Muitas mães que acompanham o blog desde o início têm comentado que Catarina está enorme! Também me impressiono com a rapidez em que ela está crescendo e me pego querendo congelar o tempo. Parece tão mais fácil cuidar de crianças pequenas, que estão embaixo das nossas asas, não é mesmo? Mas é também muito legal ter o retorno dessas leitoras, que me dizem que faltam informações sobre os crescidinhos: o que esperar do sono, da alimentação, do comportamento, quando eles já passaram da primeira infância?

Pensando nisso, e depois de conversar com muitas mães de crianças que já têm idade um pouco além da Cacá (mas numa fase em que minha pequena chegará em breve), resolvi escrever esse post, explicando um pouco mais sobre as novidades que os pais devem esperar, conforme o crescimento acontece. E, como sempre, é importante acompanhar de perto, porque várias situações que precisam de atenção podem acontecer pelo caminho. Olha só:

Imagem: 123RF

Sono: você acha que seu filho não dormia bem apenas quando era bebê? Pois não é o que os estudos dizem! Sabia que muitas crianças continuam dormindo mal, mesmo quando já estão maiores? Claro que os problemas mudam (aliás, fica mais difícil detectá-los, porque os pais passam a não acordar mais durante a noite em função deles): ao invés de mil despertares noturnos típicos dos bebês, os maiores podem:

– Demorar para dormir, porque resistem ao sono para desempenhar outras atividades (como assistir à TV, brincar no tablet, participar da conversa dos pais).

– Ter um período de sono diário aquém das suas necessidades (porque dorme tarde e acorda cedo para ir à escola).

– Apresentar bruxismo e apertamento e, com desgaste dos dentes, outros danos (problema que, quando relatado durante o sono, não tem causa definida).

– Demonstrar um sono leve e que não descansa, causado por problemas respiratórios (como adenoides e amígdalas aumentadas).

 

Alimentação: conforme as crianças crescem, e principalmente perto do início da puberdade, é frequente a detecção de obesidade. Isso porque os pequenos passam a incluir na dieta comidas bastante calóricas, uma vez que o rigor do acompanhamento dos pais em sua alimentação diminui. Os docinhos, frituras (típicos das cantinas de escolas) acabam sendo “liberados”, afinal, o filho já está “grande”. E aí a luta pelo emagrecimento acontece, causando, inclusive, problemas psicológicos no início da adolescência. Dica: continue pegando no pé de seu filho para que ele coma frutas, legumes e verduras! Ele agradecerá no futuro!

 

Desenvolvimento: nós sabemos que não é fácil conversar sobre certos assuntos com os filhos (pois é, chegou a nossa vez! Agora dá para entender a vermelhidão das bochechas dos nossos pais, quando éramos mais novos!), mas esse cuidado é fundamental. Pense o seguinte: é melhor que seu filho tenha a informação correta por você, que estabeleça um bom canal de comunicação com os pais (que só querem ajudar verdadeiramente), do que cair na conversa (nem sempre tão bem-intencionada) do grupo de mesma idade. Converse sobre drogas, sobre o desenvolvimento e cuidados com o próprio corpo, sobre menstruação, sobre sexualidade. Sim, é preciso. Aliás, por falar em desenvolvimento do corpo, é importante que os pais estejam atentos a possíveis sinais de puberdade precoce. Nesse vídeo, é possível compreender de forma bem didática o problema:

A puberdade é o período de transição que acontece entre a infância e a adolescência, no qual ocorre o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários e a aceleração do crescimento, levando ao início das funções reprodutivas– nas meninas, as mamas aumentam, há definição da cintura, o quadril fica mais largo, até que ela menstrua. Nos meninos, a voz engrossa, os pelos aparecem no rosto, os testículos e pênis aumentam e há a primeira ejaculação. Em ambos, aparecem pelos pubianos e nas axilas. Tudo isso passa a acontecer, em média, a partir dos 8 anos nas meninas, e dos 9 nos meninos. Mas se você notar que os sinais estão aparecendo antes da idade considerada normal, é preciso agir e procurar ajuda médica (não demore para fazer isso, porque quanto antes melhor). Os médicos especializados para diagnosticar e tratar corretamente a puberdade precoce são os endocrinologistas pediátricos e pediatras.

E por que procurar o médico quando se nota sinais de puberdade precoce? Porque, com o acompanhamento e tratamento adequados, conforme orientação médica, é possível postergar o início da puberdade: para não prejudicar a estatura final da criança (porque o crescimento acaba ficando limitado pela ação de hormônios depois do início da puberdade), entre outras consequências,  até que ela esteja pronta emocionalmente para lidar com as questões relativas às modificações do corpo. Se você quiser se informar melhor sobre esse assunto, recomendo esse site aqui, que está super completo: www.puberdadeprecoce.com.br.

 

Estresse: mais um desafio para os pais dos pequenos que ainda não chegaram na adolescência (aliás, esse é um fator que só vai ficando mais sério) – o famoso estresse. Já está mais do que comprovado que crianças podem ficar estressadas: seja porque começam a entender melhor os problemas familiares, seja porque, atualmente, a tendência de lotar a agenda já nessa idade é grande. Se seu filho começar a demonstrar cansaço crônico, ficar irritado, mentir para não cumprir uma tarefa (por exemplo: sempre está com dor de cabeça antes das aulas de piano), reavalie sua rotina e veja se ela não está muito sobrecarregada.

 Enfim, se você notar qualquer uma das situações citadas aqui, o ideal é procurar um profissional que possa te auxiliar (por vezes o médico, em outras um nutricionista ou psicólogo). Assim, seu filho tende a se desenvolver de forma saudável, e pronto para encarar os novos desafios que a vida lhe proporcionará.