A puericultura nada mais é do que o acompanhamento do bebê e da criança pelo médico e outros profissionais.
Embora pareça um conceito simples, a complexidade surge no dia-a-dia da puericultura, à medida que vão surgindo situações diferentes para resolver, inerentes ao crescimento e desenvolvimento do bebê.
É aquele famoso clichê conhecido entre os pediatras “a criança não lê o livro” – uma alusão a gama de possibilidades de desenvolvimento normal / alterado, ao número de desfechos possíveis para determinada doença… e por aí vai! A prática é diferente da teoria.

Crescimento da criança – Foto: Freepik
A condição básica para a criança crescer de maneira saudável e para que ela esteja preparada para enfrentar as modificações que sucederão em seu corpo e sua mente, é a atenção específica a cada fase da vida, ou seja, a cada etapa do crescimento e desenvolvimento, realizado por um profissional capacitado para tal.
Desta forma, somos capazes de promover o bem estar físico e emocional deste pequeno paciente, e prevenir, ou até mesmo antecipar problemas que possam interferir em sua vida.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde tem de forma clara esses conceitos. É entendido que a puericultura consiste em uma avaliação integral complexa, cíclica e sistemática da saúde da criança de zero a seis anos, extensível até o final da adolescência.
Neste panorama, são avaliados dados como peso, estatura e estado nutricional, desenvolvimento neuropsicomotor, puberdade, calendário vacinal, dieta, ritmo intestinal, prevenção de acidentes domésticos e externos, higiene pessoal e ambiental, além de outras intercorrências e possíveis doenças.
A puericultura engloba noções de fisiologia, higiene e sociologia, importantes na conta do desenvolvimento físico e psíquico das crianças.
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Um pouco de história da puericultura

Criança brincando – Foto: Freepik
No século XIX, o conhecimento nesta área era mais restrito… não ia muito além de técnicas e o básico sobre higiene, nutrição e disciplina de crianças pequenas, muitas vezes repletos de mitos e algumas vezes apenas retransmitindo informações de geração em geração ao longo dos tempos.
Em um dado momento, esta área foi “assumida” pela pediatria, e desde então, ela vem transformando-a gradativamente em uma ciência verdadeira, com aplicações e atuações cada vez mais amplas e abrangência etária maior.
A puericultura tem passado por mudanças significativas nos últimos anos, e os pediatras e profissionais de saúde têm se dedicado a aperfeiçoar e incorporar essas novas práticas às rotinas de consultório e ambulatório, desde as consultas pré-natais, estendendo-se por toda a infância até o final da adolescência.
Esse conjunto de cuidados sugeridos para a família como um todo, aliado ao olhar de uma equipe multidisciplinar envolvida nessa assistência, fortalece o vínculo entre pais e criança, como almejam os princípios básicos da atenção primária.
Afinal, a redução dos fatores de riscos da doença, acesso igualitário à saúde e ações de serviço para proteção e segurança são deveres do Estado e direito da criança, como consta na constituição Federal de 1988.