Os desenhos são a  maneira de demonstrar como as crianças entendem e enxergam o mundo e revelam em que fase de desenvolvimento ela se encontra.

Começam com uns rabiscos, depois vão ganhando cabeças, mãozinhas, traços mais definidos e, enfim, uma representação toda pessoal das coisas. Mas mais do que uma releitura da realidade (cheia de criatividade!) os desenhos seguem alguns padrões que marcam o desenvolvimento infantil.  Em casa costumamos guardar as “obras de arte” para acompanhar suas evoluções. De tempos em tempos as olhamos e relembramos as histórias e contextos em que foram criadas. Algumas até viram quadros com moldura! E é impressionante como realmente existe um padrão associado ao desenvolvimento dos pequenos, vamos ver?

Desenho feito aos 6 anos pela Alice, gatos em festa.

Desenho feito aos 6 anos pela Alice, gatos em festa.

De 1 a 3 anos

Aqui começam as garatujas (típicas da fase que Piaget nomeia como censório motor 0-2 anos), quando os riscos ainda são desprovidos de controle motor. Os desenhos surgem como linhas retas e bagunçadas e, com o tempo, vão ficando mais circulares. Nessa fase a criança demonstra muito prazer em desenhar e, embora as figuras possam não ser existentes, elas são reais na imaginação.

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Desenho feito aos 2 anos pela Alice, depois de terminar o rabisco ela disse que era uma baleia.

Desenho feito aos 2 anos pela Alice, depois de terminar o rabisco ela disse que era uma baleia.

De 3 a 4 anos

Aqui estamos na fase pré-operacional (2- 7 anos), quando a criança já tem a intenção de reproduzir algo. Seus desenhos já tem forma, ela respeita os limites do papel e suas figuras já são bem próximas da figura humana com bracinhos, pernas, cabeça.

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Desenho feito aos 3 anos pela Alice, já com representações humanas.

Desenho feito aos 3 anos pela Alice, já com representações humanas.

De 4 a 5 anos

Aqui nascem as casinhas, as flores, as histórias de super-heróis já buscando um certo realismo. Já temos pessoas com cabelos, pés e mãos e uma lógica mais precisa de espaços, com céu, chão. Elementos da natureza podem ter formas humanas (antropomorfização), com sorrisos, cabelo, etc. Nessa fase a criança já formula hipóteses, soluções, inventa histórias.

Desenho feito aos 4 anos pela Alice (antropomorfização)

Desenho feito aos 4 anos pela Alice (antropomorfização)

 De 5 a 6 anos

A fase da vontade e da capacidade de inventar e produzir histórias sobre o mundo. Temos roteiros com começo, meio e fim. A criança desenha e conta as cenas e acontecimentos anteriores e posteriores ao que aconteceu. Sua criatividade está a todo vapor!

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Desenho feito aos 5 anos pela Alice, histórias e super-heróis

Desenho feito aos 5 anos pela Alice, histórias e super-heróis

De 7 a 9 anos

Começamos aqui com a fase de operações concretas (7- 12 anos) quando o realismo surge assim como a noção de perspectiva. É comum nessa fase aquelas brigas porque os desenhos não estão perfeitos! E eles acham que não ficaram bonitos! Cabe aqui a dica de permitir que eles desenhem  livremente, sem intervenção, para que a gente possa entender melhor o universo deles!

Desenho feito aos 7 anos pelo meu sobrinho, Pedro, já com noção de profundidade.

Desenho feito aos 7 anos pelo meu sobrinho, Pedro, já com noção de profundidade.

10 anos em diante

Começa a fase das operações formais  e o fim da arte como atividade espontânea (surge aquele desenho mais próximo do adulto, com perspectiva e empobrecimento das criações). O realismo visual predomina, assim como as regras de cores e formas, que representem  com maior realismo o que é visto.

Desenho que fiz aos 13 anos para um trabalho de escola sobre meio ambiente.

Desenho que fiz aos 13 anos para um trabalho de escola sobre meio ambiente.

 

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Artigo carinhosamente enviado por Flávia Girardi.

Flávia Girardi é jornalista, mãe e pedagoga. Também é autora do livro “A formiga que queria voar”, da Ases da Literatura. Contato: @flavia.girardi_