Vocês que têm acompanhado o blog nos últimos tempos sabem que tive um problema sério com Catarina durante a noite. Após o desfralde noturno no começo do ano, ela voltou a fazer xixi na cama esporadicamente. Até que, no fim de junho, isso passou a acontecer quase todos os dias! Confesso a vocês que fiquei preocupada, levantei mil hipóteses para explicar o fato, cheguei a me culpar por estar fazendo algo errado e por não saber resolver a questão (impressionante como mãe assume a culpa prontamente quando algo não vai bem com os filhos!).
A pressão social sobre o xixi na cama não ajuda muito também. Quando você tem um filho de mais de 3 anos que molha a cama durante a noite, muita gente tenta achar um grande problema (em geral, psicológico) relacionado ao assunto. “Será que a pequena não está com alguma dificuldade na escola? Será que você não está pressionando demais a menina? Será que você não a acostumou mal e agora ela faz xixi na cama propositalmente para dormir na sua cama?”. Aí você fica ali, cheia de dúvidas, preocupada, e se sentindo a pior das mães por aquilo estar acontecendo na sua casa.
Fizemos muitas tentativas por aqui, começando pelos famosos adesivos, que ajudaram muito no desfralde. A cada noite sequinha, Catarina ganhava um adesivo para colar em seu quarto. Às vezes a estratégia parecia dar certo; em outras noites, não. O pior de tudo era ver a carinha de decepção da pequena quando acordava molhada: “mãe, hoje eu não ganhei, né?”. Era óbvio que ela não queria que aquilo acontecesse, e por vezes se levantou pedindo desculpas por ter falhado. Ai, que dor no coração!
Pensei então que a explicação de tudo estava no fato de levar a pequena para a minha cama no meio da noite, quando fazia xixi. Sim, eu confesso que era muito mais fácil trocar seu pijaminha, arrancar a roupa de cama, levá-la para dormir comigo e arrumar seu quarto no dia seguinte. Mas é claro que não demorou para que Catarina percebesse o esquema! Quando ela começou a perguntar se dormiria comigo se acordasse molhada, passei a trocar sua cama na hora, para que não se tornasse um hábito (dos mais indesejáveis). Vocês acham que isso resolveu o problema? Infelizmente não!
Até que resolvi ouvir meu sentir de mãe, aquela voz que fala no fundo da sua cabeça (ou melhor, do seu coração) e que parece saber o que é certo. Sabem o que ela me dizia? Que minha filha estava cansada, só isso. Como nesse semestre ela começou a ter alguns dias de aulas extra-curriculares, sua rotina mudou, exigindo-a em demasia. E se fosse isso, as férias poderiam resolver o problema do xixi, pois ficaria mais descansada.
O fim da história é que, felizmente, eu acertei. Bastou que as aulas terminassem para que Catarina voltasse naturalmente a acordar seca. Sem estresse, sem pressão, sem procurar mais respostas para supostos problemas. Em todos esses dias aconteceu apenas um acidente noturno – que, aliás, eu previ assim que ela adormeceu (pois havia sido um dia muito, muito cansativo).
A dica que deixo com esse post é essa: se o filhote voltou a fazer xixi na cama depois de desfraldado, considere a explicação do cansaço!