O tempo está passando muito depressa por aqui. Quando vejo Catarina já com 7 anos, e percebo que foi num piscar de olhos, imagino que da próxima vez em que eu parar para pensar ela terá 14. Outro dia mesmo ela era um bebê, e eu uma mãe zumbi, que passava as noites em claro, vendo as janelas dos vizinhos se apagarem, uma a uma, até que só sobrasse a minha.

Outro dia eu me perguntava se conseguiria voltar a ter dias sem choro: o dela e o meu, ao lado do berço. Foi outro dia que aprendemos sobre amamentação: ela tentando mamar, eu tentando não sentir dor. Até que algumas semanas se passaram, e eu descobri que aquele era um dos meus momentos preferidos na arte de ser mãe.

Até outro dia ela precisava do meu apoio para andar. Primeiro ela nem queria desgrudar, depois largou uma mãozinha, e a segunda. Correu de um móvel para o outro, e me olhou, como querendo dizer: “você viu o que eu consegui fazer?!”. Ela caiu, ficou com medo, e eu voltei a ser seu porto seguro. Mas não durou muito: tomou coragem, descobriu que podia tentar novamente, e só parou quando começou a correr. Novos tombos, novo aconchego no colo da mãe. E então a vontade não só de correr, como também de voar por aí.

Imagem: Arquivo Pessoal, a reprodução não está autorizada. Foto por @graziventura.

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Pensando em todos esses momentos, não deixo de me espantar com a rapidez com que eles aconteceram. Se ao fim do primeiro ano da Cacá eu tinha dúvidas de que voltaria a teria uma vida própria, agora sendo mãe de uma menininha de 7 anos eu tenho certeza de que a resposta é sim. Do dia para a noite, ela se tornou independente, conquistou amigos e muitas vezes prefere a companhia deles para brincar do que a minha. Criança gosta de brincar com criança, e mesmo que você se desdobre, se encha de boa vontade, nunca terá a linguagem nem o grau de interesse próprios da idade.

Hoje não preciso mais ir ao seu quarto todas as noites, para ver se ela está respirando (embora eu confesse: muitas vezes vou até lá, apenas para ver seu doce rostinho dormindo). Não preciso dar a comida na boca, nem ensaboar seu corpinho no banho, nem vestir suas roupas – ela já sabe fazer tudo isso sozinha. Mas ainda sou eu quem ela quando está com medo, quando se machuca, ou simplesmente quando acorda de manhã. É para mim que ela pede o leitinho de que gosta tanto, e é a minha presença e o meu abraço que a fazem adormecer com tranquilidade. Ah, e como eu aproveito cada segundinho desses, porque sei que eles também não serão para sempre.

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Eu já deixei de ser necessária em muitas coisas. E se por um lado isso causa uma dorzinha de saudade na alma, eu sei que é assim que tem que ser. Porque faz parte do papel de mãe ensinar o filho a ser independente, voar com as próprias asas. Porque por mais que você deseje que fosse de outra forma, sabe que um dia você não estará mais ali. Ele crescerá, terá sua própria família, e o ciclo da vida continuará.

Mas enquanto isso não acontece, eu me dou o direito de guardar um pedacinho de cada um dos instantes em que ainda sou a melhor mãe do mundo. Guardo cada “eu te amo”, cada “mamãe, eu te amo infinito”, cada “mamãe, você é minha melhor amiga para sempre”. E me lembrarei deles quando for ainda menos necessária, mas tão amada quanto hoje.