Como já comentei aqui no blog, tenho recebido e-mails de muitas leitoras, relatando que seus filhos apresentam alergia à proteína do leite de vaca (APLV), e que gostariam de mais informações sobre o assunto. E um dos questionamentos mais frequentes que elas me fazem é como conseguir a fórmula para a alimentação das crianças: afinal, o custo de uma simples lata é alto, e o consumo entre os pequeninos é muito grande. Felizmente, o governo tem um programa de distribuição gratuita dessas fórmulas, o que viabiliza seu uso para todos aqueles que delas necessitam (atualmente uma das marcas mais usadas custa R$170,00 a unidade, e para um bebê são necessárias quase 16 por mês! Imagine se os pais precisassem comprar). É importante saber que a distribuição é feita pela Secretaria de Saúde de cada estado – portanto, as regras para se obter o alimento variam de acordo com o local em que você mora. Confira abaixo o passo-a-passo para fazer o procedimento em São Paulo e, a seguir, o contato das secretarias de cada estado para se informar sobre o processo nesses locais.
Imagem: 123RF
– Você deve levar a um Ambulatório Regional de Especialidades* os seguintes documentos:
1°: O médico deve preencher a Ficha de avaliação para fornecimento de fórmulas infantis especiais, disponível aqui.
2°: Também são necessárias duas cópias do atestado médico (carimbadas e assinadas) comprovando a necessidade do uso da fórmula, além de xerox dos exames do paciente.
3º: Alguns documentos pessoais também são solicitados para que você obtenha a autorização de recebimento da fórmula: xerox da certidão de nascimento do paciente, xerox do comprovante de residência e xerox do RG e CPF dos pais (ou da Carteira de Habilitação).
4º: Também é preciso o xerox do Cartão Nacional de Saúde (do SUS) do paciente. Caso seu filho ainda não tenha, é necessário fazer um pré-cadastro no Portal de Saúde do Cidadão e depois ir a um posto de cadastramento (informe-se na Secretaria de Saúde da sua cidade sobre a unidade mais próxima da sua casa e o horário de funcionamento).
– Geralmente, após 30 dias da solicitação, a fórmula estará pronta para ser retirada. Para retirá-la, é necessário levar um documento que você receberá no dia em que fizer o pedido, junto com uma cópia da receita. Já se o caso for urgente, é preciso entregar uma receita assinada e carimbada pelo médico atestando a urgência junto com os documentos acima citados.
*Normalmente, digitando no campo de busca do Google “ambulatório regional de especialidades” seguido do nome da sua cidade, você conseguirá identificar o endereço e telefone desse local. Ligue então para se informar sobre o horário de funcionamento. Caso a busca não funcione, informe-se na Secretária de Saúde da sua cidade.
Se você estiver fora do estado de SP
O melhor é se informar na Secretaria de Saúde do seu estado sobre o procedimento para a retirada da fórmula. Não deixe de ligar:
– Acre: site e telefones: 0800-647-0404 ou (68) 3215-2784
– Alagoas: site e telefone: 0800-284-1945
– Amapá: site e telefone: (96) 3212-6257
– Amazonas: site e telefone: (92) 3643-6300
– Bahia: site e telefone: (74) 3541-3070
– Ceará: site e telefone: (85) 3101-5123
– Distrito Federal: site e telefone: 160
– Espírito Santo: site e telefone: (27) 3636-8300
– Goiás: site e telefone: (62) 3201-3479
– Maranhão: site e telefone: (98) 3218-8700
– Mato Grosso: site e telefone: (65) 3613-5300
– Mato Grosso do Sul: site e telefone: 0800 647 0031
– Minas Gerais: site e telefone: 162
– Pará: site e telefone: (91) 3212-5000 ou 0800-280-9889
– Paraíba: site e telefone: (83) 3218-7475 ou 0800-083-5000
– Paraná: site e telefone: (41) 3330-4300
– Pernambuco: site e telefone: (81) 3184-0000
– Piauí: site e telefone: (86) 3221-5214
– Rio de Janeiro: site e telefone: 0800 025 55 25
– Rio Grande do Norte: site e telefone: (84) 3232-7432 / 2666 / 2802
– Rio Grande do Sul: site e telefone: (51) 3212-2015
– Rondônia: site e telefone: (69) 3216-5284
– Roraima: site e telefone: (95) 2121-0501
– Santa Catarina: site e telefone: (48) 3221-2000
Mais algumas informações importantes:
Por que é necessário que uma criança tome a fórmula especial se apresentar APLV?
Estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos tenham alguma alergia alimentar – e entre os alimentos mais alergênicos está o leite de vaca. Cerca de 1 a cada 20 bebês apresentam a APLV (ou seja, é um problema relativamente comum!). Nesses casos, o organismo reage à proteína presente no leite, por isso é necessário excluí-lo da dieta por um tempo, assim como todos os alimentos dele derivados (iogurtes, queijos, manteiga) e que o contenham na composição (bolachas, algumas massas, pães, etc).
Para que seja mantido o consumo de cálcio diário, extremamente necessário na primeira infância, assim como de outros nutrientes essenciais, em geral os pediatras recomendam o uso de fórmulas especiais, que têm na composição a proteína processada, para não causar alergia.
Como identificar a APLV?
Os sintomas mais comuns da alergia à proteína do leite de vaca são diarreia, prisão de ventre, refluxo, vômitos, manchas vermelhas na pele e queda de peso. Muitas crianças também podem demonstrar sintomas respiratórios associados à APLV. Se notar que seu filho manifesta frequentemente esses quadros, uma consulta com um gastropediatra ou um alergologista pode ajudar a comprovar o problema.