Por Flávia Girardi
Demos de aniversário para um casal de amiguinhos da Alice dois hamsters de brinquedo (que andam e tudo!), iguais aos que ela tem. Fomos a casa deles para brincarem juntos e, chegando lá, eles também tinham uma pista de corrida para os ratinhos andarem. Percebi que a Alice não quis brincar, ficou meio quieta, mas acabei me distraindo na conversa com a mamãe deles e passou. Até que, enquanto eu dirigia para a casa dos meus pais, ela me disse: “Mãe, meu hamster é muito mais legal que o deles, né? E não gostei daquela pista de corrida. Era chata!”. Eu fui juntando os pedacinhos e entendi. É normal de nós, seres humanos, nos compararmos aos outros e, por vezes, desejarmos coisas que os outros têm.
Normal e extremamente humano. Mas é triste não querer que o outro tenha ou menosprezar só porque nós nos sentimos diminuídos. E, como crianças são livros em branco, simplesmente falei para ela que a pista era, sim, muito legal. Assim como os ratinhos deles. E mais legal ainda era o fato deles terem um brinquedo diferente, porque assim poderiam brincar juntos. Finalizei dizendo para ela ficar feliz por eles, pois eram seus amigos. Ela sorriu e disse que tinha gostado da pista! Porque crianças sabem muito mais do mundo do que nós adultos…
Outro dia no parquinho vimos um passarinho filhote que tentava voar. A mamãe dele o observava de longe. Até que o pequenino conseguiu alcançar a árvore. Alice ficou encantada olhando aquilo tudo. E eu enfatizei que era bonito ver que ele se esforçava e conseguia. Não sei se ela compreendeu bem, mas eu disse que era muito bom observar o voo dos outros. Ver que são capazes. Que conseguiram coisas boas. Porque o sucesso dos outros nos motiva a prosseguir e nos esforçar também. Se a gente consegue ser feliz ao ver o outro voar, já estamos prontos para alçar o nosso.