Essa semana estava lendo um post super interessante sobre disciplina infantil na Parents, uma revista norte-americana. Ele falava justamente sobre os maiores erros que os pais cometem ao tentar educar os filhos, e sabe que eu reconheci várias situações que costumam acontecer aqui em casa? Tento ser uma mãe justa: deixo que Catarina exponha suas opiniões, faça suas solicitações, mas também coloco algumas regras, porque acredito que elas são importantes para uma boa convivência em família, e para criar uma filha preparada para enfrentar o mundo. E mesmo assim dou algumas tropeçadas, sendo um pouco permissiva de vez em quando e rígida demais em outras vezes! Como é difícil fazer esse balanço!

E justamente porque sei que esse é um ponto sobre importante na criação dos filhos, e que gera muitas dúvidas por aí, resolvi fazer esse post, com aqueles “errinhos” que nós costumamos cometer (por vezes sem saber que isso gerará um problema no futuro). Dá uma espiadinha, pois tenho certeza de que ele te fará pensar (e isso sempre é bom!):

Imagem: 123RF

  • Dar uma punição que você não vai conseguir cumprir (e aí voltar atrás): com esse erro eu já estou bem esperta, porque cometi várias vezes. Sabe quando você fala para seu filho: “você fez isso, agora não vai poder ir à casa da sua avó e brincar com seus primos?”. Pois é, só que você sabe, no fundo, que falou isso apenas na hora da raiva. Porque você já combinou com sua mãe que seu filho vai, com a sua irmã que os primos vão brincar juntos. Então seu filho acaba não tendo penalização alguma (porque chega na hora de sair e você o deixa ir), e fica o dito pelo não dito. Ou então você diz: “vai ficar um mês inteiro sem televisão!”. Só que na hora do aperto você deixa seu filho ligar, porque precisa resolver alguma coisa em casa sem interrupções. E aquele mês viram só dois dias, e olha lá. No fim, fazer isso é mostrar ao seu filho que tudo bem fazer algo errado, porque as consequências serão bem leves, ou não vão acontecer.
  • Você não usa a linguagem correta: tem muita gente que acredita que dá para ser amigo do filho, e eu sou uma dessas pessoas! Só que eu não acredito que você possa ser o “amigão” do seu filho, o que é bem diferente. Dialogar, conversar, da espaço é uma coisa, mas é preciso se impor como pai e mãe também (eu acredito que crianças realmente precisam desse limite até para se sentir mais seguras). Então ao invés de falar: “filho, você não acha que está na hora de fazer sua lição de casa?”, talvez seja MUITO melhor dizer: “desligue essa televisão agora e vá fazer sua lição”. Por mais que exista a reclamação, o “bico”, a cara amarrada. Porque na primeira opção você deixou a critério dele fazer naquele momento ou não. Na segunda você disse o que ele precisa fazer (talvez não dê tempo de fazer depois, ou fique mal feita porque ele fez correndo). Até que as crianças tenham maturidade para reconhecerem seus deveres leva um bom tempo. Antes disso (e acredito que aos 6 anos Catarina ainda não tenha chegado lá) você precisa ser bem explícito no que precisa que seu filho faça.
  • Flexibilizar as regras: “mãe, posso ver só mais um desenho? Só mais um, vai?”. E você deixa (eu já deixei mil vezes!). Mesmo sabendo que estava na hora de fazer outra coisa. Aí sabe qual é a consequência? Você se atrasa, seu filho se atrasa, você fica nervoso e acaba estourando. Mas quem tinha mesmo deixado que seu filho assistisse a mais um episódio e não trocasse a roupa? Pois é, você! Às vezes, para evitar guerras, você acaba cedendo (e acho mesmo que nem todas as guerras precisam ser compradas, porque se não pai e mãe enlouquecem). Mas na GRANDE maioria das vezes você precisa ser firme e coerente. Um exercício pra lá de complicado, cá entre nós.
  • Não deixar que seu filho se frustre. No fundo toda mãe, todo pai querem que o filho seja feliz.  Então quando você percebe que chegaram à loja para comprar um presente que foi prometido, e JUSTAMENTE o brinquedo que ele queria acabou, você… Acaba tentando levar algo ainda melhor! A criança esperneia, grita, chora, e você está lá, tentando tapar o buraco, oferecendo algo que nem era o que ele queria (mesmo que, obviamente, a culpa dessa frustração não seja sua). Claro que dá para tentar negociar, oferecer uma alternativa, mas se seu filho queria tanto aquele outro brinquedo, será que não consegue esperar mais uns dias para ter o que realmente deseja? Esse é um exercício que ele levará para a vida inteira, porque nem sempre conseguimos tudo o que desejamos quando crescemos (ou levamos um bom tempo para concretizar essas conquistas!).