Na semana passada, como comentei no Instagram, levei a Catarina para receber a vacina da gripe. Como ela sempre chora, eu fico enrolando, enrolando para leva-la, até que converso com meus amigos pediatras e vejo que não dá para adiar (e que na verdade eu deveria ter vacinado há muito tempo). Entendo as mães que ficam nesse conflito, porque não é fácil ver o filho chorar para ser vacinado. Mas o ganho é tão, tão maior do que esse chorinho, que eu não tenho dúvidas em dizer que vale muito a pena.

Imagem: 123RF

Nesses anos do blog eu recebi muitas dúvidas sobre vacinas. Mães, inclusive, que me perguntaram se todas as vacinas do calendário vacinal brasileiro são de fato importantes, se pode deixar de dar alguma, ou se eu recomendava que a criança tomasse uma vacina que não é fornecida pelo SUS. Já imaginou a responsabilidade de dar essa resposta? Acredito que só mesmo um pediatra possa dá-la, e é por isso que fiz questão de participar de uma aula dada pela Dra. Ana Escobar, pediatra da Faculdade de Medicina da USP, bastante conhecida por participar do programa Bem-Estar da televisão. Foram horas aprendendo muito sobre vacinas, para compartilhar aqui com vocês. Tenho certeza de que são informações extremamente úteis, e que ajudarão muitas famílias.

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Quais são os tipos de vacina?

Para começar, nós precisamos entender que existem 3 tipos básicos de vacina, dependendo de como o agente infeccioso é apresentado:

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– com agentes vivos atenuados: nesse tipo de vacina o agente causador da doença é amenizado, de forma a provocar a imunização da pessoa, mas sem causar a doença. É o caso da vacina Sabin (a famosa gotinha, que protege contra a poliomielite) e da vacina de varicela (catapora). Como o agente está vivo, pode ocorrer (numa porcentagem muito pequena dos vacinados) a chamada doença vacinal, que é mais fraca do que a doença que ocorre na pessoa não vacinada. Assim, há pessoas que dizem que o corpo ficou cheio de “pintinhas” um tempo depois de receber a vacina de varicela, já ouviu falar?

– com agentes inativados mortos: nesse tipo de vacina o agente está morto, por isso NÃO pode causar a doença vacinal. É o caso da vacina Salk, também contra pólio, e da vacina contra meningite B.

– conjugados (com partes dos agentes): é o caso da vacina da gripe. Apenas pedaços dos vírus são processados e estão presentes na vacina, provocando a imunização da pessoa. Também não causam a doença vacinal (ou seja, essa história de que a pessoa tomou a vacina da gripe e ficou doente é pura lenda – provavelmente a pessoa pegou um resfriado causado por outro vírus e confundiu tudo).

Agora que já entendemos que as vacinas são diferentes, vem uma pergunta importante: por que existe um calendário, que diz a idade em que a criança deve tomar cada vacina? A Dra. Ana Escobar deixou isso muito claro: porque a vacina é dada no momento em que o sistema imunológico da criança está preparado para responder a ela, promovendo a imunização da criança. Por exemplo: na maternidade a criança recebe a BCG (vacina contra tuberculose), porque seu corpo já responde a ela. Mas só pode tomar a tríplice bacteriana aos 2 meses (se tomasse ao nascimento, a vacina não funcionaria). Além disso, o calendário de um país se guia pela incidência da doença naquele local, e pelo custo das vacinas. Lembrando que o calendário é dinâmico e vai mudando ao longo do tempo (agora começamos a ter aqui no Brasil e vacina de febre amarela dada pelo SUS, não é verdade? Isso porque a incidência da doença aumentou). Vale a pena acompanhar o calendário de vacinação mais atualizado por meio dos seguintes sites: Casa de Vacinas GSK, Sociedade Brasileira de Imunização e Sociedade Brasileira de Pediatria.

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Quer saber outra coisa extremamente importante? Vacinar-se é também uma forma de proteger seu filho nos primeiros meses de vida! Isso porque o bebê herda os anticorpos da mãe, que o protegem até que ele possa receber algumas vacinas (por exemplo: apenas com um ano é que o bebê poderá tomar a vacina tríplice viral – contra sarampo, caxumba e rubéola. Enquanto ele não toma, são os anticorpos herdados que fazem sua proteção. Até o primeiro aniversário esses anticorpos estão ativos, e quando sua taxa cai no corpo do bebê é o momento de vacinar seu filho).

E pode atrasar vacina? O ideal é não atrasar, claro. Assim que seu bebê puder tomar uma determinada vacina, o melhor é vacinar, para que ele já fique protegido. Existe até uma vacina que só pode ser dada em um momento específico da vida: a do rotavírus! Isso porque, se você der antes, ela não funciona; e se você der depois, causa uma reação intensa no intestino, que é indesejável. Por isso não dá para esquecer: essa vacina começa a ser tomada com 2 meses, e o reforço é tomado até os 8 meses.

Agora vamos pensar em vacinas que evitam doenças MUITO graves? É o caso da vacina contra Poliomielite, por exemplo. Atualmente o Brasil faz da seguinte forma no SUS: as duas primeiras doses (de um total de cinco) são da vacina Salk (com vírus inativado), e as seguintes de Sabin. Isso porque é nas primeiras doses que existe o maior risco da doença vacinal, causada pela Sabin (lembrando que é um caso de doença vacinal em milhões de pessoas vacinadas). Mas com esse cuidado, o risco é mínimo.

Outras doenças importantíssimas a serem evitadas nas crianças são as meningites. Isso porque elas levam à morte rapidamente, e têm sintomas que no início podem ser confundidos com os de uma gripe! Então vacine mesmo: contra o penumococo, contra o haemophilus e contra o meningococo, pois os três agentes causam pneumonia bacteriana! Aliás, no SUS você encontra a vacina Pneumocócica, a contra o Haemophilus Influenza B, e contra a meningite C. Mas a Dra. Ana também recomenda que as crianças que puderem também tomem na rede privada a vacina contra meningite ACWY (são mais três tipos de vírus além do C) e a contra meningite B.

Outra dúvida muito comum que recebo das mães é se pode vacinar com febre, tomando antibiótico, ou mesmo tomando corticoide. A Dra. Ana esclareceu que se a criança estiver doente, você deixa passar aqueles dois ou três dias da fase aguda, com febre, e já pode vacinar o bebê. Antibiótico não é contraindicação de vacina – se seu filho estiver tomando, pode vacinar! E corticoide só impede a vacinação se tomado em altas doses (para doses baixas, por curto período de tempo, como acontece para crianças asmáticas, pode vacinar sem problema!).

Por fim acho importante passar duas informações importantíssimas de lendas relacionadas à vacinação, para NENHUM leitor do blog cair nelas. A Dra. Ana afirmou categoricamente: vacina não causa autismo, nem leva a criança a se tornar alérgica! Aliás, é o contrário: criança que tem o sistema imunológico estimulado (inclusive por meio de vacinas) tem menos alergia!

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Espero que esse post tenha te ajudado a entender melhor as vacinas, e principalmente o quanto é importante manter a carteirinha do seu filho em dia (e a sua também!). Se você tiver qualquer dúvida ainda, deixe nos comentários, que eu terei o maior prazer em buscar a resposta correta para te informar! #vacinaçãoemdia