisa consultar um profissional?

Se a afta não vier acompanhada desses outros sintomas como citei acima, a ferida deve sarar com o passar dos dias. Porém, vale procurar um profissional de saúde (que pode ser o dentista ou o pediatra) se a criança sentir muita dor, para receitar pomadas e medicamentos específicos. Caso o pequeno apresente aftas grandes, com duração por mais de três semanas e que apareçam com muita frequência, também é importante procurar auxílio médico.

Dica final de dentista: quase ninguém sabe, mas há uma coisa que pode contribuir para o aparecimento da afta – escova de dentes velha! Sabe aquele estado deplorável, com as cerdas da escova abertas? Seu filho (aliás, toda a família) deve evitar os uso nessas condições. As cerdas podem se abrir e raspar na gengiva próxima ao dente, causando o trauma que rompe a mucosa e causa sua ulceração! Assim, o ideal é trocar a escova uma vez ao mês (ou próximo disso), para evitar esse e outros problemas (como o acúmulo de microorganismos patogênicos no objeto).

Prefere assistir em vídeo essas minhas dicas sobre afta em crianças? Vem dar uma espiada que eu conto tudo a seguir: